As solidões...
«(...)falar e sustentar que temos que ser capazes de saber viver connosco próprios, ou por outras palavras com a nossa solidão, pois, só assim, poderemos ficar imunes aos efeitos negativos daquela, soa-me a palavras vazias.
Lobo das Estepes»[...espero, ao retirá-las do contexto, não subverter o sentido, mas...]
...ai de quem não souber viver a solidão!
...não me passa pela cabeça negar o drama da solidão, em especial em determinadas circunstâncias limitadoras como sejam a doença, a idade avançada, isolamento geográfico, etc...tenho, no entanto, para mim que a solidão começa muito mais em nós que nas circunstâncias...
...não cantando loas à solidão e não sendo pessoa capaz de prescindir d' "o outro" para me olhar como ser humano, entendo que há um tempo e um espaço que presisamos preservar...só para nós!...o problema é que, tantas vezes, faz-se de conta que a vozinha "cá de dentro" ñ existe, ou é muda!...em geral quem não é capaz de viver consigo próprio (ou não quis aprender) procura n' "o outro" as respostas para as perguntas que desconhece...é claro que, depois, não bate a bota com a perdigota, quer dizer: surgem os desencontros, os desenganos, as amarguras...
...procurar "o outro" para mitigar a solidão é das coisas mais redutoras que um ser humano pode fazer; já a procura d' "o outro" para mitigar solidões, quer dizer: se os solitários se juntam para se ampararem, mutuamente, isso já entra no campo da solidariedade, da compaixão [com_paixão] que se pensa inerente à natureza humana...
...quanto à questão das palavras vazias, ou frases feitas, quando se diz que temos de aprender a viver a solidão como forma de a enfrentar...não me parece assim tanto, pois em última análise existe uma coisa que é a liberdade...a liberdade d' "o outro" não querer estar connosco; a liberdade de nós querermos estar sós; a liberdade de cada um procurar as suas próprias respostas e/ou caminhos, ao invés de a(o)s procurar n' "o outro"...
...em todo o caso acho que nunca ninguém consegue ficar completamente imune a ela...solidão!
Lobo das Estepes»[...espero, ao retirá-las do contexto, não subverter o sentido, mas...]
...ai de quem não souber viver a solidão!
...não me passa pela cabeça negar o drama da solidão, em especial em determinadas circunstâncias limitadoras como sejam a doença, a idade avançada, isolamento geográfico, etc...tenho, no entanto, para mim que a solidão começa muito mais em nós que nas circunstâncias...
...não cantando loas à solidão e não sendo pessoa capaz de prescindir d' "o outro" para me olhar como ser humano, entendo que há um tempo e um espaço que presisamos preservar...só para nós!...o problema é que, tantas vezes, faz-se de conta que a vozinha "cá de dentro" ñ existe, ou é muda!...em geral quem não é capaz de viver consigo próprio (ou não quis aprender) procura n' "o outro" as respostas para as perguntas que desconhece...é claro que, depois, não bate a bota com a perdigota, quer dizer: surgem os desencontros, os desenganos, as amarguras...
...procurar "o outro" para mitigar a solidão é das coisas mais redutoras que um ser humano pode fazer; já a procura d' "o outro" para mitigar solidões, quer dizer: se os solitários se juntam para se ampararem, mutuamente, isso já entra no campo da solidariedade, da compaixão [com_paixão] que se pensa inerente à natureza humana...
...quanto à questão das palavras vazias, ou frases feitas, quando se diz que temos de aprender a viver a solidão como forma de a enfrentar...não me parece assim tanto, pois em última análise existe uma coisa que é a liberdade...a liberdade d' "o outro" não querer estar connosco; a liberdade de nós querermos estar sós; a liberdade de cada um procurar as suas próprias respostas e/ou caminhos, ao invés de a(o)s procurar n' "o outro"...
...em todo o caso acho que nunca ninguém consegue ficar completamente imune a ela...solidão!
