30/06/07

Haja pachorra para tanta alarvidade... II

Eu devo, mesmo, estar a ficar velha!, é que às vezes apetece-me ser bruta nas respostas e depois...arrependo-me!, coisa que aqui há uns aninhos não me sucederia, de todo! Acabo de ler isto:

«[Uma pequena pergunta economicista (ui!): se uma pessoa não produz o suficiente para se poder sustentar dignamente, porque haverá de ter de ser o Estado ou a empresa onde trabalha a fazê-lo?]»

...e abro logo a caixa de comentários pra começar a disparar, mas...bruta por bruta sê-lo-ei na 'minha casa'!, ao menos de mal educada não podem acusar-me! Mas que diabo, será que o Andreu já leu qualquer coisinha acerca de economia...ciência!, e não aquelas tretas que os capitalistas lhe meteram na tola?!?! Até eu que sou burra sei que se uma empresa pagasse de salários mais do que aquilo que os trabalhadores produzissem o melhor mesmo era fechar a porta...antes que lhe caissem os credores em cima! E também sei que as empresas que vão à falência - declarada, ou não - o são por má gestão e/ou descapitalização por parte dos patrões que desatam a comprar a mansão pra familia+pr'amante+pró gato e pró piriquito; uns carritos de alta cilindrada+ uns yates(zinhos)+ mais umas parcelas em dois ou três condomínios privados - sim que isto de ter filhos e poder dar-se-lhes do bom e do melhor é só prós ricos! - mais uns investimentos(zinhos) numa qualquer sociedade offshore, não vá o diabo tecê-las e vir o fisco e perceber que os prejuizos declarados são uma aldrabice de contabilistas e advogados pagos a peso de outro...em vez de reinvestirem para solidificar os lucros...

Querem ver que um trabalhador do El Corte Inglês em Espanha e que ganha, no mínimo, o dobro do que aquele que trabalha em Portugal, é mais produtivo?! Só contarem pra você, meu caro!

E agora deixo eu uma perguntinha economicista, burra, mas economicista: o caro saberá, por acaso, qual a composição do...lucro? Ora meta lá o seu capitalista(zinho)+um barril de notas+umas maquinas do mais sofisticado que seja+mais a matéria prima...e depois me diga qual o lucro que daí retira...:=»É claro que o sonho do capitalista é a invenção de máquinas que façam tudo, mas...até lá ele só consegue retirar lucro depois de pagar toda a parafrenália da produção reduzindo ao máximo a componente salarial...o lucro é tudo aquilo que não é pago a quem produz!

E se tem dúvidas nas próximas férias, em vez de andar a passear por paraisos exóticos, dê um pulo às fábricas chinesas, só para dar um exemplo que eu não quero que lhe dê uma coisinha má...por ver a quantidade de alarvidades que anda a escrever...

Pronto!...e eu que até ia para escrever, lá na sua caixa de comentários: 'coitado!, é jovem...não pensa!?', mas lá me contive!, estou a melhorar as maneiras, olá s'estou...:=»



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(Magritte)/"Quando abarcarmos esses mundos e o conhecimento e o prazer que encerram, estaremos finalmente fartos e satisfeitos?",WW

Comentário com direito a post...

Haja pachorra para tanta alarvidade...

...porque acredito na boa fé do Andreu V...

Então é assim:

Continuo a afirmar, neste caso reafirmar, já que o erro foi repetido na resposta, a ignorância acerca da realidade dos trabalhadores, nomeadamente os dos hipermercados que foram aqueles que nomeou como sendo os que 'gostariam de poder receber a dobrar, ao domingo (por exemplo)'.

Os trabalhadores dos hipermercados, ou seja os das grandes superfícies que, neste momento, trabalham até às 13h ou 14h, já recebem esse tempo (de domingo) a dobrar. Daí o erro que lhe assinalei, também porque sei que a grande maioria lamenta nunca poder estar um fim de semana inteiro com a família e os dias das folgas servem, apenas, para tratar de assuntos e/ou providenciar a orientação das lides domésticas (no caso das mulheres, claro!), já que o resto da família está no emprego e/ou na escola. Daí o segundo erro: 'Quanto a trabalhar ao domingo, o facto é que muitos trabalhadores preferiam trabalhar ao domingo e descansar noutro dia'. E a propósito esteve, há pouquíssimo tempo, a correr abaixo-assinados - nas tais grandes superfícies pelo menos - junto dos clientes para apoio da abertura aos domingos o dia todo, organizado pelas associações patronais. A adesão verificada, tanto quanto me foi dado observar, foi junto dos...consumidores!, e mesmo assim apenas nos que têm um horário de trabalho com o descanso semanal...ao sábado e domingo, claro!

