26/03/08

Mas...esta gente está toda louca???!

«(...)A aluna matulona que agrediu a pequena professora no Carolima Michaelis, o canastrão que filmou a cena rebolado de gozo, os delinquentes que repetidamente agrediram empregadas e alunos em Tarouca, os paspalhões que procuram destrambelhar uma professora numa aula de economia noutro video esta noite passado nas TVs, só podem ter um destino e amanhã já. Por ordens da Senhora Ministra, se as autoridades escolares não tomarem a decisão que se adequa: imediata suspensão das escolas respectivas, com divulgação pública da suspensão. E rápidos processos disciplinares, para efectivar a expulsão daqueles alunos das escolas que perturbaram e acelerar as suas tranferências para instituições adequadas, onde as suas necessidades de educação especiais sejam asseguradas pelo Estado, se os paizinhos não quiserem ou puderem tomar outras disposições.(...)[Publicado por AG] [26.3.08]»


Presumo que aquele AG se refira a Ana Gomes, certo? Pois, melhor então que continue a pugnar por se clarificar a posição do estado Português lá naquela 'guerra do voos da CIA', ou então que tente documentar-se melhor sobre a realidade das escolas e do ensino em Portugal. Mas onde raio é que ela pensa que se pode 'meter' estes alunos indisciplinados e sem aproveitamento escolar, por forma a não incomodarem os senhores professores levando-os a trabalhar mais do que estarão dispostos?!? Sim, a trabalhar mais!, porque este trabalhar mais refere-se a trabalho em prol dos alunos e não em prol da função borucratizante a que a escola está a remeter-se e a remeter os professores que querem ensinar.

Mas, mesmo passando ao lado destas questões que dizem muito mais respeito à organização da escola e menos ao ensino, perguntaria ainda: saberá, a deputada, que pouco ou nada existe de escolas especializadas para as diversas necessidades a nível de ensino especial, quanto mais se ainda lá querem meter 'estes alunos'!? Saberá, a deputada, dos problemas dos pais em encontrar escolas de ensino especial quando têm filhos que delas precisam...verdadeiramente?!? Ora, se estão a meter os alunos do ensino especial em turmas regulares, quase sem qualquer tipo de apoio e/ou melhoria das condições, como querem agora atirar com a indisciplina para escolas especiais? Ora, não seria o caso, mais prático e eficaz, de se pensar numa lei qualquer para...extermina-los!??? Já agora...

E já agora, também, para quem defende a expulsão/transferência de escola como medida/castigo para casos de violência nas escolas, pergunto eu: mas, então, se se expulsa duma escola, porque raio tem de ser outra escola a levar com o 'embrulho'??? Qual é o efeito pedagógico duma medida destas?

E ainda, mais uma coisinha...apesar de ser absolutamente contra a obtenção e divulgação de imagens sem a autorização dos visados, quantas vezes isso sucede, hoje em dia, na nossa sociedadezinha? Como convencer o tal 'canastrão' que é completamente ilícito e até ilegal a filmagem e divulgação do vídeo se a nossa comunicação social, escrita e falada, vive praticamente disso mesmo, da invasão da privacidade alheia? Basta verem-se as notícias sempre que acontece uma tragédia, basta ver a quantidade de revistas 'cor-de-rosa' à venda...é caso para dizer-se: 'bem prega frei tomáz', ou melhor ainda 'faz o que eu digo, não faças o que eu faço!'

Parece que muito opinador de meia tigela que por aqui anda se esquece que a escola apenas reflecte o que se passa na sociedade e, por certo, não é em casa que os 'jovenzinhos canastrões' aprendem estas 'espertezas'...estas e outras como 'sacos azuis', empregos paralelos à sombra de atestados médicos metidos para justificar faltas, coisa que só pode funcionar na função pública e por extensão para os profs...ou melhor ainda: obtenção de cargos à conta de cambalachos politiqueiros, troca de favores, etc, etc,...sim, porque os 'jovenzinhos_que_não_são_canastrões' nem fazem vídeos destes, nem atacam profs, esses andam em colégios privados e aprendem outras marotices para mais tarde poderem seguir as pisadas dos papás (sim que estes são papás, os outros são 'paizinhos!), mais discretos e dentro do círculo dos privilegiados...

Oh valham-me todos os deuses do Olimpo, porra!!!


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(Magritte)/"Quando abarcarmos esses mundos e o conhecimento e o prazer que encerram, estaremos finalmente fartos e satisfeitos?",WW

1 comentário:

Anónimo disse...

