19/05/04

Não!, caro INDE...

...as minhas palavras não foram dessa extrema dureza com que as quiseste "pintar"...foram radicais, como o são quase todas as posições que tomo levada por pressões exteriores...quando tenho tempo e espaço para tomar as minhas próprias posições sou muito mais suave, mesmo assim...não era dureza!, era apenas uma tentativa de respeitar o teu espaço assim como quem respeita a casa dos outros e nela não diz tudo o que lhe vem à cabeça!, mas...na minha casa já me autorizo a dizer o que bem entendo...tal como em espaços públicos directamente vocacionados para esse efeito, como por exempo os fóruns!:->

...ora, no que diz respeito à minha recusa em continuar a participar no espaço para comentários do teu blog, retirei-me - ao contrário do que referes isso não significa uma afirmação de que não mais falarei contigo! - porque nunca fico em lugares onde só se pode bater palmas, não se podendo vaiar, e onde só se abana com a tola sem se poder discordar...

...vem isto tudo a propósito da minha manifestação de cepticismo face ao amor altruista que tudo dá e nada espera!...eu não acredito nesse tipo de amor - com uma pequena excepção para o amor maternal e nem nesse eu acredito no altruismo absoluto - e com isso não pretendi colocar em causa a tua pessoa!...como tantas vezes sucede, por estas bandas netianas, anda toda a gente a confundir a discussão de ideias com a discussão de pessoas...

...e só mais uma coisinha: eu não posso amar palavras com que não concorde, palavras que nada me digam à alma!...já o mesmo não sucede com as pessoas... posso muito bem amar alguém com quem não concordo em certas ideias!...desde que, apesar disso, me diga algo à alma...:->

4 comentários:

amok_she disse...

...já estava à espera disso!:-(

amok_she disse...

Eu não direi como Berkeley que ser é observar e ser observado. Mas que só somos pessoas no e pelo olhar dos outros e tal nos reveste da nossa própria humanidade, nisso eu creio. Não sei que estórias são essas de 'clã', e se a algum grupo houvesse de pertencer, querer-te-ia nele porque tu sempre te reservas um lugar íntimo de ser em que a amorabilidade deve em ti ser absoluta e radical, e nisso eu creio. Mas, tu deves desculpar-me, mulher, porque bem podes achar tudo isto meloso, sem nenhum conteúdo, mas mesmo assim é a atitude que me compraz - e sempre assim o foi, em mim - para contigo. Por isso falo, quero falar agora e sempre contigo, não vá o silêncio ser sentido como ruptura que não quero.
vbm |
Data: 21/05/2004 17:49:09

amok_she disse...

Isto de amar as palavras temn sempre um "não sei o quê" (tradução livre do francês) de estupidez (para rimar com o francês... eh eh eh ).
Que é isso de amar as palavras? Que será dizer: Eu amo a palavra "ácido ribonucleico "?
Se eu disser "'Sugiro veementemente a Vossa Excelência que procure receber contribuições inusitadas na cavidade rectal', amarei mais estas palavras do que as simples "Vá levar na peida" com que normalmente brindamos terceiros?
Que é isso de amar as palavras?
As palavras são instrumentos (apesar de algumas, nas mão erradas, mais parecerem gritos de jumentos...).
E os instrumentos usam-se quando nada mais existe que nos distinga dos outros: é a antiquíssima guerra entre "forma" e "conteúdo" com que nos enrolam os que nada têm a partilhar.
Eu(zinho)
Data: 20/05/2004 17:54:56

amok_she disse...

(continuando, porque o espaço é mitigado...)

Dizia Ruy Belo (Imagens vindas dos dis - in "Homem de Palavras") : "As palavras são seixos que rolo na boca antes de as soltar".
Só que Ruy belo rolava-as na boca antes de as soltar, não era? Não as vomitava...
Talvez haja quem ame as palavras, é verdade. Ou, até, quem apenas delas tenha a veleidade de as oferecer, é verdade.

Mas já Horácio dizia que elas, as palavras, nascem, transformam-se, evelhecem e morrem.

O que valerá, hoje, um "Homem de Palavra" que nada tem para além da palavra?

Nadica, mesmo nadica...
Eu(zinho) |
Data: 20/05/2004 18:00:48