Mas isto são...amendoins, meu caro! A questão - a verdadeira questão da modernização - não passa tanto por aqui, pelo menos no nosso país que tudo copia do estrangeiro, mas apenas aplica o que der mais lucro aos patrões! Repare-se que eu digo patrões e não empresários. O problema do nosso país e do seu contínuo atraso tem, como sempre teve deste o tempo 'da outra senhora', muito mais a ver com a falta de empresários/gestores e excesso de patronato e não dos trabalhadores ou das leis laborais, já que estas apenas têm servido como areia nos olhos para disfarçar a incompetência e a ganância do 'patrão português' que mal começa a ver um lucro(zito) desata a adquirir bens de consumo que lhe permita ostentar a riqueza roubada aos trabalhadores, em vez de investir em melhores condições de trabalho, em formação profissional, em melhores equipamentos, em técnicas mais produtivas, em estratégias de gestão equilibradas que permitam um crescimento real e não um balão de ar que rebenta ao mais pequeno toque, como seja uma crise ou um aumento(zito) dos vencimentos nos níveis mais baixos, sim porque para as camadas mais altas há sempre dinheiro para aumentos e não tão pequenos como isso.

'Mas com os níveis de produtividade portugueses, os salários baixos daí decorrentes(...)', este é outro dos seus erros! Os salários baixos não são decorrentes da falta de produtividade - e aqui concordo consigo: não é preciso, tanto assim, trabalhar mais, é preciso é trabalhar melhor!, mas quem é que organiza o trabalho? - a falta de produtividade é decorrente de muitos factores, sendo a apregoada preguiça do português a que menos pesa, já que é mais um mito que uma realidade, basta ver os casos de sucesso - poucos é certo, mas sempre de gestão estrangeira! - para se perceber que, nem por isso, os salários sobem na mesma proporção!

Os problemas de produtividade (ou ausência dela) prendem-se muito mais com a fraca preparação profissional - e lá voltamos de novo às politicas de ensino, ou à falta das mesmas, e à má preparação escolar, bem como o fraco desempenho das nossas escolas em manter os alunos interessados até ao fim, do que resulta um abandono escolar que já não devia ser admissível...se queremos ser avançados! - mas também com uma visão estreita duma grande parte do investidor português que entende como único resultado desse investimento a obtenção de lucro fácil e não de riqueza que se reinveste para criar mais riqueza, criando assim melhores condições de vida para todos. É só fazer uma análise da pseudo indústria portuguesa, quase toda sediada no norte - onde se trabalha, pois então! - e ver-se o abrir e fechar de fábricas, seguindo a lógica do sugar o mais possível e depois...ala para outras paragens explorar outros improdutivos e atrasados! Só ainda não consegui perceber como é que a região mais rica de Portugal - como eles gostam de se apelidar - é, também, a que mais pobres (abaixo do limiar mínimo de pobreza) tem!? Quer dizer, perceber eu até percebo, eles é que parece que não.

Mas esta coisa de criar 'riqueza que se reinveste para criar mais riqueza, criando assim melhores condições de vida para todos', também não deixa de ser mais uma utopia...ou não andariam as multinacionais a abrir e a fechar fábricas conforme a mão de obra se lhes oferece mais barata e parca de exigências de qualidade de vida. É esse o avanço, o desenvolvimento, que se pretende como vantajoso para os trabalhadores?

'Só por se dizer que o melhor é "flexibilizar" um pouco as leis mais restritivas (...) não quer dizer que queiramos voltar a impor a escravatura, antes pelo contrário.'...Começando pelo fim: também era melhor que a ideia fosse voltar à escravatura! Para isso bastam os asiáticos e os seus apregoados milagres económicos e, agora, os do leste europeu. Que se fechem as fábricas, por cá e não só, para as voltar a abrir lá para o leste, ou então para se passar a adquirir mercadoria de fabrico 'made in tailândia;malásia, china, e etc.' isso é de somenos importância, afinal o capital não tem pátria, né?! Mas não vale a pena meter as aspas(zinhas) no 'flexibilizar' porque eles não se vão ficar pelas ditas e muito menos por 'um pouco'! Nestes últimos seis anos já assisti a, pelo menos, duas restruturações, na empresa onde trabalho, com algumas 'dispensas' (a expressão soft para despedimentos) à mistura e não me pareceu terem sido necessárias alterações na legislação para tal suceder. E, ao mesmo tempo, apesar da subida de produção da empresa nem por isso os vencimentos foram aumentados um chavo...nesses mesmos seis anos!

Por tudo isto é que continuo a achar que anda meio mundo a falar pró ar...do que não sabe e, menos ainda, sente na pele!

28/06/07

Já que alguém se queixou, por aí algures, que aqui 'era só' gajas vestidas e nada de nuas, bem...uma vez sem exemplo!, mas depois não se admirem se, um dia destes, postar um gajo!!!


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Haja pachorra para tanta alarvidade...

Da Literatura: SACCO & VANZETTI :(...)Mas quem é que hoje trabalha só oito horas por dia?(...)


Pois...realmente, quem????? Depois queixam-se, os profs, que os pais não querem saber dos filhos (a tradução deles para os pais que se 'esmifram' a trabalhar!); e os moralistas que o casamento está em crise e há muitos divórcios e que as gajas não querem é ter filhos por isso votam pela despenalização do aborto! Depois venham cá explicar-me como é que, a trabalhar-se dez e mais horas por dia, se tem tempo - útil e de qualidade! - para a família?!?

