«Injectou-se mais dinheiro no "sistema", promoveu-se a modernização pedagógica, reformularam-se os programas e refizeram-se os manuais. Reformas e dinheiro de nada serviram.
(...)
Convenci-me ultimamente de que o panorama não melhoraria significativamente nem que os programas e os professores fossem todos excelentes.
(...)
Em suma: as crianças, os adolescentes e os jovens adultos não podem ser maçados e qualquer embate com as duras realidades da vida lhes deve ser poupado.
De facto, tudo começa com a cultura de adulação da criança que domina a sociedade ocidental contemporânea e que não passa, como tantas outras características dela, da degradante e ridícula pieguice em que culminou a "Sensibilidade" descoberta na segunda metade do século XVIII. Tudo o que diz respeito às crianças - o seu bem-estar, a sua saúde, a sua protecção, o seu lazer - suscita imediatamente a atenção desvelada de um público adulto que erigiu as crianças no centro do mundo e entende, pelo menos "teoricamente", que tudo se deve subordinar aos seus interesses e às suas presumidas necessidades. (Felizmente já temos um ministério da Criança.)
Nas famílias, as crianças tornaram-se geralmente pequenos déspotas inteiramente desprovidos de quaisquer hábitos de obediência ou elementar respeito pelos pais e os mais velhos, que no entanto tudo fazem e sacrificam para que os rebentos possam gozar de condições ideais para desenvolverem livremente as suas promissoras personalidades. De tão mimadas, as crianças crescem, desde o berço, com a justificada sensação de que na vida só há brincadeira e direitos e de que tudo lhes é devido. Se por acaso algumas revelam um temperamento mais difícil, não se aplicam os bárbaros remédios clássicos. Arranja-se-lhes acompanhamento psicológico a fim de tentar, sem traumas nem violências, torná-las mais cordatas sem contudo prejudicar nem levemente o seu "crescimento natural". A "personalidade" da criança é sagrada e todo o respeito por ela é pouco.
(...)»
...estes "mimos" são da mesma pessoa que reconhece:
«Há 25 anos que sou professora de História na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Há 25 anos que observo, de ano para ano, a degradação da qualidade dos estudantes, e há 25 anos que vão sendo piores as notas que me vejo obrigada a dar, apesar de a minha complacência e tolerância terem aumentado com a idade e a sensata tendência para a acomodação que ela gera.
(...)
Como suponho que fazem também os meus colegas, trato de me ajustar à circunstância. Isto significa baixar o nível das aulas até ao ponto em que poderíamos estar numa qualquer turma do secundário. »
Mais Dinheiro para a Educação?
Por M. FÁTIMA BONIFÁCIO
Domingo, 15 de Agosto de 2004, in Público
... mas dizia eu: como é possível, manipulando factos reais, proferir-se os chorrilhos idiotas a que nem me atrevo a chamar conclusões, como os desta douta senhora!????...ora, pela ideia da senhora, os únicos culpados da probreza franciscana em que vivemos a nível cultural deve-se, única e exclusivamente, aos instruendos e não aos instrutores...repare-se que não refiro pais, nem professores, nem escola, nem família...em separado!...toda a sociedade é responsável pelo estado caótico em que o ensino vive...e os professores fazem parte dessa mesma sociedade!!!...dupla, ou mesmo, triplamente!...porque são elementos dessa mesma sociedade, porque são professores e porque, por vezes, tb. são pais!...ora o que me parece é que esta douta senhora não deve ter filhos!...e se os tem...ou são alunos como os que descreve, ou não sendo...já nasceram cotas!!! :->
...como é evidente, não nego a realidade retratada, mas...também acho que limpa demais o papel dos professores!...é certo muitas das fraquezas que os alunos transportam, mas...e agora tenho que dizer aquela frase que tanto odeio: no meu tempo os professores eram professores e não havia mau hábito de aluno que não acabasse dentro da sala de aula!...estou mesmo a ver as respostas costumeiras: pois, mas hoje em dia os alunos usam de tal maneira a violência que nenhum professor se atreve...pois, pois...mas esquecem que esses alunos raramente passam dos anos inciais do ensino, raramente terminando a escolaridade obrigatória, quanto mais chegar à UNIV!!!...logo, que impede um professor de exercer a sua actividade com a dignidade que lhe é exigida e, se fosse caso disso, merecida!???
...tenham dó!!!...e um mínimo de honestidade intelectual, meus senhores!!!...os valores que regem esta nossa sociedade(zinha) de trampa é que gera esta juventude...e a sociedade(zinha) de trampa, sem valores que não sejam os relacionados com o poder do dinheiro, quer jovens assim para poder gerar adultos do calibre dos que temos no poder politico para melhor servir o poder económico e, assim, se servirem também, a si mesmos, do poder do dinheiro...isto é tudo um circulo(zinho) de trampa, cara prof...sensatamente acomodada!!! :->
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Quando abarcarmos esses mundos e o conhecimento e o prazer que encerram, estaremos finalmente fartos e satisfeitos?,WW
16/08/04
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