18/09/04

18.09.2004...

Entre nós e as palavras brotou o rio tumultuoso do silêncio...feito de dúvida e insegurança. Vejo esse rio avolumar-se cada dia que passa mais que o anterior e pergunto-me: como chegámos aqui? Como se chega aqui?

Tanto tempo passado!...mas, se ele não nos serve para olhar "o outro" com a limpidez que ao amor se deve, de que nos servem as palavras? Entre nós e as palavras já pouco mais nos resta que não seja os corpos que nos empurram para memórias que ainda nos unem...iremos continuar a envenenar-nos de memórias?

Tenho saudades das palavras, mas...a minha garganta secou. Tenho saudades, mas também tenho esperança que ainda poderemos encontrar um elixir qualquer que nos devolva a frescura das palavras...Entre nós e as palavras corre, ainda, um mundo de sentimentos, emoções e paixões, mas de tal modo sufocado que o meu medo é um dia acordarmos e apenas nos restar o cemitério do nosso amor...onde iremos, em dias festivos, deixar as flores que não soubemos cheirar em vida, para rememorar o que não soubemos salvaguardar ...

Entre nós e as palavras...fico eu impotente e infeliz, sem saber como te dar os parabéns...por tudo o que já me deste!...e um dia, quem sabe, talvez te deixe estas palavras... quando os silêncios já nem se sentirem... , Magritte


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Quando abarcarmos esses mundos e o conhecimento e o prazer que encerram, estaremos finalmente fartos e satisfeitos?,WW

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