E há ainda os ignorantes da realidade dos que trabalham - mesmo! - essas dez e mais horas por dia sem terem empregadas em casa para tapar os buracos...é que, mesmo assim, já se ganha a dobrar aos domingos, quando estes são trabalhados...só que o dinheiro não educa filhos, nem lhes dá carinho, nem respostas quando eles precisam, nem os acompanha no crescimento duma forma saudável...mas os senhores da modernização selvagem é que sabem, pois então!

Se ser-se avançado é viver numa sociedade desumanizada, impessoal e sem direito a escolher-se o modo de vida que se sonha - ter uma família e poder sustentá-la dignamente e poder educar os filhos e poder namorar e poder gozar os prazeres da vida, etc.,etc. - sem que, para isso, tenha de nos sair o totomilhões, ou herdar da tia rica, ou assaltar um banco, ou entrar no mercado do narcotráfico das altas esferas...então eu preferia ficar atrasada!, se me fosse dado o poder da escolha, claro!, porque como não estou dentro de nenhuma destas hipóteses listadas e sou obrigada a receber um vencimento mensal, fatal com'ó destino será dizer que lá terei de ir pró rol dos 'avançados', para continuar a encher o bandulho dos jogadores da bolsa...

24/06/07

Com franqueza, Maite!

...só a menina pra me meter no Barroco e, ainda por cima, me escolhe um estilista dado aos romantismos...esse 'seu' Villaventura, vai lá vai!, deixou-me à nora...sem saber por que vestidinho me decidir, prá cerimónia dos Grelos...


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23/06/07

Com algum atraso, mas...

PARABÉNS para os
4 anos de avatares


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As palhaçadas duma pseudo-democracia...


Tal como o Carlos M., também eu me sinto envergonhada!...por todos os que lutaram por um país livre e, cada vez mais, vejo o '25 de Abril' a sumir por um canudo...

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Blog com Grelos...

...ai,ai, só um prémio - ok!, ok!, é só uma nomeação, eu sei!!! - para me fazer 'engolir'...grelos!grrrr

...e, só alguém como a Maite, para descobrir o diamante em bruto - que há em mim - por trás do calhau...que eu sou! [eu já avisei, vezes sem conta, que a modéstia não faz parte dos meus vastíssimos atributos!;-)]

Então, seguindo o mote da autora do prémio para:«(...) Mulheres, mães, profissionais que espalham a palavra de uma forma emotiva e cativante. Que nos falam da guerra mas também do amor. A escrita no feminino, em toda a net lusófona tem que ser distinguida (...).Marta F. »

...e descontando um certo exagero da cara Maite, no que a mim me toca deste mote, nomeio seguindo o mesmo:

- A quilometros de mim [*]

- little black spot

- Sem Penis, nem Inveja

- Um Amor Atrevido

- Cronicas das horas perdidas


[*1) Não sei se pode; 2) Não tem nada(!) a ver com 'retribuição de gentileza'(!); 3) Não me apetece (nada!) ter de abdicar de nomear e/ou ter de nomear outro que pese menos nos meus hábitos de leitura de blogues]

E...pena não se poder nomear mulheres/escritas inseridas em blogs colectivos, pois aí teria de nomear, inquestionavelmente, a Fernanda Câncio/1-2

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22/06/07

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«o little black spot convida-vos a conhecer melhor a , que tem um atelier (e uma loja) em crescimento e das suas mãozinhas faz sair coisas como estas. espalhem a notícia. aceitam-se encomendas, peças únicas e personalizadas.»



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21/06/07

Outro sinal do meu envelhecimentoé olhar para a minha gata e encontrar-lhe mais beleza que em muitos seres humanos que vou encontrando por aí...



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Não tendo a pretensão de opinar em áreas que me são estranhas e do 'ofício de ensinar' estou completamente a leste...não pretendendo ter os conhecimentos científicos que não tenho...não querendo meter 'foice em seara alheia'...e, principalmente, assumindo não ter lido tudo, mas do que li...entendo importante o trabalho aqui desenvolvido:«(...)Nos dois capítulos seguintes vamos mostrar que os problemas hoje existentes no sistema escolar devem-se à manifesta incorrecção científica e pedagógica dos métodos de ensino de Português e de Matemática, que foram postos em prática naquela altura.(...)»

...tudo isto me faz lembrar uma infinidade de livros que li, levada pela minha actividade nas associações de pais - alguns de autores principalmente americanos, mas muitos da autoria de professores portugueses - sobre educação; ensino; estratégias de ensino relativas a casos específicos como indisciplina; dificuldades de aprendizagem; desmotivação para a aprendizagem; abandono escolar; participação da família na vida escolar; etc., etc., etc., e dou comigo a pensar o que já pensava naquela altura: os problemas estão quase todos teorizados; possíveis soluções/estratégias estão, muitas, documentadas e algumas estudadas, praticadas e com provas dadas, mas...por cá nada parece resultar, nada parece valer a pena e...nada se faz!, para lá das contínuas acusações mútuas; das eternas auto-vitimizações dos professores; das, também, eternas demissões dos pais em exigir um ensino de qualidade, também nas escolas públicas.

