13/05/06

Roubaram-me as palavras...


Barcelona, La Rambla, Fev'06

Soneto da Separação

Vinicius de Moraes

De repente do riso fez-se o pranto
Silêncioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto

De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama

De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente

Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente. 


***...***...***
(Magritte)/"Quando abarcarmos esses mundos e o conhecimento e o prazer que encerram, estaremos finalmente fartos e satisfeitos?",WW

5 comentários:

amok_she disse...

...pode ñ parecer, mas...está ali um homem!, no meio do ferro-velho...;-)

919 disse...

dentro duma coisa azul?... (o Vinicius é grande!... e digo-o eu, que não aprecio poemas!...)

amok_she disse...

...não!;-)...na amálgama de lata ferrugenta!!!...dou um doce a quem o descobrir...

amok_she disse...

Este tb seria um belíssimo poema para ilustrar o post...'brigada!:-)

MORTO OU VIVO, TANTO FAZ

‘Dizem?

Esquecem.

Não dizem?

Disseram.



Fazem?

Fatal.

Não fazem?

Igual.



Porquê

Esperar?

- Tudo é

Sonhar.’



Fernando Pessoa



in Poesias de Fernando Pessoa, Ática, p 213



[...tens olho de lince!!!;-)]

Anónimo disse...

:) hábitos