12/12/06

Glória Fácil: a word to the wise: "(...)claro que nos dias que correm, com a profusão de revelações, sobretudo em forma de livro, de conversas e outras cenas privadas, isto não choca ninguém. É, digamos, da normalidade.(...)"
...a cara irá desculpar-me [é claro que este 'irá' é meramente retórico, já que duvido que me leia!], mas não concordo com essa insinuação, velada é certo, de que a publicação dum livro denunciador das mafiosas actividades dos futebóis é, sequer ao de leve, comparável com a falta de princípios ético-profissionais jornalísticos que mandaria não publicar qualquer coisa assumida 'off the record'.
Que eu decida denunciar um crime, expondo a minha vida privada (e mesmo a mais intíma) é uma decisão pessoal onde irá pesar mais o valor da denúncia do dito crime que a protecção dos meus direitos individuais. Agora que eu, como jornalista, decida enganar quem em mim confiou para expôr o que não assumiria às claras, mostrando ao público os meus pecadilhos escondidos, fazendo tábua rasa do que sempre foi sagrado para a ideia que se tinha do jornalismo, atrever-me-ia a considerar mais vil para o próprio jornalista/ jornalismo do que para o incauto que confiou. E é claro que com o andar da carruagem um dia destes só a choldra da sociedade é que admitirá falar com a choldra dos jornalistas!
Já agora quero deixar claro que não sou tão ingénua assim, como possa parecer, e não acho que a denunciadora em forma de livro o tenha feito por altruísmo, ou por um repentino desejo de 'servir' a justiça deste país desgraçado. É claro que se percebe muito bem que aquilo que a move é a raiva da mulher abandonada...e na penúria que não esperava!,...não vale é a pena atirar areia para os olhos do povinho: as motivações serão até bastante óbvias e a senhora pode até ter sido tudo o que agora pintam por aí, mas isso não faz com que a denúncia dos crimes não deva ser investigada e, se for caso disso, levar-se a julgamento todos os implicados, em especial os supostamente implicados no encobrimento (como pode ter sido o caso da PJ). Depois, com o 'cardápio' de crimes referido bem faz ela em fazer a denúncia desta forma tão pública e exposta...sabe-se lá o que fariam às denúncias (e a ela!) se a coisa se ficasse por um qualquer gabinete dum qualquer corrupto...não terá sido em vão que o homem a escolheu para contratar capangas, ela lá sabe como as coisas se movimentam no sub-mundo mafioso lá do nuorteeeee, carago!:=>

2 comentários:

Anónimo disse...

Concordo, plenamente. Facto bem mais chocante é existirem jornalistas que aceitam escrever biografias "independentes" de personalidades duvidosas. Só uma curiosidade, Pinto da Costa terá celebrado a derrota da selecção no Euro 2004 com um espumante idêntico ao que no post abaixo se apresenta? Ou terá preferido um bom e velhinho Vinho do Porto?

amok_she disse...

...hummmmm, pois...talvez com o 2º vol da saga CS se venha a descobrir...;-)))