Assim sendo, servem para quê, esses livros? E os estudos? E as propostas? E as escolas? E a cultura?

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20/06/07

"O País está em crise educativa generalizada, resultado das políticas governamentais dos últimos 20 anos..."

Comecei por escrever um comentário, mas alonguei-me tanto que prefiro postar!...

Naturalmente que esta é «A» forma adequada para se enveredar por esta discussão: 1)análise de possíveis causas da situação catastrófica em que se encontra o ensino em Portugal; 2)identificação dos reais responsáveis; 3) possíveis soluções; 4) congregação do esforço de todos os intervenientes e, em especial, de todos os lesados, para que as coisas mudem realmente... para melhor!...e por aí fora...

Assim sendo, naturalmente não são os professores, muito menos os pais e/ou os alunos, os culpados!, são sim - como muito bem diz JC - 'as políticas adoptadas, em especial, nestes últimos 20 anos' e isto toca, não só os governos socialistas, mas também (e muito!) nos dos sociais-democratas...tenhamos bem presente que o caos é de há muito mais tempo que 4 ou 5 anos e pretender deitar as culpas nos pais ou no governo do momento é mera desonestidade intelectual!

Ora, o que se nota nesta discussão - e no meu caso 'conheço-a', como mãe preocupada e encarregada de educação assídua e participativa na vida escolar, +ou- menos desde esses 20 anos (o meu filho mais velho tem, precisamente, 25 anos) - é, por um lado, uma demissão da parte dos professores - em geral! - das suas reais responsabilidades e da parte dos pais uma falta de investimento numa cultura de participação mais activa - isso permitiria exigir qualidade com racionalidade! - mas dos pais classe-média!, porque aos pais que são obrigados, por força das circunstâncias do meio sócio-económico em que vivem, e que orientam o seu 'viver' num círculo vicioso de trabalhar, com a precaridade que nos é conhecida, para sobreviver sustentando-se e sustentando a família nos níveis mínimos e quantos nos níveis abaixo dos mínimos!?!, pouco mais lhes é dado fazer que não seja ouvir as contínuas acusações vindas da escola sem que, em contrapartida, lhes sejam dadas quaisquer ideias de possíveis soluções...isto enquanto não se cansam de ouvir sempre o mesmo e de se sentirem as pessoas mais imprestáveis deste mundo (e sabe-se muito bem o quanto a falha perante os nossos filhos nos leva a sentir os falhados mais falhados deste mundo!), acabando por desistir de continuar a ir à escola sabendo que aquilo que vão ouvir é sempre o mesmo...

Elaborar 'programas de recuperação' onde se inscreve que...

...da parte da família tem de haver:


1)um maior acompanhamento da vida escolar do aluno, verificando-lhe continuamente a assiduidade - quando os pais saiem de casa tantas vezes antes dos filhos, sendo obrigados a deixá-los entregues a si proprios ao longo do dia, por incapacidade para pagarem atl's, ou colégios a partir do 2º ciclo...

2)acompanhamento do estudo, certificando-se que o aluno faz os trabalhos de casa e mantém o material escolar nas devidas condições - quantas vezes nem dinheiro há para comprar os livros, os cadernos e outros materiais pedidos pelos profs!, quantas vezes nem dinheiro há para dar uma alimentação adequada para uma criança!, isto já para não falar da incapacidade cultural, de muitos pais, para ajudarem os filhos nos tais trabalhos de casa...

3)sensibilidade para transmitir as noções adequadas de comportamento dentro duma sala de aula por forma a impedir comportamentos indisciplinados - esta é a forma soft para dizerem aos pais: 'eduquem os vossos filhos, porra!', mas que na realidade pretendia muito mais dizer isto: 'e, de caminho, inventem uma poção mágica que substitua um professor que não sabe impôr disciplina num espaço que é seu!'...

...e à escola compete:

1) Elaborar programas de recuperação - que, de todos os que vi para diferentes alunos, eram sensivelmente iguais;
2) Organizar aulas de compensação para os alunos interessados - que dada a falta de profs e pessoal auxiliar tem de se reduzir ao mínimo e, mesmo assim, ficam dependentes da boa vontade dos profs q, muito bonzinhos, se disponibilizam para tal...
3) Alertar os E.E. para as faltas dadas e/ou tpc's não efectuados e/ou comportamentos menos correctos esperando, de imediato, uma resposta - estes alertas verificam-se, na grande maioria dos casos, com cartas enviadas no final de cada periodo!
4) Encaminhar o aluno para o gabinete de Psicologia da escola - mas depois o psicólogo que está atribuido pr'ai a mais 3 ou 4 escolas acaba por ver o aluno uma vez num ano...isto se o aluno não tiver conseguido escapar-se sem que ninguém dê por nada, ficando o E.E. sem saber sequer se ele foi, quanto mais de quaisquer resultados!

