28/03/05

Finalmente...vou ver...agorinha mesmo!!!;-)))



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(Magritte)/"Quando abarcarmos esses mundos e o conhecimento e o prazer que encerram, estaremos finalmente fartos e satisfeitos?",WW

by Nobuyoshi Araki, "Tokyo Diary", 1996

Dez Chamamentos ao Amigo



Se te pareço nocturna e imperfeita

Olha-me de novo. Porque esta noite

Olhei-me a mim, como se tu me olhasses.

E era como se a água

Desejasse

Escapar de sua casa que é o rio

E deslizando apenas, nem tocar a margem.

Te olhei. E há tanto tempo

Entendo que sou terra. Há tanto tempo

Espero

Que o teu corpo de água mais fraterno

Se estenda sobre o meu. Pastor e nauta

Olha-me de novo. Com menos altivez.

E mais atento.


Hilda Hilst

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(Magritte)/"Quando abarcarmos esses mundos e o conhecimento e o prazer que encerram, estaremos finalmente fartos e satisfeitos?",WW

27/03/05

Talvez seja um livro interessante...a ver vamos...


«Um "striptease" apaixonado
Helena Vasconcelos * in Público

(...)Tudo poderia ficar assim, se não fosse o amor. Porque esta é uma história de Amor e Martina é derrotada por esse sentimento. A sua experiência transforma-se num relato didáctico e, em certa medida, expiatório. O amor condena-nos a estas coisas. No final, toda a força "dionisíaca" parece perder-se num sentimentalismo feminil e a confissão - erótica - será para limpar Martina dos seus "pecados" políticos. O que não deixa de ser interessante.
Mas talvez tenha de ser assim mesmo. Vive-se, tal como Martina, na miragem de um momento breve em que a vida pode revelar-se em todo o seu esplendor, no contacto com um outro - ou outra - que em determinado momento, poderá fornecer uma dimensão de plenitude e de singularidade. Procura-se, ainda, o ideal platónico do encontro e da fusão com o outro "eu": seja através do sexo, da imaginação ou da literatura. A mulher que aqui se desnuda não se limita a desvendar-se, colocando-se no espaço da exposição, fragilidade e vulnerabilidade. Ao expor-se, Martina consegue reverter esse destino e apresenta-nos uma mulher completa que se guia a si própria nos meandros do amor-paixão.»

#

"Uma Mulher Nua"
Autor: Lola Beccaria
Editor: Teorema
Tradutor: Jorge Fallorca

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(Magritte)/"Quando abarcarmos esses mundos e o conhecimento e o prazer que encerram, estaremos finalmente fartos e satisfeitos?",WW

A vida a passar aqui ao lado...

by Sandra Rocha


...e eu a vê-la debandar sem mim!...é como se uma bolha de ar - protectora? castradora? - me impedisse de dar o passinho necessário ...a culpa é minha?, é dos outros?...sei lá!, e isso que importa?...

'I need your arms around me
I need to feel your touch
I need your understanding
I need your love, so much
You tell me that you love me so
You tell me that you care
But when I need you (baby)
Baby, (you're never there)
(...)'

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(Magritte)/"Quando abarcarmos esses mundos e o conhecimento e o prazer que encerram, estaremos finalmente fartos e satisfeitos?",WW


É preciso ter calma


Amor, essa palavra que me mata
me corta (como uma faca)
me deixa no chão, como um cão
nu sem sossego, como o prazer que te nego.
Dor, cativa, privada,
bruma que te cobre o corpo de fada,
sonho, distante na mente
e de repente, saber que se está só.
É duro, é puro, o futuro,
sempre presente como o céu na tua frente
pintado, queimado, vazio assumido
um corpo triste despido
e uma mão que se estende,
depende de quem vier
e é mesmo assim que se quer.
Longe ou perto,
tudo é deserto
Tudo é montanha que te arranha a alma
com fúria, com calma

É preciso ter calma
Não dar o corpo pela alma

Vês o passado dorido, ferido,
agora tudo te é querido.
Memória, vitória, não é esta a tua história.
Voou a tua vida, perdida,
por entre os braços da SIDA.
Mentira, roubada, pesada,
uma seringa trocada, um prazer, que agora é nada.
Perdoa se não sei que fazer,
Mas sei que deve doer,
dá-me o teu olhar e eu dou-te o meu amor,
e o beijo urgente, premente,
esperança que não dorme, conforme,
e dita o eu estar aqui.
Amanhã, sei lá, para já o som da guitarra
que me agarra, me prende, me solta,
e a ti dá-te a volta, ao sorriso,
tem calma...

juízo, não tenho medo, não temo
só tremo de pensar...
mas não penso, e tenso te faço viajar
com a voz.
Lembro Novembro passado
quando os dias eram curtos
e as noites de fado,
rasgado, cantado, sentido.
No Deus que criámos
aprendemos a viver, de cor,
meu amor,
e agora, é hora,
tudo fica por fazer,
quero-te dizer mais uma vez
que te amo, talvez, te quero,
te espero e desespero por ti,
e que isso só por si
me chega p'ra viver,
mesmo quando só houver...
silêncio...
imenso,
e dor, e pior meu amor,
a lembrança que descansa
os olhos teus nos meus...
Adeus.

