25/05/05

Quando acabar as férias virei aqui falar de...

...máscaras!...das diversas máscaras do nosso dia a dia...entretanto deixo algo que me diz muito sobre máscaras...algumas delas...

«Uma estranha inibição [é por isto que elas, as máscaras, são postas...não é?!?]
(...)
Ora. Toda esta conversa, porque, habituado que estou a “despir-me” por aqui, etnografei em mim uma curiosa inibição. Cabe percebê-la. Aconteceu quando me endossaram testes para que lhes desse resposta pública. Fosse para falar dos meus livros, fosse para revelar algo do meu quotidiano, senti-me estranhamente invadido prefigurando as minhas respostas. Reflectindo, concluo que esses testes, mais do que a ameaçarem uma reserva pessoal, ameaçam, isso sim, a possibilidade de sermos os coreógrafos do nosso próprio strip-tease intimista, ameaçam dar à personagem que se expõe, e se cria, uma inusitada densidade de real.

No fundo isto é apenas um variação da morte anunciada pelo pós-modernismo. A morte do autor-deus. A morte que surge da ideia que cada leitor é um autor no modo como interpreta subjectivamente o texto; o autor "é" muitos e não o "deus-autor" criativo do sentido último das coisas. Portanto, à fatalidade de ninguém ser lido nos seus próprios termos apenas deverá juntar-se a ideia pós-estruturalista: ninguém escolhe o texto tanto quanto os textos – da cultura, da sociedade, do poder - escolhem e definem o “quem” que os diz. Por isso, se nunca escolhemos completamente o que somos, absurda é a ideia que alguma vez escolhemos o que escrevemos. Tudo sereno, portanto. Venham esses testes.», in avatares de um desejo

[Percebi-ME (e ao meu estar aqui!) melhor depois de ler este texto.
Grata, também, pelo anterior destaque...;-)]



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(Magritte)/"Quando abarcarmos esses mundos e o conhecimento e o prazer que encerram, estaremos finalmente fartos e satisfeitos?",WW