Cy Twombly, um gigante da montanha
«Comentário de Carlos Vidal
Data: 8 Novembro 2008, 20:40
No jardim da montanha, precisamente.
Twombly mostra o modo como na forma reside uma pulsão de desmembramento que, sequencialmente, regenera a forma para que esta de novo caminhe para uma outra dissipação. A massa pictórica do autor não necessita de muita matéria (é uma massa de sinais e de esvaziamentos e não uma matéria carregada de relevos). Twombly aproxima a forma do informe, ou seja, a forma revela a sua entropia desde dentro, a composição desagrega-se e as pequenas pastas de matéria dispersam-se, numas vezes, concentram-se noutras. A expressão sobrepõe-se à cor e a pintura parece gerar-se a si mesma em instantes sem reflexão. O toque do pincel é imperceptível, a gestualidade também. O gesto amplo fragmenta-se, a ideia de construção tradicional desaparece.
Twombly mostra como uma forma se auto-mutila e se regenera. A pintura é uma superfície de pequenas inscrições indefinidas, que se juntam para formar uma totalidade.»
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