"O País está em crise educativa generalizada, resultado das políticas governamentais dos últimos 20 anos..."
Comecei por escrever um comentário, mas alonguei-me tanto que prefiro postar!...
Naturalmente que esta é «A» forma adequada para se enveredar por esta discussão: 1)análise de possíveis causas da situação catastrófica em que se encontra o ensino em Portugal; 2)identificação dos reais responsáveis; 3) possíveis soluções; 4) congregação do esforço de todos os intervenientes e, em especial, de todos os lesados, para que as coisas mudem realmente... para melhor!...e por aí fora...
Assim sendo, naturalmente não são os professores, muito menos os pais e/ou os alunos, os culpados!, são sim - como muito bem diz JC - 'as políticas adoptadas, em especial, nestes últimos 20 anos' e isto toca, não só os governos socialistas, mas também (e muito!) nos dos sociais-democratas...tenhamos bem presente que o caos é de há muito mais tempo que 4 ou 5 anos e pretender deitar as culpas nos pais ou no governo do momento é mera desonestidade intelectual!
Ora, o que se nota nesta discussão - e no meu caso 'conheço-a', como mãe preocupada e encarregada de educação assídua e participativa na vida escolar, +ou- menos desde esses 20 anos (o meu filho mais velho tem, precisamente, 25 anos) - é, por um lado, uma demissão da parte dos professores - em geral! - das suas reais responsabilidades e da parte dos pais uma falta de investimento numa cultura de participação mais activa - isso permitiria exigir qualidade com racionalidade! - mas dos pais classe-média!, porque aos pais que são obrigados, por força das circunstâncias do meio sócio-económico em que vivem, e que orientam o seu 'viver' num círculo vicioso de trabalhar, com a precaridade que nos é conhecida, para sobreviver sustentando-se e sustentando a família nos níveis mínimos e quantos nos níveis abaixo dos mínimos!?!, pouco mais lhes é dado fazer que não seja ouvir as contínuas acusações vindas da escola sem que, em contrapartida, lhes sejam dadas quaisquer ideias de possíveis soluções...isto enquanto não se cansam de ouvir sempre o mesmo e de se sentirem as pessoas mais imprestáveis deste mundo (e sabe-se muito bem o quanto a falha perante os nossos filhos nos leva a sentir os falhados mais falhados deste mundo!), acabando por desistir de continuar a ir à escola sabendo que aquilo que vão ouvir é sempre o mesmo...
Elaborar 'programas de recuperação' onde se inscreve que...
...da parte da família tem de haver:
1)um maior acompanhamento da vida escolar do aluno, verificando-lhe continuamente a assiduidade - quando os pais saiem de casa tantas vezes antes dos filhos, sendo obrigados a deixá-los entregues a si proprios ao longo do dia, por incapacidade para pagarem atl's, ou colégios a partir do 2º ciclo...
2)acompanhamento do estudo, certificando-se que o aluno faz os trabalhos de casa e mantém o material escolar nas devidas condições - quantas vezes nem dinheiro há para comprar os livros, os cadernos e outros materiais pedidos pelos profs!, quantas vezes nem dinheiro há para dar uma alimentação adequada para uma criança!, isto já para não falar da incapacidade cultural, de muitos pais, para ajudarem os filhos nos tais trabalhos de casa...
3)sensibilidade para transmitir as noções adequadas de comportamento dentro duma sala de aula por forma a impedir comportamentos indisciplinados - esta é a forma soft para dizerem aos pais: 'eduquem os vossos filhos, porra!', mas que na realidade pretendia muito mais dizer isto: 'e, de caminho, inventem uma poção mágica que substitua um professor que não sabe impôr disciplina num espaço que é seu!'...
...e à escola compete:
1) Elaborar programas de recuperação - que, de todos os que vi para diferentes alunos, eram sensivelmente iguais;
2) Organizar aulas de compensação para os alunos interessados - que dada a falta de profs e pessoal auxiliar tem de se reduzir ao mínimo e, mesmo assim, ficam dependentes da boa vontade dos profs q, muito bonzinhos, se disponibilizam para tal...
3) Alertar os E.E. para as faltas dadas e/ou tpc's não efectuados e/ou comportamentos menos correctos esperando, de imediato, uma resposta - estes alertas verificam-se, na grande maioria dos casos, com cartas enviadas no final de cada periodo!
4) Encaminhar o aluno para o gabinete de Psicologia da escola - mas depois o psicólogo que está atribuido pr'ai a mais 3 ou 4 escolas acaba por ver o aluno uma vez num ano...isto se o aluno não tiver conseguido escapar-se sem que ninguém dê por nada, ficando o E.E. sem saber sequer se ele foi, quanto mais de quaisquer resultados!
E no final disto tudo 'exige-se' que o E.E. assine tal 'programa' comprometendo-se, assim, na recuperação do seu educando...e se o aluno não recupera não será porque:
1)as aulas de recuperação nunca chegaram a existir, pelo menos no número que estava programado e menos ainda com a qualidade que se esperaria para obter resultados - mas disso ninguém é responsável...na escola!, a culpa é do ministério que não 'deu' profs!
