23/10/08

E lá continuo, eu, a andar pra trás!!!

Quarta-feira, 8 de Outubro de 2008

Furacão

Sobre a crise? Pois não digo mais nada. Não a provoquei, não fui culpado, pago as contas em dia e não percebo porque raio tenho que pagar ainda a irresponsabilidade alheia e ajudar a tapar os buracos que encheram os bolsos da meia-dúzia dos costume. Uma colega, das economias, diz-me que somos tansos, nós os que pagamos o que devemos. Bem fazem os que ficam a dever e à espera que os outros acabem por pagar a crise. Feitios. Há quem só consiga dormir com a consciência tranquila, o que, desde logo, implica que se tenha uma consciência, coisa de que muito filho da puta nem sequer se pode gabar. Pago a crise, pois, que remédio, mas sempre vou estando atento às notícias e procurando adivinhar qual o momento em que devo deixar de confiar nas garantias dos governos. Não tinha eu, afinal, o saudável princípio de desconfiar sempre? Desconfio, portanto, que esta gente me parece de pouca confiança e não é de hoje. Quantas coisas não tinham eles garantido antes de dar o dito por não dito e agora amanhe-se quem souber. Aumentaram a garantia dos depósitos bancários, dizem, para sossegar as massas, evitar a corrida aos bancos, a descapitalização e tal. Pois eu suspeito se não estarão apenas a tentar ganhar tempo para que os realmente ricos vão aos bancos e se sirvam à vontade, enquanto ainda há graveto. Talvez os que têm menos de 50 mil euros, que digo eu?, talvez os que têm menos de cinco mil, que têm menos de quinhentos euros já só encontrem os cofres vazios, os balcões dos bancos varridos e revirados, com aquele ar de sítio por onde passou o furacão.

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(Magritte)/"Quando abarcarmos esses mundos e o conhecimento e o prazer que encerram, estaremos finalmente fartos e satisfeitos?",WW