24/02/08

Ora, nem mais...«Carlos Fiolhais considera que é na escola que tudo começa.(...) »

«(...) a escola é o reflexo da sociedade e que a sociedade é o espelho do sistema de ensino.

CF: A escola é uma das maiores invenções da humanidade. Tal como a ciência e a filosofia, remonta aos antigos gregos e ficou até aos dias de hoje. E não há escola sem professores - nem julgo que venha a haver. Professor é, portanto, uma profissão não só com um grande passado como com um grande futuro. Sim, sou em primeiro lugar um professor e os livros não são mais do que uma extensão das minhas aulas. Permitem chegar mais longe.
(...)
CF: Sim, mas a sociedade é também o reflexo da escola. Há uma influência nos dois sentidos. O facto é que as sociedades mais desenvolvidas são aquelas que têm as melhores escolas. Tudo leva a crer que são desenvolvidas porque têm as melhores escolas. Uma maneira que a sociedade tem de se desenvolver, de garantir um futuro melhor, é apostar na escola.(...)»

A importância primordial da família na educação e cultura já se foi...há muito tempo! Até porque essa coisa de família já não se sabe muito bem o que é...ou sequer se ainda segundo, os conceitos do antigamente. E é isso que os profs insistem em negar porque lhes serve de bode espiatório das suas incapacidades, fraquezas e demissões como cidadãos detentores dum poder que lhes foi conferido, o poder que a cultura supõe conferir. Uma sociedade que se deseja desenvolvida começa por cultivar-se com uma boa escola, um bom sistema de ensino...esperar e/ou desejar o inverso seria um absurdo perverso e eivado de desonestidade intelectual.

Já não concordo, de todo, com o Professor CF (mas entendo-lhe a necessidade de ter dado algumas daquelas respostas) quanto aos manuais escolares. A escolha destes manuais sempre esteve dependente das escolhas dos profs e era ver o corrupio das editoras junto dos profs - assim a modos como os delegados de propaganda médica juntos dos médicos - e as ofertas feitas para os fazer pender por esta ou por aquela editora...tinha tudo a ver com pedagogias e conceitos científicos, então não tinha! Isto já para não falar na adopção de determinados manuais que, obrigatoriamente, os alunos deveriam adquirir (alguns sem nunca vir a ser utilizados) porque o seu autor até era prof da escola/disciplina... e esta era uma pratica velha
que se manteve até há bem pouco tempo, pelos vistos. Ainda me lembro de pior: nos meus tempos de secundário, nada abonados para livros escolares, em que pedia a uma amiga doutra turma para me emprestar alguns dos livros menos utilizados (esperava a saída da aula dela para levar o livro) em certo ano ver essa ideia gorada, pois o prof que era o autor e ao mesmo tempo dono da papelaria mesmo ali ao lado da escola onde se deveria ir, ter decidido rubricar todos os livros de toda a malta.

Como se perceberá a perda de prestígio dos profs muito se deve às suas próprias más condutas, tantas vezes nada condizentes com a função de ensinar e contribuir para formar carácteres de futuros adultos...



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(Magritte)/"Quando abarcarmos esses mundos e o conhecimento e o prazer que encerram, estaremos finalmente fartos e satisfeitos?",WW

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