2)ou porque os E.E. não foram alertados atempadamente dos problemas com faltas e/ou tpc's e/ou comportamento, claro que sem culpa da escola! - isso é culpa do ministério que não 'dá' profs e os que existem já muito se esfalfam!...
3) muito menos da falta do possível apoio do Psicólogo - mas isso também não é culpa da escola já que tem lá um Psicólogo mas ainda ninguém percebeu para quê!?!
Depois disto tudo é claro - claríssimo! - que um aluno não tem a sua recuperação dependente deste programa...se assim fosse estava bem tramado! Resultado? Os pais que podem desdobram-se em deslocações à escola reduzindo, tantas vezes, o magro rendimento familiar- e é claro que esta 'coisas' tocam sempre às mães - pagam explicações a pseudo-profs que mais não fazem que tomar conta, porque ensinar convenhamos seria tarefa dos professores. E os que não podem acabam a engrossar os futuros contingentes que alimentam os números vergonhosos do abandono escolar em Portugal! Ah!, mas ao que parece tendo sido esta 'coisa' dos 'programas de recuperação' uma invenção dum qualquer governo e a que estavam obrigadas, por lei, as escolas veio outro governo e pufff!, acabou com a lei pelo que actualmente já só por muito boa vontade das escolas e dos profs é que se fazem 'programas de recuperação'. Também...para fazerem o que faziam bem se podem poupar...a eles, aos putos e a nós, pais!, sempre se pouparam umas quantas munições desta guerra absurda e estúpida entre família e escola...
Ora, há nisto tudo uma coisa que não é inteiramente verdade: quando dizemos que a culpa não é dos professores e/ou dos pais...estamos errados, todos nós! É culpa nossa, sim!, porque as políticas são implementadas por políticos que acedem ao poder com o nosso voto! Somos nós que os colocamos lá e não sei se a ignorância que permite que se vote manipulados por propagandas financiadas pelo poder económico - que é quem, afinal, nos governa! - e a quem não interessa, mesmo nada!, um povo culto, nos inocenta!?! E é aqui que eu continuo a atribuir uma quota parte maior de culpa...aos professores! Como grupo de cidadãos mais e melhor informados, com mais acesso à cultura, com mais capacidade reinvindicativa, nada têm feito, de fundo, para atacar as políticas desastrosas e culturalmente criminosas que se têm praticado neste país! E convém não esquecer que, por trás de muitas medidas e experiências levadas a efeito, têm estado professores a assessorar os tais políticos...
Agora, importantes são estes contributos. Assim exista capacidade de mobilização para os levar à pratica...
Naturalmente que esta é «A» forma adequada para se enveredar por esta discussão: 1)análise de possíveis causas da situação catastrófica em que se encontra o ensino em Portugal; 2)identificação dos reais responsáveis; 3) possíveis soluções; 4) congregação do esforço de todos os intervenientes e, em especial, de todos os lesados, para que as coisas mudem realmente... para melhor!...e por aí fora...
Assim sendo, naturalmente não são os professores, muito menos os pais e/ou os alunos, os culpados!, são sim - como muito bem diz JC - 'as políticas adoptadas, em especial, nestes últimos 20 anos' e isto toca, não só os governos socialistas, mas também (e muito!) nos dos sociais-democratas...tenhamos bem presente que o caos é de há muito mais tempo que 4 ou 5 anos e pretender deitar as culpas nos pais ou no governo do momento é mera desonestidade intelectual!
Ora, o que se nota nesta discussão - e no meu caso 'conheço-a', como mãe preocupada e encarregada de educação assídua e participativa na vida escolar, +ou- menos desde esses 20 anos (o meu filho mais velho tem, precisamente, 25 anos) - é, por um lado, uma demissão da parte dos professores - em geral! - das suas reais responsabilidades e da parte dos pais uma falta de investimento numa cultura de participação mais activa - isso permitiria exigir qualidade com racionalidade! - mas dos pais classe-média!, porque aos pais que são obrigados, por força das circunstâncias do meio sócio-económico em que vivem, e que orientam o seu 'viver' num círculo vicioso de trabalhar, com a precaridade que nos é conhecida, para sobreviver sustentando-se e sustentando a família nos níveis mínimos e quantos nos níveis abaixo dos mínimos!?!, pouco mais lhes é dado fazer que não seja ouvir as contínuas acusações vindas da escola sem que, em contrapartida, lhes sejam dadas quaisquer ideias de possíveis soluções...isto enquanto não se cansam de ouvir sempre o mesmo e de se sentirem as pessoas mais imprestáveis deste mundo (e sabe-se muito bem o quanto a falha perante os nossos filhos nos leva a sentir os falhados mais falhados deste mundo!), acabando por desistir de continuar a ir à escola sabendo que aquilo que vão ouvir é sempre o mesmo...
Elaborar 'programas de recuperação' onde se inscreve que...
