25/12/04

"... este é o mundo em que nós nos afogamos"

...estou-me marimbando para o tema central do post abaixo transcrito - um rodriguinho bem à moda da nossa eterna pequenez - mas achei interessante a forma como o referido texto, em todo o seu conteúdo, espelha esta nossa juventude acabadinha de chegar ao mundo do trabalho, ou prestes a nele entrar já com a "escola toda" :->

...a acreditar em quem escreveu - ainda não entendi se, afinal, é «um cabrão, como foi chamado», ou se é uma cabra (aqui já sou eu a chamar!) - "... este é o mundo em que nós nos afogamos", o mundo da simples sobrevivência, segundo nos quer fazer crer...pobre juventude esta ainda mal saida dos coeiros e já tão cínica...

***

«
a propósito de controversas, maresias e outras inundações


Começo pois então pelo princípio: eu, de nome Sofia, pus um post que pode ser lido em www.controversamaresia.blogspot.com ou um pouco mais a baixo, chamado "Conto de Natal" escrito pela autora do blog referido. Ora bem, pu-lo porque gostei, porque achei graça, porque sim. Pu-lo numa visita rápida à net e no momento nem me lembrei de pedir autorização ou de acrescentar referência ao facto de ser um copy/paste de outro blog que deveria estar bem assinalizado. Como resultado recebi algumas frases de amigos e conhecidos elogiando o dito conto e "esqueci-me" de confessar que não era meu. Resultado óbvio, pseudo-adoptei-o e prontamente me referia a ele como meu.
Diz o código deontológico jornalístico, numa qualquer alínea, que quando um meio de comunicação divulga seja uma calúnia, uma notícia falsa ou qualquer coisa do género tem a obrigação ética de reconhecer o seu erro dando o mesmo destaque no reconhecimento que foi dado à notícia em questão. È o que estou a tentar fazer, depois de desculpas pedidas à autora.
Falo no código deontológico jornalístico porque, para cúmulo e sei que me não vai favorecer, sou de comunicação social.
Vou tentar então passar a uma explicação melhor do que a natureza humana:
Neste curso, ou melhor, na vida profissional de um jornalista, há quem diga que quem quer subir, portanto na vertical, tem que se posicionar na horizontal. Ou então trabalhar de joelhos. Ou então à custa dos outros. E para promiscuidades aviso já que não tenho jeito, portanto, venha daí o mal menor. Até porque na pratica, e como estudante, quase todos os trabalhos a serem entregues são fruto de copys/paste nos mais variados sítios e com maior ou menor nexo. Isto acontece fundamentalmente por falta de tempo para fazer um trabalho bem feito, já que eles são mais do que moscas à volta de fezes. E se o hábito nem sempre faz o monge, os "habituamentos" fazem o vício leviano visto que, um acto mecanizado já nem é sequer ponderado.
A verdade é que, mesmo que não pareça, prefiro derrear-me em idealismos e tentar pautar-me pela atitude certa, tal qual D. Quixote. Só que é preciso (sobre)viver e entregar as coisas a tempo e horas. Ás vezes exigem demais à minha geração, mais do que podemos dar. E é na tentativa de não falhar de um lado que se falha do outro. Talvez isto não sirva de desculpa ou talvez nao seja mais que um (des)farrapo mas se vocês, mães e pais de agora, tiveram lutas e contra-lutas, se tiveram a sorte ou o azar de viver numa época em que se lutava por um ideal concreto e contra um monstro mais ou menos real, se isso vos serviu de referência, quem esperam que nós sigamos? Ou esperam que nós lutemos pelo quê mais do que a mera sobrevivência?
Um dandy boy vitimizado que nem Santana é exemplo? Um gajo com mau timing que nem Sampaio? Outro qualquer demissionário? Se até eles vão fugindo às suas responsabilidades!!
Ou preferem que nos agarremos aos grandes ideais ao estilo de Kant? Sabem, é que uma consciência pura não trás comida para a mesa. E já calculam, isto do emprego não está nada fácil e não nos resta a nós, futuro de amanhã, mais do que ir andando e irmo-nos sujeitando aquilo que temos. Sujeitar é a palavra de ordem, sobreviver a segunda. Meios o recurso.
Sou o melhor que posso, às vezes não dá para mais.
Assumo aqui o plágio, assumo à blogosfera no blog de Vieira e aos meus amigos no meu blog.
Chamaram-me cabrão pela primeira vez na vida. Agora quero ver é se alguém tem a franqueza de me dar uma palmadinha nas costas por tentar fazer o que está certo. Quero ver se recebi mais louros em fazer o que estava errado e se vou ser olhada de lado por mais gente depois de ter feito o que está certo. Porque este é o mundo em que nós nos afogamos.» - in caixinhas de plastico estrangeiradas


***...***...***
(Magritte)/"Quando abarcarmos esses mundos e o conhecimento e o prazer que encerram, estaremos finalmente fartos e satisfeitos?",WW

Sem comentários: