07/03/08

Insónia: INFELIZ »(...)Em dez anos de ensino, repartidos pela escola pública, privada, formação profissional, explicações, etc, deparei-me com situações aberrantes que só um completo laxismo dos professores tornou possível. Também tive colegas muitíssimo competentes, gente disponível, inteligente, dinâmica e cheia de vontade.(...)«

Há anos que digo a mesma coisa. Como mãe (de dois rapazes, de 18 e 25 anos) e, tendo passado pelo movimento associativo de pais e encarregados de educação desde o primeiro, sempre vi exactamente o que ali em cima transcrevi do post do Insónia. Várias vezes o repeti aqui e noutros sítios e sempre tal foi visto como sinal de estupidez, burrice, até mesmo má fé da minha parte e por extensão dos pais/encarregados de educação, isto vindo de professores claro.

O grande drama desta questão - a guerra dos professores contra o ministério, os pais, os alunos, ao que parece contra o mundo e na realidade até contra eles próprios - é que não se vê uma luta digna contra os erros políticos que se têm cometido, não apenas por este governo, mas por todos. Houvesse verdadeiro interesse em investir na educação em Portugal e as coisas teriam sido muito diferentes desde o 25 de Abril. Mas também não sejamos ingénuos: a que tipo de poder interessa uma nação culta? E convenhamos que aos professores - em geral! - também não é coisa que esteja nos seus horizontes de interesses. Serem bem pagos; terem privilégios inerentes a uma classe de elite (esquecem que esses tempos já lá vão); serem intocáveis nos erros cometidos (e quantos não foram, à conta de reformas inventadas sem rei nem roque, apenas obedecendo a bajulações ao poder a troco de tachos)...é quase tudo o que lhes interessa nas suas benditas carreiras! Ver tudo isto colocado em causa e, pior, ver que uma grande parte da nação está contra eles, porque pais e mães que lhes sofre as consequências de todos os seus boicotes e lamurias, quando não represálias, é ao que parece o motor principal que os move.

E no entanto, apoio que os professores deste país tenham resolvido descer e subir até Lisboa para se manifestarem...porque algo (tudo) está podre neste 'reino da dinamarca'. Pode ser que no meio do maralhal surja uma qualquer luzinha que os faça ver como, onde e por que lutar...verdadeiramente! E que não se limitem, apenas, aos seus umbiguinhos! Para que prosas destas (excluindo os comentários finais onde, como sempre, se espalham ao comprido!) possam ser levadas à pratica.


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(Magritte)/"Quando abarcarmos esses mundos e o conhecimento e o prazer que encerram, estaremos finalmente fartos e satisfeitos?",WW

1 comentário:

Anónimo disse...

Quando se fala com base em caricaturas, o discurso é caricatural. Vou, por momentos, também embarcar nessa!
Neste ano lectivo, para não me estender demasiado, tive contacto com pais interessados e responsáveis. Mas, infelizmente, são uma reduzidíssima minoria. Vários exemplos:
- muitos, mas mesmo muitos são os pais que assinam os papéis de justificação de faltas e deixam ao cuidado dos seus filhos a chatice do seu preenchimento(estou a falar de miúdos com 12, 13 anos);
- pais que criticam violentamente, e em situação de reunião oficial, os professores por chegarem pontualmente às suas aulas (acusando-os, por isso, de serem responsáveis pelo mau comportamento dos alunos, visto a sua pontualidade irritar as pobres criancinhas);
- pais que ameaçam o director de turma de fazer marcas no corpo dos seus filhos e irem queixar-se dele à polícia; isto para fazer com que o dt pare de telefonar para casa a chateá-los por causa do comportamento do menino.
Não há dúvida, vendo bem, o sr. Albino Almeida da CONFAP representa bem estes pais.
Claro que há alguns pais que estão absolutamente alarmados com a destruição operada pelo governo nas escolas. Mas é evidente que você não pertence ao este reduzido número.
:)) Bom, que tal me saí a jogar o seu tipo de jogo? Como caricatura (e repare que não exagerei rigorosamente em nada do que escrevi, é tudo rigorosamente verdadeiro) não está mal, pois não? Claro que não consigo ser tão elaborado como você, mas falta-me a prática e, afinal, isto não pretende ser mais que um comentário...