06/04/08

Porque alguém pergunta, sempre, por aí...

...o que querem as mulheres?


Confesso que hoje e mais precisamente agora!, não me passsava pela cabeça vir parar a este tema. Não que não seja 'coisa' que não me confunda sempre que ouço a pergunta vinda dum homem, claro!, quase sempre 'desamparado e pateta' como diz [um pouco 'cruelmente, não?;-)] a The F Word .

Mas, essencialmente, o que me despertou a tecla não foi propriamente o pretender dar a minha pitada para a resposta (existe?), mas antes uma ou outra questão(zinha) abordada no post:«(...)Eu acho que sei o que EU quero. O que eu quero é um cúmplice. Quero alguém que me toque antes de me tocar. Quero sincronia nos gostos, no prazer, no sentido de humor, na inteligência. Quero gargalhadas na calada da noite, serenidade, calor, silêncios sem nós. Assim simplezinho, simplezinho... quero, como dizia a minha avó Maria, ser a menina dos olhos de alguém.


Não aceito menos disso. E sendo a mocinha teimosa e obstinada que sou, vou continuar a procurar – mesmo mesmo até ao último momento. Ah pois vou.(...)
.

Ora, concordando com a generalidade do que está escrito em todo o post, acabo por esbarrar no que acabo de linkar acima. Parece-me que estas últimas afirmações contradizem o que antes se escreveu. Se não vejamos:

  • 'Ser a menina dos olhos de alguém'?...coisa perigosa minha cara, coisa perigosa! E esta é uma das 'coisinhas' que me parece contradizer a ideia, supostamente interiorizada e aceite, de que 'já não existem príncipes encantados!' (alguma vez existiram?). 'Ser a menina dos olhos de alguém' exige aquele amor exclusivista que não se compadece com a tolerância para aceitar o que é diferente. 'Ser a menina dos olhos de alguém' representa aquele amor tão absoluto que não aceita interferências terceiras, espaços individuais, desejos não satisfeitos, enfim...tudo aquilo que, humanamente e mais tarde ou mais cedo, acaba por suceder no amor: após o estado de paixão o mundo não fica confinado ao espaço e tempo do amor que daí possa resultar. Não aceitar isto é condenar, desde logo, qualquer hipótese de transformar a semente da paixão em...amor. Talvez por nos recusarmos a aceitar esta evidência da vida é que acabamos, homens e mulheres, a maldizer 'o outro', quando afinal o 'erro' está no direccionamento errado das nossas expectativas face a esse 'outro' e, tantas vezes, face a nós mesmos.
  • Logo, ao afirmar-se que 'não se aceita menos que isso' fica-se, quase sempre, condenado à busca eterna...e a fazer perguntas do tipo; "o que é que 'o outro' quer, afinal?"...quando afinal 'o outro' quer o mesmo que nós, sempre!...amar e ser amado...por aquilo que é e não pelo que desejaríamos que fosse!
E como costumo dizer: preciso do 'outro' porque o amo, não o amo porque preciso dele...

Já agora, ocorre-me este poema/canção do Caetano Veloso:




***...***...***
(Magritte)/"Quando abarcarmos esses mundos e o conhecimento e o prazer que encerram, estaremos finalmente fartos e satisfeitos?",WW

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