E no final disto tudo 'exige-se' que o E.E. assine tal 'programa' comprometendo-se, assim, na recuperação do seu educando...e se o aluno não recupera não será porque:
1)as aulas de recuperação nunca chegaram a existir, pelo menos no número que estava programado e menos ainda com a qualidade que se esperaria para obter resultados - mas disso ninguém é responsável...na escola!, a culpa é do ministério que não 'deu' profs!
2)ou porque os E.E. não foram alertados atempadamente dos problemas com faltas e/ou tpc's e/ou comportamento, claro que sem culpa da escola! - isso é culpa do ministério que não 'dá' profs e os que existem já muito se esfalfam!...
3) muito menos da falta do possível apoio do Psicólogo - mas isso também não é culpa da escola já que tem lá um Psicólogo mas ainda ninguém percebeu para quê!?!

Depois disto tudo é claro - claríssimo! - que um aluno não tem a sua recuperação dependente deste programa...se assim fosse estava bem tramado! Resultado? Os pais que podem desdobram-se em deslocações à escola reduzindo, tantas vezes, o magro rendimento familiar- e é claro que esta 'coisas' tocam sempre às mães - pagam explicações a pseudo-profs que mais não fazem que tomar conta, porque ensinar convenhamos seria tarefa dos professores. E os que não podem acabam a engrossar os futuros contingentes que alimentam os números vergonhosos do abandono escolar em Portugal! Ah!, mas ao que parece tendo sido esta 'coisa' dos 'programas de recuperação' uma invenção dum qualquer governo e a que estavam obrigadas, por lei, as escolas veio outro governo e pufff!, acabou com a lei pelo que actualmente já só por muito boa vontade das escolas e dos profs é que se fazem 'programas de recuperação'. Também...para fazerem o que faziam bem se podem poupar...a eles, aos putos e a nós, pais!, sempre se pouparam umas quantas munições desta guerra absurda e estúpida entre família e escola...

Ora, há nisto tudo uma coisa que não é inteiramente verdade: quando dizemos que a culpa não é dos professores e/ou dos pais...estamos errados, todos nós! É culpa nossa, sim!, porque as políticas são implementadas por políticos que acedem ao poder com o nosso voto! Somos nós que os colocamos lá e não sei se a ignorância que permite que se vote manipulados por propagandas financiadas pelo poder económico - que é quem, afinal, nos governa! - e a quem não interessa, mesmo nada!, um povo culto, nos inocenta!?! E é aqui que eu continuo a atribuir uma quota parte maior de culpa...aos professores! Como grupo de cidadãos mais e melhor informados, com mais acesso à cultura, com mais capacidade reinvindicativa, nada têm feito, de fundo, para atacar as políticas desastrosas e culturalmente criminosas que se têm praticado neste país! E convém não esquecer que, por trás de muitas medidas e experiências levadas a efeito, têm estado professores a assessorar os tais políticos...

Agora, importantes são estes contributos. Assim exista capacidade de mobilização para os levar à pratica...

18/06/07

Esta questão da objecção de consciência, no caso dos médicos face ao aborto (1 / 2), faz-me lembrar a trabalheira do caraças que era para alguém declarar-se objector de consciência face ao serviço militar obrigatório. Ah pois, mas...que alguém se assuma perentoriamente contra a possibilidade de pegar numa arma, ou mesmo dum outro modo participar uma acção de guerra, não é bem a mesma coisa...inviabilizar a possibilidade a uma promessa de vida é bem mais importante que destruir vidas aos milhares, ou mesmo às centenas, ou às dezenas, ou mesmo só uma!Claro, eles - os doutrinadores da vida alheia - é que a sabem toda!

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O circo continua...

«(...)
Se há coisa que verdadeiramente me enoja é a desonestidade renitente e a sistemática má fé na interpretação das posições dos outros e na proclamação de ‘verdades’. Escrevam o que quiserem, o país é livre (por mais que agora se queira fazer crer que voltou a ditadura). Mas não reescrevam o que eu escrevo. Esse é, exactamente, o fulcro do estalinismo, como o de todos os totalitarismos: anular o que o outro é, faz e diz, inventando-lhe uma história à medida das necessidades da ideologia e do ‘bem’. Se não se importam, essa é uma abjecção a que eu objecto. Em tranquilíssima consciência.»
Fernanda Câncio in

Curioso...porque será que os objectores de consciência, neste caso, estão (ou o são!?) apenas no sector público??? Pois...'tá-se mesmo a ver uma clínica privada a admitir um médico...objector! Ou um médico objector a abdicar de exercer no privado!Ah pois...'tá-se mesmo a ver!!!

De todo o post da f. citei apenas o último parágrafo porque, o mesmo, se aplica a uma série de situações/questões/pseudo-discussões que se vão desenrolando, por essa blogosfera fora, mas que nunca levam a nada...porque aqueles que se permitem opinar e sentenciar sobre 'o mal dos outros', sem nunca lhes conhecer/sentir os efeitos, usam e abusam da desonestidade a todos os níveis para tentarem fazer passar as suas ideias feitas de basófia e moralismos bacocos.

Eu, sinceramente, cada vez menos me apetece argumentar com idiotas e demagogos. Gabo-lhe a pachorra, f.

