«NOCTURNO»
Percorro a memória, encontro apenas o presente.
As artérias que me são exteriores, estão agora repletas de carros e homens
Que já passaram no momento seguinte. É noite imensamente.
As minhas veias têm neste preciso instante um engarrafamento de sonhos,
Esperanças a buzinar, desejos avariados com os piscas ligados.
Hora de ponta da alma.
Eu sei que posso transgredir.
Paliativos e calmantes já me foram, no entanto, receitados.
Pois em frente agora mesmo.
Cento e dozes internos, ti-nó-nis da catástrofe mental: todos mobilizados...
Será o amor um reboque?
Sinto o espírito a derrapar e faço capotar propositadamente a minha existência.
Onde é que há uma agência de rent-a-dream?
Arre! Porque é que estais todos estacionados?
A estas horas só circulam, em alguns bares, uns quantos táxis de loucuras alheias.
É claro que há pedestres, mas esses, se é que sabem para onde vão, demoram muito a lá chegar.
E eu tenho de ir já. Manter este ritmo de circulação. Ir imensamente. Ir sem retorno. Ir. Ir. Ir...
posted by elmano
...apetece-me dizer...
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Quando abarcarmos esses mundos e o conhecimento e o prazer que encerram, estaremos finalmente fartos e satisfeitos?,WW
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