27/05/04

Em resposta à suposta ignorância e estupidez de Eu(zinho) ...:->

"Quanto à estupidez ali zurrada pelo animal “quid novi” em questão [foi este o (teu) nick q usei para identificar a resposta ao post], começa com os seguintes argumentos : “eh eh eh eh”; “treta deste texto”; “bla bla bla”; “pardais ao ninho”; “paleio soviético” (?!). Por si só isto já bastava para derrubar Atlas ele mesmo, mas continua : “Retirar (isolar) Nietzche do seu (dele) tempo é mesmo de aprendiz... Nietzche só existe no "universo" germanico pós austro-húngaro em que o mundo girava à volta do umbigo imperial. Mas, até isso (essa noção de super-homem centrado no império) veio por água abaixo com o atentado de bem sucedido ao Chico José... 9 milhões de mortos depois, Nietzche é uma gargalhada no caminhar da humanidade. Pos isso, só sorrio com as atoardas deste calibre ...”

Será interessante reparar que o javardo nem sequer sabe escrever o nome do filósofo em questão, (erra-o 3 vezes em 5 linhas, não é distracção), o que vem provar, em reforço asinino do que diz, o quão familiarizado está com a sua filosofia. O que está ali vomitado é um absurdo absoluto, como bem disse o Vasco, pois a filosofia é uma corrente contínua de pensamento que se vai aperfeiçoando, que bifurca, que se reúne novamente, através de vários autores. Por muito diferentes que sejam as ideias dos presentes daquelas dos que os antecederam, umas não seriam possíveis sem as outras. Se é óbvio que o tempo e o lugar em que vives são importantes para a determinação do que pensas, também é sobretudo verdade que o que pensas não se limita ao tempo e ao lugar em que vives. Porque nesse caso, da Vinci apenas seria apreciado e compreendido por italianos e durante o Renascimento, Pessoa por portugueses, Kant por alemães, etc. Aquele absurdo cresce em intensidade quando se torna relativo a Nietzsche. Existem autores que são considerados universais porque os assuntos de que tratam são, como é óbvio, universais e intemporais. Isto é verdade em literatura como em filosofia. Ora do que trata a filosofia de Nietzsche? Segundo Deleuze, (para quem não sabe, Gilles Deleuze foi somente o analista mais respeitado e conceituado de Nietzsche), o projecto geral de Nietzsche consiste nisto : introduzir em filosofia os conceitos de sentido e de valor. No meu texto não falei de outra coisa : de sentido e valor. A definição de super-homem é essa mesmo : aquele que se substitui a deus na criação de uma nova tábua de valores. Agora pergunto eu : como é que isto se relaciona com o universo germânico? Com o império Austro-Húngaro? Super-homem centrado no império?! (De onde é que se deduz isto?) Nove milhões de mortos depois? (O Holocausto? E Nietzsche com isso? Vou ter de explicar isto outra vez?) Como vemos, não existe relação alguma. E os conceitos de sentido e valor, têm alguma relação connosco? Sentido e Valor terão algum significado para as gerações vindouras? Serão estes assuntos determinantes para a Humanidade? Ouso pensar que sim.

Quanto ao conceito nietzscheano e schopenhaureano de Vontade, é tão-só a pedra basilar do conceito moderno e psicanalítico de inconsciente, portanto, também nada tem de universal, não é verdade? Como todos sabemos, só os alemães é que têm inconsciente, assim como só eles se preocupam com sentido e valor.

Quanto ao facto de ser aprendiz, sempre fui, sou-o e sempre serei. Tenho 12 anos de estudo afincado de Nietzsche na carola mas reconheço que todos os dias aprendo algo novo, todos os dias ponho em questão o que sei. Isto permite-me, se não outra coisa, pelo menos não dizer baboseiras daquele género.