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17/06/07

Para os que se acham imbuídos duma missão moralizadora e/ou de educadores do povinho, quando escrevem num blog...convinha olharem menos para o próprio umbigo e mais para a realidade...um blog é isto...


Da Literatura: DOMINGO«(...)Hoje, os blogues são os cafés que não há. Sem querer melindrar os que têm em alta conta a sua missão, tenho para mim que escrever num blogue é(...)Nos blogues não. A espiral do ressentimento não conhece regras que não sejam as da autofagia. É pena.»

14/06/07

Depois eu é que estou louca...pois...

Para os que insistem - à força e em força! - em fazer crer que o mal de todos os males da (des)educação geral do nosso Portugal(zinho) é culpa, única e exclusiva, dos ineptos pais e encarregados de educação, aqui fica um entre variadíssimos cenários do mesmo tipo...nada ficcionado!


...algures numa escola de 2º ciclo, ali prós lados da 'área da grande Lisboa'...
  • E.E. recebe (hoje!) carta - em correio azul! - da escola do seu educando convocando para uma reunião com a D.T.+Cons. Executivo. Alarmada, por tal 'comissão de recepção', pergunta ao puto que raio fez na escola para tal convocação. O puto responde que hoje(!) foi o último dia de aulas e que...'chumbou' com...não sei quantas negativas;
  • E.E. pede ajuda a familiar próximo que larga o trabalho a kilometros de distância e lá vão rumo à escola;
  • São recebidos pela DT(!) que informa ter o aluno uma série de faltas que precisam ser justificadas.

-... 'mas o aluno não está 'chumbado'???
-...sim, mas eu preciso que estas faltas sejam justificadas...
-...mas e só agora é que informam o E.E.?
-...pois, sim...mas eu não posso andar sempre a enviar cartas...
-...mas se o aluno está 'chumbado' para que são precisas as justificações das faltas?
-...pois, realmente...assim sendo não é preciso, não...


Se isto não é uma cena completamente estúpida e surreal eu vou ali e já venho! Oh c'um caraças...que merda vem a ser uma coisa destas? Que raio de inteligência é esta que convoca para uma reunião, sem referir o assunto, via correio azul - se calhar porque o assunto é completamente estúpido, tendo em conta que o aluno não transitou de ano e as aulas acabaram! - quando a escola (e em especial a DT!) sabe, pelas diversas deslocações já levadas a cabo ao longo dos dois anos lectivos transactos, que o E.E. em causa é a bisavó do puto - a pessoa que detem o poder paternal, por se tratar de criança cujos pais já faleceram, circunstância (entre outras) que motivaria um acompanhamento ao aluno a diversos níveis e que não é prestado por...falta de meios!?! - e quando, ainda por cima, não informaram atempadamente que as referidas faltas haviam sido dadas, ou seja no decorrer do período, em vez de ser no último dia de aulas!?!


Não faço ideia do número de faltas dadas e, uma vez que se chegou à conclusão que, em face da não-transição, eram descabidas as justificações, presumo que não deviam ser em número significativo, caso em que aí, sim, implicaria uma certa responsabilidade da DT e da escola em procurar justificar essas faltas...sob pena de, em determinadas circunstâncias, ter de ser enviado processo para a respectiva Comissão de Menores (CPCJ) e isso, porra, era cá uma trabalheira do caraças! Ou seja: bardamerda para os interesses da criança, importante é não ter de ficar com mais uma 'borucraticezinha' entre mãos!


E que não se venha com a treta de que é 'um caso isolado'. É...uma ova! Conheço e tenho ouvido falar de muitos do género, quase tantos quantos os alunos problemáticos, indisciplinados, e etc.



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11/06/07

O Rui Tavares deve ser uma pessoa muitooooo tolerante...

...mas, eu que até nem o sou, não acho que o assunto tenha ficado encerrado e se ficou, ficou mal!

A 'estória' conta-se em três tempos:
  • O Rui Tavares detectou, ao que parece por lhe terem chamado a atenção para tal, que havia sido plagiado no Notícias de Viseu...
  • O Notícias de Viseu, após um post do RuiTavares, ao que parece, envia-lhe uma mensagem - via mail, presumo - com pedido de desculpas, mas...no jornal - online - tudo continua na mesma...
  • «Opinião:O ideal universitário
    Há qualquer coisa no ideal universitário que o torna difícil de explicar, apesar de ser tão simples. O ideal universitário são as ideias. Ideias sobre como são as coisas, sobre como funcionam, sobre como deveriam funcionar, ideias sobre ideias. Algumas dessas ideias são conhecimento, outras são comentário, outras criatividade, a maior parte delas um pouco disso tudo.(...)A. Amaral 02-Mai-2007»
Afinal de contas de que servem os pedidos de desculpas se o mal não foi corrigido? E, afinal, nem sequer era o primeiro plágio! É claro que tudo isto nada me diz directamente respeito, mas...se o assunto foi tornado público e colocado online, o desfecho nestes termos - bacocos e pouco mais honestos que o acto de plagiar descaradamente - afecta-me como leitora em geral. O plágio não afecta apenas os autores, mas também os leitores que assim são tratados como idiotas!
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10/06/07

Alguns sons que me ajudam a reconciliar com a Humanidade...


