Apetecia-me ser Deus...
Apetecia-me ser Deus e recomeçar tudo de novo: acabar com as invejas, acabar com os cérebros dos politicamente correctos, acabar com os negros, acabar com os amarelos, acabar com os brancos, acabar com todas as cores e pintar tudo de novo com novas cores que cada um de nós inventasse mas que não existissem para os outros, acabar com os homens, acabar com as mulherers... e, no fim, inventar um arco-íris universal, deixar só o desejo de conhecer o outro, deixar unicamente o fogo do desejo do conhecimento...
Estupidamente, não sou Deus.... Estupidamente, verifico que a justiça é algo que se apreende e que não nasce conosco, apesar de todos nós, interiormente, sabermos bem demais quando somos injustos ou injustiçados. Um escravo pode sentir na pele o que é a injustiça, mas não sabe, obrigatoriamente, o que é a justiça... E eu, sei bem demais que não basta saber o que é a injustiça: a justiça é algo mais para além do fim da injustiça, é algo de mais puro que a ausência de injustiça.
E, estupidamente, verifico que Deus existe mesmo! Que existe para nos tornar a vida num inferno, que existe para nos segredar todas as noites que somos umas bestas, que existe para nos levar à desgraça de nos matarmos uns aos outros, que existe para dividir e não para unificar, que existe para que, ao nos matarmos uns aos outros, possamos dizer que matamos em nome de Deus...
Em nome de Deus !!!! Dominus vobisco!
Em nome de Deus as mais infernais atitudes se tomam.... Eu renego esse Deus... Eu renego todos os deuses que não satisfaçam a plenitude do Homem... Quando o Homem não for o exemplo e a medida de todas as coisas, não vale a pena a existência de um qualquer Deus... Sendo blasfemo aos olhos de qualquer palerma, digo: que se foda Deus, se foi para isto que nos inventou!
Quid Novi
Sáb Jan 25, 2003 5:32 pm
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