E morri um pouco mais....
Norah Jones - What Am I To U?
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(p/ouvir este som ñ esqueça de desligar o de fundo...lá em cima!)
Uma ferida aberta sangra. Manda o instinto que se trate das feridas até as sarar. Para tal procura-se o remédio mais adequado. Como nem sempre é possível encontrá-lo, com facilidade, acaba por se recorrer a "mézinhas" que alguns chamam de "milagrosas". Que importa? A quem dói só o alívio da dor interessa e nem sempre o método é tido em conta. Assim, começa-se por assistir à ferida a sarar e a fechar quando, como quem não quer a coisa, um outro golpe a abre de novo. E lá se volta aos curativos. E lá se volta a recorrer a todos os analgésicos para um alívio que se deseja mais que tudo. Mas, quando este processo se repete vezes sem conta, demasiadas vezes para o humanamente admissível, acontece uma coisa que a sábia mãe natureza inventou para garantir a sobrevivência: a ferida começa a calejar! Quer dizer: em vez de cicatrizar naturalmente acaba por formar cicatriz sobre cicatriz até que qualquer novo golpe deixa de provocar dor, mesmo com a ferida em aberto.
Com as feridas da alma sucede, exactamente, o mesmo. Por isso, hoje, ao receber o que há tanto (mas tanto!) desejava fiquei impávida e (quase) serena quando antes ficava num alvoroço tal que o meu coração parecia querer sair-me pela boca. Hoje senti que perdi qualquer coisa que nunca mais vou recuperar. E senti a saudade antecipada. E morri um pouco mais.
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(Magritte)/"Quando abarcarmos esses mundos e o conhecimento e o prazer que encerram, estaremos finalmente fartos e satisfeitos?",WW
2 comentários:
Realmente todos morremos um pouco mais dentro da fórmula do que é viver um pouco mais. Mas é mesmo uma simples e forte constatação: "a quem dói só o alívio da dor interessa". O método... esse fica para outra história. Ou não fosse esta uma sociedade doente e feita para doentes, ultramedicada, desesperadamente à procura não tanto de curas, mas mais e muito mais de doenças.
Mas é sempre sábia a mãe natureza, tudo é feito de camada sobre camada; reconstruíndo, e revestindo, a pele de cicatriz em cicatriz, mas sempre e sempre por cima da mesma dor.
...que as evidências se nos tornem menos pesadas à medida que o tempo nos vai fazendo correr até ao fim...embora me pareça pouco provável...
Um Beijo e obrigada por tudo o que me tens dado...
(qt ao natal...bahhhhhh q se lixe o natal!, a única época do ano em q me permito fazer tudo ao contrário... viva o consumismo e o egoísmo contra o q luto (comigo e com os outros) ao longo de todo o ano...)
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