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(Magritte)/"Quando abarcarmos esses mundos e o conhecimento e o prazer que encerram, estaremos finalmente fartos e satisfeitos?",WW

Atente-se, ou...um dia destes, do Homem diremos nada!

«(...)De certa forma, a História e a Memória ajudam a criar um modelo de cidadão indesejável nos tempos que correm, porque será necessariamente, pelo menos em parte, um Homem Velho por ter dentro de si o conhecimento, mesmo que parcelar e parcial, do passado. E os novos tempos querem um Homem Novo, o mais vazio possível para que seja possível impregná-lo com tudo aquilo que a propaganda de hoje quer fazer passar como sendo os valores essenciais da modernidade tecnológica, mas que mais não é do que a redução dos indivíduos a autómatos.
É Richard Sennett (A Cultura do Novo Capitalismo, 2007, pp 14-15) que escreve que nas condições instáveis e fragmentárias em que vivemos só um determinado tipo de ser humano está em condições prosperar e que um dos desafios a que deve responder é o da «renúncia», que se traduz numa «forma de desprender do passado».

O Homem Velho terá sempre a capacidade de fazer comparações e, nessa operação, aperceber-se da pequenez das figuras que hoje parecem agigantar-se apenas pela sombra que projectam devido aos holofotes que lhes colocaram por trás.
O Homem Novo tenderá sempre para ser crédulo e aceitar o que lhe é dado, porque nada tem de seu e tudo recebe de forma acrítica. O traço de personalidade típico do consumidor ávido de novidades, que «deixa de lado bens antigos, mesmo quando são perfeitamente utilizáveis» (Sennett).

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Uma discussão muito interessante, onde cheguei via Insónia...

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«De modo que entre as duas partes em que o ser se divide,
tem de existir um sistema infindável de fés recíprocas,
infindável como as imagens de um espelho reflectidas noutro espelho.»

Gonzalo Torriente Ballester, Don Juan

publicado por vbm
["(Agora, em fóruns, ando no Ex-Citador, onde me detestam ou ignoram, lol.)"...é sempre assim, meu caro, sempre assim;-)...nos tempos que correm, mais importante é o parecer que o ser...logo, ignore-se e/ou 'odeie-se' quem tem algo para dizer...]

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Dos saudosos tempos dum 'famoso' chat ou fórum(???)...quando ainda havia alguma consistência entre o parecer e o ser...

A UM BURRO CIBERNÉTICO
DA COSTA DA CAPARICA
QUE RESPONDE AO NOME
DE TOTAKI TOTAPOLOS


Ele há coisas que acontecem
Que deixam um homem pasmado
Agora até aparecem
Burros em frente ao teclado

Rapazes isto promete
Já ouvi aqui um zurro
Um asno na internet
Não passa dum ciberburro

As árvores genealógicas
De burros faço-as também
“Totó” da parte do pai
“Polos” é mister da mãe

A mãe está desculpada
Nunca me fez mal nenhum
É que uma besta quadrada
Pode parir qualquer um

Isto aqui não há marosca
É como digo maralha
Este burro está com a mosca
Ou então cheira-lhe a palha

Não te vás que é uma perda
És uma besta esforçada
Deve ser de carregar m...
Da Costa ao centro de Almada

1997-02-17
Aníbal Raposo




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Parafraseando já não sei quem...

...hoje sinto-me assim:
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Uma natural sequência para os meus últimos posts...

«é o fim da blogosfera as i know it and i feel fine
(...)mas não foi isso. nem férias: não estive de férias.não me tem apetecido. até dei umas voltinhas na blogada e vi umas coisas daquelas que normalmente me poriam a rosnar tipo mutley mas limitei-me a suspirar de enfado.
(...)
Terça-feira, Junho 5, f.»

***
«sem titulo, sobre lap top
uma vez instalado o silêncio, o silêncio instala-se. nada do que surge parece urgente. nada do que se pensa dizer parece suficiente. nada vale o fim do silêncio. e, no entanto, ao fim de algum tempo, qualquer coisa serve. até falar sobre o silêncio para acabar com o silêncio.
Sexta-feira, Junho 1, f.»

...curioso!?!, porque será que apesar da apregoada filha_da_putice das gajas é nestas que menos (ou raramente) se evidenciam as orgias egocêntricas???

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Com um agradecimento especial ao Luís...

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Ele há egos tão inflamados...

...mas tão inflamados!...que transformam qualquer escrita, passível de ser interessante, numa coisa intragável cuja reacção ameaça transformar-se em... vómito!