Nietzsche é o autor mais lido (pelo menos o mais comprado, é sempre bom tê-lo na estante; também fica sempre bem ler duas ou três linhas para as regurgitar sem se perceber o que significam) e o mais incompreendido da filosofia. A culpa é muito dele, claro, que escreveu de modo a ser ruminado como aconselhava; esqueceu-se, ao dizer aquilo, que a maior parte da humanidade ao seguir o seu conselho foi efectivamente de joelhos para o prado. E lá ficou, aparentemente.

Tenho de dizer que estou farto de lançar pérolas a porcos. Quando não compreendo alguma coisa, calo-me, ouço e tento aprender. É o que acontece nestes fóruns quando falam de assuntos que não domino. Mas Nietzsche, filosofia em geral, conheço e domino perfeitamente, salvo alguns autores, obviamente, cujas ideias não aprofundei por não me interessarem."


DeusExMachina, 27.05.2004 04:49, num fórum sapista...

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...o q, muitas vezes, os pavões não entendem é q ao fim de muitos anos a bater nas mesmas teclas - e já são mesmo muitos anos, né, Eu(zinho)!? - já não apetece andar pr'aqui - em fóruns, em especial! - a dar milho aos pardais [ou a lançar pérolas a porcos:->] e só apetece, mesmo!, largar umas bojardas!!!... para depois ficar a ver os pavões furiosos por se lhes cortar as vazas para poderem continuar a pavonear-se...os outros, os q gostam mesmo de partilhar, esses não ficam tão enfurecidos com a ignorância alheia...:->

...depois, quem estuda (mesmo q não ande a apregoar q o faz!:->) há tanto tempo qualquer filósofo (ou outra matéria) já aprendeu(!) q não é num qualquer fórum da treta - como os sapistas! - q se pode (e deve! e consegue!) discutir entre iguais q é onde e como se deve tratar da coisa filosófica!... se é q se está de boa fé e não a pavonear o rabo!...ou em mera conversa da treta...q é para o q servem os fóruns sapistas!:->

...qt a filosofias e filósofos, por mim, fico-me pelas leituras...dos q gostam de partilhar!, pq de pavões estou eu cheia!!!:->

2 comentários:

amok_she disse...

Repescando comentérios perdidos:

You promised me the ending would be clear
You'd let me know when the time was now
Don't let me know when you're opening the door
Stab me in the dark, let me disappear

Memories that flutter like bats out of hell
Stab you from the city spires
Life wasn't worth the balance
Or the crumpled paper it was written on

Don't let me know we're invisible
Don't let me know we're invisible

(...)

:-) ***** meu!



ps (só p'ra ti) : o top 5% era muito mais "trabalhoso" , hein? :-)
Eu(zinho)
Data: 31/05/2004 18:40:42

amok_she disse...

Repescando comentérios perdidos:

Um deus mecanicista... descido à custa de suór de quem aguenta as cordas.. e a gritar histericamente as "hossanas" do "piaimento" dos iniciados... hummm ... Humpty Dumpty me acuda!!!
Ó meu! Se gostas que te capem o pensamento, s e gostas de igrejinhas e de padrecas e da submissão, então, nada a contestar á tua diarreia mental. Nietzche (terei escrito bem???) só se "safa" no "A vontade do poder" ( e, mesmo assim, porque hoje estou bem disposto...).
Ó deus da máquina grega (gregária?) : nem Pessoa ( na sua vertente de Álvaro) te responderia melhor:
"O que há em mim é sobretudo cansaço
Não disto nem daquilo,
Nem sequer de tudo ou de nada:
Cansaço, assim mesmo, ele mesmo.
(...)
Um supremíssimo cansaço,
Íssimo, íssimo, íssimo,
Cansaço... "
Eu(zinho)
Data: 31/05/2004 18:08:48

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E, depois, ó deus menor maquinal, o teu desconhecimento do que é o "paleio soviético" toçhe-me a discussão: é impossível terçar argumentos com gente maquinalmente atrofiada.

Nestas alturas, dá-me ganas de aconselhar o "Bring Me The Disco King" : pelo menos, sabemos que o King não vai nú...

Nesciebamis semel unum singulum esse , ó néscio deus maquinal...
Eu(zinho)
Data: 31/05/2004 18:34:19