[para já fico-me por aqui..."isto" tem pano pra mangas...;-)]
***...***...***
(Magritte)/"Quando abarcarmos esses mundos e o conhecimento e o prazer que encerram, estaremos finalmente fartos e satisfeitos?",WW
7 comentários:
Penso que a solidão (não a do abandono, mas a "genuína") é absolutamente inevitável e incontornável... e se calhar ainda bem. E isto porque me parece que ao nível mais profundo de cada um de nós há uma parte de ser absolutamente incomunicável - aquela que procurada e encontrada nos dá a consciência de sermos diferentes de todos os "outro" que (também) nos fazem ser quem somos - e a consciência de que todos os "outro" são únicos e que portanto somos todos iguais nessa diferença (mas isto é outro aspecto)...
O que eu quero dizer (e não sei como) é que essa solidão inerente ao "absolutamente incomunicável" de cada um me parece extraordinariamente rica - não só porque é um espaço de liberdade completamente inviolável (a de ser quem somos) mas também porque motiva o esforço de ir ao encontro de outras solidões, de ultrapassar os limites (e as limitações) da incomunicabilidade... e penso que é nessa solidão que nasce o amor.
Bem, isto (para variar) está confuso, mas talvez tenha conseguido transmitir a ideia-base da minha solidão... se bem que me pareçam demasiadas palavras para acrescentar quase nada ao pano da tua manga...
Beijo
«(...)um abraço amigo[presumo, aqui, uma gralha...presumo bem???] Amok-she, e os meus íntrinsecos agradecimentos pela tua tentativa de ensino da colocação de música de fundo no meu blog.»
...será q leio, ali em cima, uma certa dose de ironia????...é q como ñ cheguei a "ensinar" nada...:->
Lia C disse...«(...)O que eu quero dizer (e não sei como) é que essa solidão inerente ao "absolutamente incomunicável" de cada um me parece extraordinariamente rica - não só porque é um espaço de liberdade completamente inviolável (a de ser quem somos) mas também porque motiva o esforço de ir ao encontro de outras solidões, de ultrapassar os limites (e as limitações) da incomunicabilidade... e penso que é nessa solidão que nasce o amor.
...ñ acho q esteja tão confuso assim, pelo menos no q eu entendo por solidão...voluntária, ou imposta...acho q ficou, até, muito mais "limpo" do q a minha abordagem...
«(...)e penso que é nessa solidão que nasce o amor.»
...e eu diria mais: o amor, a amizade...enfim, qq laço de afecto q se forme entre os seres...
Para o Lobo: estive a ler o teu comentário anterior (aquele que aparentemente desencadeou este novo post da Amook) e penso que compreendo o que tu e o Lobo Antunes (e o pedacinho de mundo que pensa nestas coisas) querem dizer... só que, quanto a mim, o que mata e enlouquece não é a solidão, mas o abandono - a começar exactamente pelo abandono que muitas vezes devotamos a nós próprios...
Não sei, claro... estas coisas são um bocado complexas. Mas o que tenho por experiência de solidão é o saber que enquanto estiver comigo jamais estarei sozinha - por muito abandonada ou incompreendida que possa ser por outros... e repara (se puderes) que não estou a dizer isto num tom "umbiguista" de auto-suficiência solitária... pelo contrário, concordo em absoluto quando dizes que o homem é um ser social por essência (por acaso prefiro dizer relacional, porque acho que é mais verdadeiro) - só que na minha perspectiva "relação" (ou "sociabilidade") e "solidão" não são antagónicas, mas complementares... por tudo o que disse anteriormente e por mais um ror de coisas que ficaram por dizer.
Beijo
Para Amook: era exactamente nesse sentido de "qualquer laço de afecto que se forme entre os seres" que eu falei de amor :)
Beijo
...pronto, ok!, foste mais rápido q eu...é q realmente tentei - meti aqui a tag, mas depois ñ me deixou seguir pq ñ admite ñ sei o quê... - ora como tu ñ viste eu fazer essa TENTATIVA...mas ok!, presumo q te limitaste a acreditar no q eu disse...querem ver isto q ainda vou ter de lhe agradecer!?!;-))))
...e qt à outra presunção...tu não me digas q achaste estar a responder a UM amok????...meus deuses...grrrrr
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