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08/06/07

Nós e o outro (I)

Uma das desvantagens do envelhecer é que tudo começa a parecer-nos demasiado visto, demasiado conhecido, demasiado previsível. Quem diz tudo diz todos, toda a gente. Já (quase) nada nos surpreende, (quase) ninguém revela merecer o esforço do conhecimento e o encanto, o frenesim, da descoberta do outro começa a revelar-se uma aventura destituída de prazer, tal o cortejo de lugares comuns, de faz-de-conta, de máscaras, de imposições dum imaginário vazio e destituído de qualquer tipo de emoções e/ou afectos. Ainda o outro vem pra cá e já se lhe adivinha o pra lá...ainda a 'promessa' vem no ar e já se adivinha o desencanto... Enfim, envelhecer é perceber que (infelizmente!) já quase não nos enganamos e perceber, também, o quanto isso - agora! - nos é fatal. Ter razão, porque se aprendeu a ler os mecanismos antes mesmo deles se desenharem, é uma vitória demasiado amarga que a vida nos concede. Ou uma partida demasiado cruel.

No meio de todos estes ganhos-e-perdas da vida há uma coisa de suprema importância e que muito nos diz da nossa relação com o outro: o riso! A capacidade de rirmos com o outro marca a relação com laços bem mais inquebráveis que muitos outros tipos de partilha. Porque rir é difícil e fazer rir ainda mais. Encontrar alguém que nos faz rir, rir expontaneamente e sem um propósito definito de antemão, é um 'dom' que só a poucos é dado saborear. Encontrar alguém que nos faz rir, quando tudo nos levaria ao choro, é uma dádiva só permitida às 'almas gémeas' e, por isso mesmo, ninguém entende a razão daquele riso...

E perder alguém que nos facultáva o riso solto é perder uma parte da vida que, teimosamente, iremos tentar recrear num qualquer outro que se nos depare, daí para a frente, numa recusa perversa de enfrentar a verdade: o eterno retorno é uma farsa que nos vendemos numa vã esperança de eternidade! O que perdermos, nesta vida, nunca mais o recuperaremos!

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07/06/07

Dando uma de nostálgica, com as estas 'pérolas de antiguidade', à conta do

"avatares de um desejo"


Nem mais!

7.6.07

BLOGOFRÉNICOS
Os bloggers que teorizam sobre a blogolândia como se a conhecessem. Lêem sempre os mesmos blogs, conhecem-se todos uns aos outros – directa ou indirectamente -, citam-se, linkam-se, encontram-se, para depois criticarem a blogolândia como se ela fosse o que eles são. Há algo de esquizofrénico nesta atitude de olhar para o mundo como se o mundo mais não fosse do que a esfera em torno da qual circula a nossa luz. A crise que vêem não é outra senão o estado crítico em que vivem.
posted by hmbf




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05/06/07

'Qu’il est doux de ne rien "dire" quand il s’apparente au dire...'

[Um dia, com muita paciência e alguma ajuda, tentarei trazer aqui a tradução deste belíssimo texto...um dia...]
[A.AKHMATOVA]
Repentirs?

Comment l’exprimer? Le silence est l’instant d’après comme on dirais que "la parole est une aile du silence". Aujourd’hui, je dirais à propos de lui qu’il est comme une subtile concrétion que l’eau a désertée depuis longtemps, et que le vent éparpille aux alentours sous forme des minuscules grains de sable. Le silence est le résidu de ce passage, la demeure de ce qui n’est plus, le définitif.
Renoncer à la parole n’est pas, quelque chose que l’on choisi, mais qui s’impose par la force des choses. Une absence très visuelle en somme... peut-être le contraire d’un être au monde, bavardage ou l’on se souviens encore des mots et de leur place dans le monde des vivants; silences, surabondance de non dits, grand vacarme de la conscience, ou le commencement d’une paresse ensommeillée? Qu’il est doux de ne rien "dire" quand il s’apparente au dire...
Vingt quatre heures sur vingt quatre le monde est désormais un torrent qu’il importe de tenir à distance. C’est exactement ce que je n’arrive pas à faire.

Curieux comme les choses vous viennent à l’esprit : Comme si elles provenaient de quelque région que malgré un sommaire état de veille, l’on voudrait maintenir (et pour des raisons obscures), hors sujet, Kafka dans son journal parle de "point quelconque situé vers le milieu".
Il est de ces lieux qui ne sont pas à proprement parler des lieux géographiques et qui relèvent d’une géométrie intime toute particulière, F.Pessoa aurait sans doute parlé d’une grande périphérie au tour d’un improbable centre ou de quelque chose de ce genre. Pour sur l’on pourrait tenir que ce lieu porte en lui quelque chose de diffus se définissant de l’intérieur : ce point d’équilibre est le point absent.

À l’âge du Web et des mobiles en tout genre, alors que la planète avec ses neuf milliards d’individus n’a jamais été aussi peuplée, jamais la distance entre les hommes n’a paru aussi grande ce qui la rend au demeurant encore plus exiguë. Question, à quelle distance raisonnable doit se tenir l’individu de ses semblables pour ne point en souffrir d’une trop grande proximité ? (de l’autre ou des autres)? Il est vrai que certaines distances se mesurent moins selon des critères métriques qu’en termes de marge de tolérance...Peut-être qu’une savante théorie scientifique quantifiera un jour les limites possibles en termes de contiguïté physique…On n'est pas sorti de l’auberge.

posted by ab at
5/16/2007


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