A VIDA E A "VIDA", no Abrupto...convém ler o texto todo!
«(...)E se eu não acreditar que há uma "alma" e me basta o código genético, e se eu for materialista e entender o corpo como uma máquina aperfeiçoada apenas pela evolução natural e resumir o Logos a um produto dessa mesma máquina, e se eu entender que verdadeiramente tudo tem a ver com o "egoísmo" dos genes e for sociobiológico, será que tenho que aceitar esta visão da "vida" mesmo sem fé? E se eu considerar que não há "vida" passível de ser descrita pela ciência a não ser como excepção temporária e precária à segunda lei da termodinâmica e entender que para perceber essa violação da entropia que é o metabolismo, a que chamamos vida, não preciso de qualquer princípio vital? E se eu no meu laboratório não encontrar nem Deus nem a "vida", mesmo desejando encontrá-los, será que me coloco fora dos valores civilizacionais? E se eu considerar que uma coisa é esta "vida" divina e outra é a vida, mais modesta, menos programática, mais humilde, menos pretensiosa, mais "terrestre", que inclui não apenas a criação mas o desejo da criação, que implica mais do que o código genético, ou o acto da fecundação, mas a vontade de a criar, exigindo um "programa" que inclua a vontade dos seus progenitores, coloco-me à margem dos nossos valores civilizacionais? A "vida" a que se bate palmas é apenas uma das muitas interpretações da vida como valor, que assenta numa fé de carácter religioso e numa interpretação que depois extravasa para a aceitação selectiva de determinadas doutrinas éticas e "científicas" que estão longe de ser as únicas e de serem incontroversas.(...)»
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(Magritte)/"Quando abarcarmos esses mundos e o conhecimento e o prazer que encerram, estaremos finalmente fartos e satisfeitos?",WW
6 comentários:
La rhétorique selon l’ABRUPTO c’est :
"Pourquoi faire simple, quand on peut faire compliqué?"
Dire que je déteste les acrobaties de sa prose de sapin
enguirlandée serait peu, il me fou carrément de l’urticaire !!
Sinceramente, não faço uma leitura assim tão simplista da dita retórica...se, por um lado, entendo que não é preciso tanta discussão teórico-filosófica para, em pleno sec XXI, decidir pela despenalização, por outro, tb entendo que existem várias sensibilidades face aos problemas que a questão do aborto levanta que não devem ser deixadas ao acaso dos dogmas, quer dum lado quer do outro...
Diria doutro modo que esta questão pode servir de mote para outras, essas sim mais filosóficas, mas que não deixam de ter o seu lugar para quem quer sair um pouco da caverna...o que não devem é fomentar sofismas e demagogias...
Tu as raison nous lectures ne sont sûrement pas les mêmes…
L’IVG : Un problème de poules pondeuses?
Il y a comme une odeur de cul béni dans la rhétorique spécieuse d’Abrupto.
Mine de ne pas y toucher (même s’il prétend le contraire) il voudrait nous refourguer la chose comme étant une problématique de frontières sémantiques. Or il semble au moins oublier une
chose : c’est que le "oui" est tout aussi soucieux de la "liberté" des intéressés que de la "vie" au sens le plus large et universel du terme.
L’église ne peut que parasiter le débat sur L’IVG.
Lorsqu'elle s’y oppose elle est dans le droit fil des
interdits, qui ont émaillé son histoire : "le sexe c’est le péché","le mariage des prêtes", ou encore la "question de la contraception" (qui continue par ailleurs à faire des ravages notamment en Afrique
avec le SIDA ). Combien de morts à travers le monde ?
La prose d’Abrupto n’apporte rien mais pourrait laisser par contre le "bénéfice du doute"
au camp de l’abstention voire du "non" !
A suivre.
Por vezes fico com receio que a réstia de francês q ainda me sobrou me traia as leituras...deixa-me lá ir ler-TE com mais atenção...depois te direi...;-)
Então é assim: ñ entendi o texto do Abrupto como um contributo fundamental para o debate neste referendo ...aliás, acho q não há mais nada para dizer...aliás, acho que nem devia haver referendo sobre esta matéria!...mais ainda: num país tão pouco informado e tão pouco dado a saber raciocinar nem devia haver referendos!
Depois tb não me interessa minimamente as posições da Igreja...não sou católica, nem reconheço na Igreja Católica qualquer validade para me dizer o que eu devo fazer da minha vida, como a devo gerir e como devo conduzir a minha consciência...só por isso já era mais q suficiente para uma matéria desta natureza não ser referendável num país onde o Estado, apesar de se pretender laico, continua a funcionar na base dos princípios religiosos católicos qd o assunto diz respeito ao foro privado do cidadão ...acontece com os casamentos, acontece com a orientação sexual, acontece com a contracepção, acontece agora com o direito a condições dignas se uma mulher decidir recorrer ao aborto...
Enfim...entendo o texto do PP como uma forma de filosofar...depois deste problema resolvido. E não me parece q aqueles q estão, ainda, com dúvidas se deixem influenciar por estas 'filosofices'...o q os faz ficar com dúvidas é mais uma questão de caracter...a q chamaria pura e simplesmente...cobardia!...para não ir, antes, pelos caminhos da hipócrisia...
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