A violência existe nas escolas porque falta a autoridade e o castigo que seria devido por mau comportamento, indisciplina e até mesmo delinquência.

Como não se pode aplicar quaisquer castigos físicos, porque no mínimo provocam traumas psicológicos, na falta de outros castigos eficazes, resta a impunidade que serve de incentivo para que cresçam estes comportamentos anormais, nas escolas e fora delas. Eu, no meu tempo de escola fui castigado algumas vezes, mas nunca por mau comportamento, com algumas “palmatoadas” e não fiquei traumatizado por isso, nem conheço quem tenha ficado. Pelo contrário, acho que aqueles castigos eram úteis e me levaram a fazer os “trabalhos de casa”, que de outra forma ficariam sempre esquecidos a troco da brincadeira com os outros rapazes. Os castigos físicos eram bem tolerados pelos pais de todas as crianças e não consta que fossem piores pais do que os actuais.

Que castigos deverão ser aplicados aos alunos? Ficam de castigo numa sala escura? Há o risco de ser considerado violência psicológica. Além disso, quando os visados se aperceberem de que nada lhes acontece se recusarem o castigo é isso mesmo que vão fazer: recusam o castigo. E depois? São multados? Quem paga as multas? Pagam-nas os alunos ou os pais? E se não pagarem? E se não tiverem meios para isso? Qual é o castigo alternativo? Ficam impunes? Expulsam-se da sala de aula ou da escola? Não serve de nada, apenas se transfere o problema para o exterior da sala de aula ou da escola. Esses jovens irão dar azo à sua liberdade doentia noutro lugar.

Os castigos físicos são hoje todos condenáveis, mas, por vezes, são os únicos que têm algum efeito e são muito úteis até certa idade. É óbvio que me refiro a castigos físicos adequados e dentro de limites aceitáveis, mas só até aos 10, 12 anos de idade. Mas estes castigos são por ora condenados pelas nações ocidentais, pela EU e pelo nosso país. Assim, as mudanças terão que ocorrer primeiro nas principais nações (EUA, UK, França..), que a seu tempo se aperceberão da necessidade da reposição de alguns castigos físicos (Portugal nisto, como noutras matérias seguirá então o exemplo). Os pais irão aceitar e compreender a necessidade até para a protecção dos seus próprios filhos, que são as primeiras vítimas dos poucos jovens com procedimentos anormais.

Mas a partir das idades que referi os jovens já não deverão nem poderão ser utilizados aqueles castigos nas escolas, pelo que esses jovens deverão ser encaminhados para "Casas de Correcção" ou lá como lhes queiram chamar (era assim no passado e poderá voltar a ser no futuro). Estes estabelecimentos devem incutir aos jovens aí internados as regras morais de conduta e hábitos de trabalho; estar autorizados a castigar os desvios que mesmo aí venham a ocorrer, fazendo sentir aos jovens aí internados que estão a cumprir um castigo: Poderá ser normal o levantarem-se e deitarem-se a uma hora certa e tratarem eles próprios das suas necessidades pessoais, como fazerem a cama e tratarem das suas roupas. É claro que as actividades escolares e de preparação para uma vida profissional seriam também incluídas. As actividades de lazer devem ser permitidas só em dias definidos, mas podendo ser canceladas em caso de castigo.

A maioria das crianças e jovens não são delinquentes e pode ser corrigida de qualquer desvio através de uma simples conversa, mas basta um "rebelde" para boicotar uma aula e para arrastar consigo outros mais pacatos que não levantariam qualquer problema. Os colegas mais humildes são as primeiras vítimas e a escola não tem hoje maneira de as proteger.

Algo deve mudar nas escolas por forma a castigar os desvios de comportamento dos jovens, senão estamos, sem o saber, a criar pequenos “monstros” que nunca se habituarão a cumprir regras sociais, que serão uns inúteis e que viverão sempre à custa do trabalho alheio, porque é mais fácil.

Um dia as ideias que agora dominam, de não aplicar quaisquer castigos físicos, em quaisquer circunstâncias, terão que mudar: o que é hoje um conceito aceite e indiscutível será um dia posto em causa pelos futuros pedagogos. Houve no passado uma inversão nos castigos admissíveis nas escolas e outra acontecerá inevitavelmente no futuro.

Há quem diga que tudo se resolve se os pais derem educação aos filhos. Pergunto: e quando os próprios pais não a têm, como podem ministrá-la aos filhos?

Zé da Burra o Alentejano