16/03/07

Eu fico besta com papagaios destes...

As arengas valupianas continuam, no Aspirina B, a propósito (ainda!) do Referendo e respectivos resultados. Aquilo não passa dum papagaio, a debitar texto, convencido que é senhor duma razão, duma moral e duma capacidade de julgar os outros...à prova de bala! O homem não desarma: ele é que sabe, ele é que pode, ele é o maior da cantadeira!

Vai buscar um estudo sobre o 'baixo nível de escolaridade e de qualificação em Portugal' e, a partir daí, conclui: «(...) é um facto que Portugal é o pedaço mais estúpido da Europa —(...)». O dito estudo aponta várias conclusões: 1) o continuado baixo nível de escolarida e qualificação dos portugueses; 2) o continuado precoce abandono escolar; 3) o elevado investimento(?) na educação e fraco resultado desse investimento. Ora, pergunto eu: de quem é a maior parte da culpa? De quem não-aprende, ou de quem não-ensina? E, posto isto, é estúpido quem não aprende porque mal ensinado? E, posto isto, onde e como é que o eminente Valupi obteve o seu (suposto) tão vasto 'saber'???

Quanto ao estudo que apenas conclui sobre a não melhoria, no ensino e na qualificação, no ano de 2005 pouco sei da sua validade. Noto, apenas, que foca demasiado os 'coitadinhos' dos professores, pelo que me parece ter sido 'encomendado' para provar as suas teses: mais dinheiro, menos trabalho e alunos domesticados quando entram na sala de aula. Não deixando de apontar factos, já que se socorre de estatísticas, usa-os para dar uma visão catastrófica do ensino, mais que da qualificação, sem nunca apontar/assumir as responsabilidades dos professores nesse processo. Como se a culpa de todo o estado calamitoso do ensino fosse apenas dos governos, dos alunos e dos pais/encarregados de educação...por esta ordem!:=>

Ora, como presumo que, realmente, o eminente Valupi até fez os seus estudos em Portugal - e em conformidade com a conclusão que ele tira do estudo - o resultado só pode dar nas tais arengadas, das quais decidiu dar mais um ar da sua graça com uma destas:«(...)Se há assunto onde a mulher se revela irredutível a uma qualquer racionalidade abstracta é na temática da gravidez - por isso, o mais provável, é que continue a haver o que agora temos: mulheres que abortam por disfunção psicológica, por perversões morais, por deficiência cognitiva, por pobreza intelectual, por carência educativa, por pressão cultural, por acaso existencial. Mas, finalmente, com esta diferença: todos achamos bem, todos apoiamos. (...)
Comentário de: Valupi março 15, 2007 10:23 P»

Ou seja: por todas as razões, antes 'i_razões', que no entender dele são as únicas motivações que levam uma mulher a abortar...o aborto deve ser proibido! Porque, se a mulher é inteligente; se pensa; se é capaz de racionalizar abstractamente; se é bondosa; se defende a vida; se crê no bem sobre o mal; se sabe de Filosofia; se sabe de Direito Penal; se sabe dos Gregos; se aceita o aconselhamento valupiano; se até sabe quem é Oresteia; se até está disposta a aceitar uma violação porque ter um filho em consequência até é uma benção divina...então, essa mulher jamais praticará um aborto e, se o fizer, o melhor é atirar-se desde logo ao abismo...ao abismo do juizo valupiano!, sim que ele aconselha, legisla e ajuiza...é o três_em_um perfeito!

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(Magritte)/"Quando abarcarmos esses mundos e o conhecimento e o prazer que encerram, estaremos finalmente fartos e satisfeitos?",WW

1 comentário:

amok_she disse...

Este gajo é mesmo estúpido, caraças! como é q a mulher pode discorrer racionalmente e em abstracto sobre uma matéria na qual está envolvida ao mais alto grau!...é relativamente fácil, para o homem, racionalizar abstractamente sobre uma coisa q só num certo sentido pode mexer com ele...é certo q hj em dia já existem muitos mais homens a viver a paternidade desde o conhecimento da gravidez, mas...mesmo assim a 'mexida' é mais a nível emocional, psicológico...falta a parte física! e essa é preponderante na relação com a racionalidade na mulher...porra!, será assim tão difícil fazer entender isto?