20/11/06

Quem ama confia

Já andava, há que tempos, para falar nessa coisa horrorosa que comumente se associa ao amor. Comum e erradamente. O ciúme!

Diz-se que quem ama tem ciúmes. Por medo de perder o 'objecto' amado. Ora esse medo enferma, desde logo, de dois erros radicados no 'objecto' (apesar das meias aspas é assim que o ciumento vê quem, supostamente, ama) e no perder. Porque quem ama não detém e quem ama não perde. Quem ama confia. Em si e no outro. É claro e naturalmente humano que exista uma certa insegurança; só os narcisos se sentem absolutamente seguros, mas tão de si próprios que nem lhes ocorre não serem amados. No entanto a insegurança é um sentimento que se consegue dominar sendo-se inteligente e racional. Porque quem ama confia. E quando não se consegue, quando a irracionalidade e a estupidez dominam, não há amor que resista, não há sequer amor. Por isso não me queiram convencer que onde há amor há ciúme, como se um fosse necessariamente inerente ao outro. Não é. Quem ama confia!


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(Magritte)/"Quando abarcarmos esses mundos e o conhecimento e o prazer que encerram, estaremos finalmente fartos e satisfeitos?",WW

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