19/06/06

“Muitos são os inquietantes mistérios. Nada, todavia, mais misterioso e inquietante do que o homem."- Sófocles, Antígona


...desde que iniciei estas 'lides virtuais' (já lá vão quase dez anos, raios!...) fiz desta citação, da 'Antígona', a minha "imagem de marca". Foi também com 'Antigona' que comecei a minha longa lista de nicknames, dos quais já esqueci/perdi quase todos, menos este que ficará para sempre associado a uma série de alterações na minha vida...para lá da 'imagem de marca' marcava, também aquela frase e todo o contexto da "estória sofcliana", a minha visão perante "o outro", o mundo, o estar aqui...

...hoje, olhando o mundo à minha volta - e este 'à minha volta' inclui, naturalmente, a tão famosa aldeia global que, por mal ou bem, vamos sendo forçados a reconhecer - já não me parece tão misterioso assim...o homem!...inquietante sim, na sua perpétua necessidade de destruição, da pequena à larga escala...inquietante sim, na sua ausência de novos sonhos, novos ideais...inquietante sim, na sua circular procura do caos que não renova...

...envelhecer parece ser, então, o perder da fé no mistério que seria o ser(se) humano...e ganhar uma contínua inquietação pelo vazio que isso transporta...pensei que demorasse mais tempo, no meu caso...pensei!...


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(Magritte)/"Quando abarcarmos esses mundos e o conhecimento e o prazer que encerram, estaremos finalmente fartos e satisfeitos?",WW

1 comentário:

amok_she disse...

19-06-2006 10:42:00. Fonte LUSA.

Timor-Leste:"Há muitos grupos bem armados"-Ministro José Ramos...


Leutala, Timor-Leste, 19 Jun (Lusa) - Em Timor-Leste continuam a existir "muitos grupos bem armados", cujo número total se desconhece, disse hoje em Leutala, 50 quilómetros a ocidente de Díli, o ministro da Defesa timorense à Agência Lusa e à televisão portuguesa RTP.

José Ramos Horta falava no final de uma visita ao alegado "esquadrão da morte", que acusa o primeiro-ministro, Mari Alkatiri, e o ex-ministro do Interior Rogério Lobato de terem distribuído armas para eliminação de adversários políticos.

Os alvos dessa missão eram os cerca de 600 ex- militares demitidos das forças armadas timorenses pelo Governo, líderes de partidos políticos da oposição, padres e membros do Comité Central da FRETILIN contestatários da liderança de Mari Alkatiri, secretário-geral do partido.

"Custa-me a crer que seja verdade. Mas este grupo parece ser fidedigno, sério e sentem-se defraudados", salientou.

"Acharam que as ordens que receberam não eram justas nem correctas e, por isso, recusaram cumprir as ordens e falar", acrescentou.

José Ramos Horta salientou que se deslocou a Leutala, nas montanhas do distrito de Liquiça, a pedido do comandante "Railos".

"Está aqui um grupo de que se tem falado bastante, numa situação bem grave e delicada. São cerca de 30 homens com 17 armas. Armas alegadamente distribuídas por altos responsáveis do Governo" timorense, justificou.

"Eles estão dispostos a entregar as armas ao Presidente da República (...) Mas essas armas não são umas armas quaisquer. Eles exigem que essas armas sejam preservadas como evidência de um crime", adiantou.

O ministro vincou que ainda durante o dia dois Procuradores da República se encontrariam com o grupo, para se iniciar o processo de investigação sobre a origem das armas.

Questionado sobre o número de grupos armados existentes no país, José Ramos Horta, citando o comandante "Railos", respondeu que são vários.

"Além deste grupo, segundo eles próprios, há outros grupos armados da mesma maneira e com os mesmos objectivos", ou seja, a alegada missão de eliminação física de adversários políticos de Mari Alkatiri, disse.

O comandante "Railos" alega que apenas entregará as armas se Mari Alkatiri for julgado em tribunal internacional.

Os elementos do grupo, que distribuíram a imprensa uma declaração intitulada "Equipa de Segurança Secreta da FRETILIN - Grupo Railos", afirmam-se militantes da FRETILIN, e três deles tinham ao pescoço o cartão de identificação de delegado ao recente congresso do partido, realizado em Maio passado em Díli.

Neste congresso, Mari Alkatiri foi reconduzido como secretário-geral com 97,1 por cento dos votos dos delegados.

"São antigos combatentes das FALINTIL e militantes da FRETILIN mas não dizem nada de negativo em relação ao partido. São quadros muito leais e que se sentem defraudados pelas ordens que receberam", vincou.

As FALINTIL (Forças Armadas de Libertação Nacional de Timor-Leste) dirigiram no mato a resistência contra a ocupação de 24 anos da Indonésia.

Com a restauração da independência, em 20 de Maio de 2002, as FALINTIL transformaram-se em forças armadas regulares, passando estas a denominar-se FALINTIL-Forças de Defesa de Timor-Leste (F-FDTL).

José Ramos Horta anunciou domingo que poderia visitar hoje o grupo de veteranos da resistência que alegam terem sido armados pelo primeiro-ministro Mari Alkatiri para eliminarem adversários políticos.

Mari Alkatiri já negou as acusações, mas o ex- ministro do Interior e vice-presidente da FRETILIN, Rogério Lobato, reconheceu em entrevista publicada sábado pelo semanário Expresso, que o alegado "esquadrão da morte" foi preparado para ajudar a polícia a "actuar numa situação de guerrilha".

Mari Alkatiri rejeitou que a FRETILIN tenha um grupo armado clandestino e que tenha ordenado a distribuição de armas a civis, afirmando que se trata de mais uma tentativa para o desacreditar.

"Estão a tentar diabolizar a minha imagem. É a única coisa que posso dizer", comentou Alkatiri, citado pela estação de televisão australiana ABC, o primeiro órgão de comunicação a revelar a existência do alegado "esquadrão da morte".

José Ramos Horta defendeu no passado dia 09 a realização de uma investigação urgente sobre o caso, conduzida por timorenses e peritos internacionais.

De acordo com o chefe da diplomacia timorense, o objectivo do contacto é persuadir o grupo de veteranos, liderado por Vicente "Railos" da Conceição, a entregar a suas armas e debater as alegações sobre o envolvimento do primeiro- ministro e do ex-ministro do Interior.

As Nações Unidas iniciaram este fim-de-semana uma investigação sobre os actos de violência registados desde finais de Abril em Díli, incluindo a actividade de grupos armados, para descobrir quem procedeu à distribuição de armas.

A investigação está a ser coordenada com o Ministério Público timorense, tendo na passada quinta-feira, em declarações à agência noticiosa francesa AFP, o procurador António Osório declarado que serão seguidas todas as linhas de investigação, incluindo as alegações do grupo de veteranos liderado por Vicente "Railos" da Conceição.

EL.

Lusa/Fim


...mais palavras pra quê!???!