01/10/04

Gaudí...e Júlio (Machado Vaz)

...a Sagrada Família e o Parque Guell

...há tempos li qualquer coisa sobre Gaudí e a sua Obra. Fiquei com um daqueles desejos de ir olhar, mas...ele há tantos desejos na vida que nunca passam disso mesmo e muitos deles morrem ainda antes de qualquer possibilidade de se realizarem. No entanto, este persiste e pior: a todo o momento, em todo o lado, me chegam referências como que a avivar-me a memória do desejo por realizar...

Já gostei mais do Júlio (Machado Vaz) do que gosto actualmente. Nem é bem um não gostar, é mais uma reticência que me faz ficar a pensar que ele é bom demais para ser verdade. A partir dum dado momento em que se ouve o homem; ou se lhe olha a imagem; ou se lhe lê as palavras, fica sempre aquela sensação de que ele está a representar o papel do homem que todas nós, mulheres, gostaríamos de amar, pelo menos uma vez na vida...o homem é charmoso, inteligente, divertido, sabe umas coisas, fala bem, gesticula com delicadeza sem se amaricar e - must, dos must's - tem o saber profissional que (supostamente) lhe permitiria entender-nos sem precisarmos, muito, de nos desfazer em explicações, enfim... adivinhar-nos-ia o pensamento como (quase) sempre exigimos dos homens...ora, homens destes não existem!!!...quer dizer: estas características todas no mesmo homem...não existem!...daí, por vezes, a tentação de procurar juntar o melhor de dois mundos...ou de três...ou dos que sejam necessários!;-) De qualquer modo, sendo perfeito ou não, para o caso agora já pouco importa, o homem tem um sentido de humor realmente avassalador e que se nota muito melhor através da escrita. O seu «Olhos Nos olhos - histórias de sexo e vida», (4ª)ed. D. Quixote, 2003, são disso um bom exemplo. Pequenas crónicas alicerçadas na experiência profissional (como se sabe, o homem é psi...) e não só, claro, que nos dão algumas "visões" dos episódios da vidinha que por cá vamos levando, escritas com um sentido de humor que, a mim, me enche as medidas e mefazem ficar rendida mesmo se "ele mente e eu acredito"!;-) ...Ora, para lá do texto(zinho) que tão bem retrata as aventuras e desventuras deste nosso mundo netiano - «A Rede» - em especial o sub-mundo do engate :-> ...adorei o «Fim-De-Semana Em Barcelona»!

E é aqui, neste «Fim-De-Semana Em Barcelona», que o Júlio (M.V.) se cruza com Gaudí, num conto bem engendrado, cheio de referências biográficas, culturais, turísticas e...romântico-pragmáticas!... que há muito não encontrava na literatura actual...e o homem quase se poderia enquadrar na literatura light, não fossem as bases profissionais que o fazem falar do que sabe, ao contrário das "margaridinhas" que desataram a vender às paletes escrevendo com base nas presunções...do que, realmente, pouco sabem...

Decididamente...preciso ir olhar a Obra de Gaudí!!!!...morro se não fôr!!!

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(Magritte)/"Quando abarcarmos esses mundos e o conhecimento e o prazer que encerram, estaremos finalmente fartos e satisfeitos?",WW

1 comentário:

amok_she disse...

Repescando comentários perdidos...
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Olhar Gaudi...

Pois é... Olhar Gaudi é uma acto de vivência.

Tenho uma foto de mim dos anos 70 e tal em que o fundo é a Casa Mila.

Nessa altura nem sabia quem Gaudi era. Mas, ao ver a casa e ao fazer-me fotografar com ela em fundo, senti-me atraído por aquela construção...

Ingenuamente, contei a um amigo de Barcelona que tinha encontrado uma coisa curiosa em Barcelona... Ele, ao saber que era a Casa Mila, riu-se a bandeiras despragadas.

Depois...

Bem, depois pegou em mim e levou-me a ver a Sagrada Família e o parque Güell ...

Aquilo que eu achei uma "curiosidade" passou a ser uma obsessão...

E passar das casas e jardins às mobílias desenhadas por Gaudi? eh eh eh

É o surrealismo tornado realidade.
Euzinho
Data: 02/10/2004 20:50:18