06/04/08



Rai's parta...pouco menos que dez anos antes eu era uma anjinha!...e a minha escola era um 'colégio de anjinhos' onde só se fumava às escondidas na casa de banho - e eu, nem isso! - onde se ficava nos fundos das salas quando não se queria saber peva da matéria - e na matemática e no inglês, eu estava lá sempre!, quando não na rua, por falar de mais, só isso! - e onde se chumbava por faltas quando se ia atrás das mais velhas (sim, que naquele meu tempo 'as meninas' não se misturavam com 'os meninos'...pelo menos à vista dos graúdos!) que eram, afinal, a nossa 'escola' das matérias proibidas.

E pouco mais que vinte anos depois, com o meu primeiro filho e passando muito tempo dentro da escola por via da associação de pais, também não vi nada de tão grave assim...tirando o tal puto que tentou apertar o pescoço ao colega...mais alto e mais forte que ele e, por via de tal 'crime', vi referido no processo disciplinar como sendo 'o arguído'...puto esse que descobriu não ser filho do 'pai' que o criava porque a professora - inteligente que nem loura burra! - resolveu perguntar ao puto porque raio ele não tinha o mesmo apelido que o irmão mais novo?! Não quer dizer que não existissem muitos processos disciplinares porque os havia, sim, mas quase sempre por excesso de inquietação dentro da sala de aula e quase sempre nas duas ou três turmas 'escolhidas' para caixote do lixo da escola. E também por laxismo da maior parte dos profs que, passando por cima da administração da disciplina dentro da sala de aula, preferiam a via mais fácil: rua=>faltas disciplinares=>expulsão! Sim que aplicar castigos pedagógicos era coisa que dava muito trabalho.


Entretanto, mais outros dez aninhos e continuo na escola por via do segundo filho e continuo a não ver nada do que tanto se tem propalado da violência nas escolas e da existência de armas de fogo na mão de putos. Porra!, eu não vivo em nenhum paraíso...estou, até por sinal, no tal deserto que o ministro considerava improprio para o Aeroporto. E, também por aqui existem zonas problemáticas onde tenho amigas a dar aulas e, nem por isso, preferiram mudar para outras zonas, tendo até belíssimas experiências de projectos que têm levado a cabo. Aliás, em muitos encontros/colóquios/palestras a que assisti ouvia, sempre, muitos professores referirem exactamente essa situação, com alguma ironia: os que estavam colocados nas escolas de zonas problemáticas queixavam-se muito menos do que os outros e quando o faziam era muito mais pela falta de apoios para levarem a cabo os seus projectos do que pelas carreiras, pelos direitos e nunca por se sentirem vítimas, muito menos nos alunos.

Com isto não quero negar a existência da violência, dos assaltos, dos roubos...mas de tudo isso a experiência que tenho, exactamente pelos meus filhos, tem sucedido fora das escolas...nos acessos, ou mesmo nos seus tempos livres e quase sempre de dia. Tem piada...numa das vezes a salvação foi mesmo...o télélécas!, o puto sentido-se ameaçado teve o bom senso de entrar num estabelecimento comercial e ligar para o pai, ficando lá dentro até ser 'recolhido'... reconheço que tenho tido sorte, até agora os danos têm sido apenas materiais, mas com alguns amigos deles a sorte não tem sido a mesma...ora isso é culpa de quem?, dos pais, claro!:=>

E já agora...uma referência reflexiva e interessante de Vicente Jorge Silva

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(Magritte)/"Quando abarcarmos esses mundos e o conhecimento e o prazer que encerram, estaremos finalmente fartos e satisfeitos?",WW

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