Vila-Matas
«Enrique Vila-Matas, um genial escritor espanhol, passou esta semana por Lisboa. Na Casa Fernando Pessoa, apresentou um dos seus últimos livros "O Mal de Montano" (edições Teorema, para a semana nas livrarias), para uma sala meio-cheia. Ou meio-vazia, conforme as perspectivas. A assistência fez duas perguntas: o escritor Almeida Faria perguntou até que ponto as citações de outros presentes nos livros de Vila-Matas são fiéis ou adaptadas. Adaptadas, respondeu Vila-Matas. A outra pergunta não foi uma pergunta, mas uma daquelas intervenções à portuguesa, de homenagem e convívio. Se calhar é normal ter sido assim: às seis e meia da tarde, Lisboa é intransitável e um indivíduo só deve deslocar-se aonde é estritamente obrigado. Depois, o melhor que há a fazer com Vila-Matas é lê-lo. Talvez não se deva conhecer os escritores que amamos.
Antes da sessão da casa Fernando Pessoa, eu e a Maria José Oliveira entrevistámos Vila-Matas para o "Mil Folhas" do próximo sábado. Um dos livros mais deliciosos de Vila-Matas chama-se "Bartleby & Companhia" e alinha histórias de vários escritores que, em nome da afirmação de uma ideia superior da escrita, renunciaram a escrever. Bartleby é, originalmente, uma personagem de um conto de Herman Melville, um escriturário que quando interpelado para fazer qualquer coisa, responde invariavelmente:
- Preferia não o fazer. (...)»
«...Por ANA SÁ LOPES
PÃO & ROSAS
Domingo, 07 de Novembro de 2004, in Público
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(Magritte)/"Quando abarcarmos esses mundos e o conhecimento e o prazer que encerram, estaremos finalmente fartos e satisfeitos?",WW
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