É preciso ter calma.



(Pedro Abrunhosa)


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(Magritte)/"Quando abarcarmos esses mundos e o conhecimento e o prazer que encerram, estaremos finalmente fartos e satisfeitos?",WW

Porque me apetece glorificar a(s) palavra(s)...

«(...)
Esquecer-te não evitaria
O teu silêncio em minha memória

Tenho que te esquecer
Porém, deixa-me
Rever a minha vergonha em teus olhos
Sentir o meu calor no teu corpo

Permite-me sorrir com os teus lábios
Ver com os teus olhos
Escutar com os teus ouvidos
Que eu há muito que morri para mim mesmo

Tudo (isto)
Nas noites de mistério com pessoas misteriosas
(...)

in

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24/03/05

...não me apetece escrever...não quero escrever...não posso escrever!!!

[...e, sem perceber porquê, não me sai da cabeça esta frase:
«(...)não existe ninguém igual a ela!o mais vagamente parecido, sou eu !», Patético Poeta Palhaço]
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20/03/05

«HELOÍSA E ABELARDO: PALAVRAS DE AMOR»

(...)


A primeira carta de Heloísa a Abelardo confessa uma petição de palavra. Através de argumentos que deslizam e se cruzam no texto, Heloísa implora traços da boca ou da mão do seu amado. Como numa ode, enaltece o poder da palavra. As suas cartas não contêm apenas um discurso acerca do amor, mas também o discurso do amor.
(...)

No entanto, que podia esperar Heloísa de Abelardo, se todo o contexto da sua relação se tinha desvanecido? Se todos os prazeres lhes tinham sido arrebatados? Se Abelardo era agora mudo para a linguagem erótica dos amantes?

Surgia então a palavra como possibilidade - talvez a única - do reencontro amoroso; como um antídoto contra a saudade e a melancolia; como um espelho em cujo reflexo regressaria - intacto - o ser amado.
(...)

A linguagem, forjada em cartas, concede-lhes a oportunidade de se contemplarem, de se tentarem, de regressarem um ao outro. «É como se tivesse palavras à maneira de dedos, ou dedos na extremidade das minhas palavras.» (Roland Barthes, Fragmentos de um Discurso Amoroso).
(...)

Desta perspectiva, a do amor, [as palavras] não podem ser vistas como meras etiquetas, meras instruções desvinculadas do real. Ancoradas no profundo do mundo, ligam-se 'realmente' ao que significam, e também a quem as profere e a quem as acolhe. E de tal maneira se tornam imprescindíveis, pois sustentam a alma.

Assim, a linguagem é erigida a lugar primordial da comunicação, do encontro e da consolidação. O desvelar do ser que se efectua através delas é também sustento para o enamorado. Aos que se encontram a mundos de distância, aos que se amam a contratempo, as palavras oferecem sortilégios.

No último vaivém da agonia, a ausência do outro torna-se intransigente, devastadora. Sem palavras tudo é queda, tudo é esquecimento, e perguntar-se-á como podem elas suster a alma. Responderemos que quando o amor já se não pode escrever na pele, talvez as palavras confiram um refúgio onde a fusão seja possível, onde o amor torne a dizer-se a duas vozes.
(...)

Abelardo dedicará até ao fim dos seus dias muitas palavras a Heloísa: cartas, tratados e até a sua controversa declaração de Fé. Mas nunca mais, nem dos seus lábios nem da sua pena, Heloísa voltou a ouvir palavras de amor... Pelo menos é isso que nos contam os vazios que o tempo costuma deixar.»

Um texto interessante, colhido no Nocturno com gatos



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Entretanto,vou ficar (ansiosamente) à espera...

...deste...
«Nicole Kidman é Anna Morgan, uma mulher que perde toda a vontade e alegria de viver, após a morte do seu marido John.(...)»

[...já agora...na Pública(Público) de hoje, entrevista com NK]


[...entretanto...deste já vi a apresentação...promete!;-)]

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O próximo visionamento...

(...não sei muito bem quando, pois se está com uma única sessão...à meia noite!!!grrrrr)





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12/03/05

before 6 beers...;-)



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Não faço a mínima ideia...