...da parte da família tem de haver:
1)um maior acompanhamento da vida escolar do aluno, verificando-lhe continuamente a assiduidade - quando os pais saiem de casa tantas vezes antes dos filhos, sendo obrigados a deixá-los entregues a si proprios ao longo do dia, por incapacidade para pagarem atl's, ou colégios a partir do 2º ciclo...
2)acompanhamento do estudo, certificando-se que o aluno faz os trabalhos de casa e mantém o material escolar nas devidas condições - quantas vezes nem dinheiro há para comprar os livros, os cadernos e outros materiais pedidos pelos profs!, quantas vezes nem dinheiro há para dar uma alimentação adequada para uma criança!, isto já para não falar da incapacidade cultural, de muitos pais, para ajudarem os filhos nos tais trabalhos de casa...
3)sensibilidade para transmitir as noções adequadas de comportamento dentro duma sala de aula por forma a impedir comportamentos indisciplinados - esta é a forma soft para dizerem aos pais: 'eduquem os vossos filhos, porra!', mas que na realidade pretendia muito mais dizer isto: 'e, de caminho, inventem uma poção mágica que substitua um professor que não sabe impôr disciplina num espaço que é seu!'...
...e à escola compete:
1) Elaborar programas de recuperação - que, de todos os que vi para diferentes alunos, eram sensivelmente iguais;
2) Organizar aulas de compensação para os alunos interessados - que dada a falta de profs e pessoal auxiliar tem de se reduzir ao mínimo e, mesmo assim, ficam dependentes da boa vontade dos profs q, muito bonzinhos, se disponibilizam para tal...
3) Alertar os E.E. para as faltas dadas e/ou tpc's não efectuados e/ou comportamentos menos correctos esperando, de imediato, uma resposta - estes alertas verificam-se, na grande maioria dos casos, com cartas enviadas no final de cada periodo!
4) Encaminhar o aluno para o gabinete de Psicologia da escola - mas depois o psicólogo que está atribuido pr'ai a mais 3 ou 4 escolas acaba por ver o aluno uma vez num ano...isto se o aluno não tiver conseguido escapar-se sem que ninguém dê por nada, ficando o E.E. sem saber sequer se ele foi, quanto mais de quaisquer resultados!
E no final disto tudo 'exige-se' que o E.E. assine tal 'programa' comprometendo-se, assim, na recuperação do seu educando...e se o aluno não recupera não será porque:
1)as aulas de recuperação nunca chegaram a existir, pelo menos no número que estava programado e menos ainda com a qualidade que se esperaria para obter resultados - mas disso ninguém é responsável...na escola!, a culpa é do ministério que não 'deu' profs!
2)ou porque os E.E. não foram alertados atempadamente dos problemas com faltas e/ou tpc's e/ou comportamento, claro que sem culpa da escola! - isso é culpa do ministério que não 'dá' profs e os que existem já muito se esfalfam!...
3) muito menos da falta do possível apoio do Psicólogo - mas isso também não é culpa da escola já que tem lá um Psicólogo mas ainda ninguém percebeu para quê!?!
Depois disto tudo é claro - claríssimo! - que um aluno não tem a sua recuperação dependente deste programa...se assim fosse estava bem tramado! Resultado? Os pais que podem desdobram-se em deslocações à escola reduzindo, tantas vezes, o magro rendimento familiar- e é claro que esta 'coisas' tocam sempre às mães - pagam explicações a pseudo-profs que mais não fazem que tomar conta, porque ensinar convenhamos seria tarefa dos professores. E os que não podem acabam a engrossar os futuros contingentes que alimentam os números vergonhosos do abandono escolar em Portugal! Ah!, mas ao que parece tendo sido esta 'coisa' dos 'programas de recuperação' uma invenção dum qualquer governo e a que estavam obrigadas, por lei, as escolas veio outro governo e pufff!, acabou com a lei pelo que actualmente já só por muito boa vontade das escolas e dos profs é que se fazem 'programas de recuperação'. Também...para fazerem o que faziam bem se podem poupar...a eles, aos putos e a nós, pais!, sempre se pouparam umas quantas munições desta guerra absurda e estúpida entre família e escola...
Ora, há nisto tudo uma coisa que não é inteiramente verdade: quando dizemos que a culpa não é dos professores e/ou dos pais...estamos errados, todos nós! É culpa nossa, sim!, porque as políticas são implementadas por políticos que acedem ao poder com o nosso voto! Somos nós que os colocamos lá e não sei se a ignorância que permite que se vote manipulados por propagandas financiadas pelo poder económico - que é quem, afinal, nos governa! - e a quem não interessa, mesmo nada!, um povo culto, nos inocenta!?! E é aqui que eu continuo a atribuir uma quota parte maior de culpa...aos professores! Como grupo de cidadãos mais e melhor informados, com mais acesso à cultura, com mais capacidade reinvindicativa, nada têm feito, de fundo, para atacar as políticas desastrosas e culturalmente criminosas que se têm praticado neste país! E convém não esquecer que, por trás de muitas medidas e experiências levadas a efeito, têm estado professores a assessorar os tais políticos...
Agora, importantes são estes contributos. Assim exista capacidade de mobilização para os levar à pratica...
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