«"Perco o desejo do que procuro ao procurar o que desejo"»
Porchia, Antonio, in CITADOR

...de quem foi este António...Porchia(!?), mas lá que a frase citada da(ria) pano para mangas...;-)

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10/03/05

...'tá mal, pá!, isto está mt mal!!!grrrr

«(...)Ele é o fermentar do SULturas Light Nº3, ele é o botar crónica para a PORTUGALNIGHT, ele é programa radiofónico em banho-maria, ele é crónica sobre as noites do Algarve, ele é o congeminar magazine para a KADOC, ele é organizar uma exposição de fotografia, ele é compilar o famigerado livro, ele é caçar patrocínios para isto tudo. E quanto ao blog nicles. Habituem-se nos próximos tempos a mui espaçados posts e dai-me Senhor fôlego para todo o resto. Ámen.», by elmano in SULturas

...uma gaja habitua-se a certo tipo de leitura e depois leva com o aviso destes???...'tá mal, pá!, repito que 'tá muito mal!!!...e nem o facto de ter sido "eleita" como 'A minha leitora predilecta' me vai valer, oh valham-me todos os deuses do Olimpo...grrrrr

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09/03/05

uopsss,,,;-)))


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«A verdade da encenação»

«(...)Existe o real? Existem tentativas de reproduzir a imagem desse real? Será que o teatro é uma delas? Pessoalmente, julgo que o real existe, sim, mas nas suas encenações, não em si mesmo. Não temos de um lado a verdade pura e nua e doutro lado as representações impuras dessa verdade. A verdade é a sucessão das suas representações. O teatro não é uma reconstrução da verdade. É a verdade a produzir-se, uma das muitas formas da sua produção, mas certamente uma das mais belas.
E o que é a beleza nestas coisas, aquilo que nos leva a ler textos, a escrever dramas e tragédias, a ensaiar vezes sem conta, a sair de casa e entrar numa sala obscurecida, a aplaudir? É a intensidade (a obsessão, a fúria, o desespero, a técnica) com que se procura o que só existe porque se procura: a verdade. Eu não te procuraria se não te tivesse encontrado.
Por outras palavras, a verdade não está antes e precisa de ser recuperada. A verdade é algo que acontece em plena trajectória e passa a ser o que vem depois. E o teatro é isso, essa circularidade das instâncias.(...)» in A verdade da encenação
Eduardo Prado Coelho, o fio do horizonte - Público


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06/03/05



Oh, pedaço de mim
Oh, metade afastada de mim
Leva o teu olhar
Que a saudade é o pior tormento
É pior do que o esquecimento
É pior do que se entrevar

Oh, pedaço de mim
Oh, metade exilada de mim
Leva os teus sinais
Que a saudade dói como um barco
Que aos poucos descreve um arco
E evita atracar no cais

Oh, pedaço de mim
Oh, metade arrancada de mim
Leva o vulto teu
Que a saudade é o revés de um parto
A saudade é arrumar o quarto
Do filho que já morreu

Oh, pedaço de mim
Oh, metade amputada de mim
Leva o que há de ti
Que a saudade dói latejada
É assim como uma fisgada
No membro que já perdi

Oh, pedaço de mim
Oh, metade adorada de mim
Lava os olhos meus
Que a saudade é o pior castigo
E eu não quero levar comigo
A mortalha do amor
Adeus

(Magritte)/"Quando abarcarmos esses mundos e o conhecimento e o prazer que encerram, estaremos finalmente fartos e satisfeitos?",WW

03/03/05

...

«Até sempre num qualquer dia.»
in
Sem Pénis, nem Inveja


*****************************
(TCA)
(...)
Tal como sou, não te convido
a ires para onde eu for.

Tudo que tenho é haver sofrido
pelo meu sonho, alto e perdido,
- e o encantamento arrependido
do meu amor.

Cecília Meireles
in
abstractoconcreto


[obrigada...]

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01/03/05

Perdi-me e quando dei por mim encontrei-me...

...aqui

«(...)
Isto de uma vida de difícil re-encanto é perigosamente semelhante a uma vida sem encanto. É este parentesco que importa negar. Tenta-se. Emerge assim a celebração das possibilidades do quotidiano, descobrimos o tanto que a nossa acção pode significar, plantamos uma árvore, fazemos 999 filhos de tanto amor, cantamos e somos poesia nos bons dias de todos os dias, lutamos, se temos força, damo-nos se o egoísmo o consente. E são estas coisas e estas pessoas que prendem o desejo ao amor, que nos convertem em profetas de possibilidades e nos lembram a cada dia tudo o que perdemos por sermos quem somos. Mas também aqui há um perigo (esse campo minado do querer...), o perigo de fazermos dos limites assentidos, o conforto do nosso intento, de fazermos da impossibilidade de ser outro esses tantos outros em nós, enfim... o perigo da celebração dos limites. É por isso que entendo que não poderemos clamar os méritos de termos ajustado o querer ao poder, o desejável ao factível, sem trazer connosco o hábito de evocar a memória da desolação iniciática. Entendo por desolação iniciática esse momento mágico em que percebemos que a verdade não existe e que temos que lutar por ela no eterno fracasso, o momento em que percebemos que amar é consentir a espera pelo amor que vem, o momento algures em que o vislumbre das impossibilidades, ou nos paralisa, ou nos reconverte. É por referência à reiteração desse espaço-tempo pessoal (desolação iniciática), em que tudo acabou para começar outra vez, que as convicções se abatem ou se forjam.»


in avatares de um desejo

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(Magritte)/"Quando abarcarmos esses mundos e o conhecimento e o prazer que encerram, estaremos finalmente fartos e satisfeitos?",WW