07/09/04

O romantismo ainda faz sentido?

...in Visão desta semana...

«Regresso a Monserrate

Depois de durante décadas ter estado votado ao abandono, o Palácio de Monserrate, em Sintra, vai abrir ao público a partir de 10 de Setembro. Para já, as visitas guiadas serão condicionadas, uma vez que apenas a primeira parte do restauro se encontra concluida.
(...)
"Conseguimos trazer a Monserrate o fim de uma história de decadência. A sua memória está presente e tenho a certeza que muita gente vai regressar apra olhar o jardim fantástico e visitar o palácio", disse Fernando Seara, presidente da Câmara de Sintra.»



«Sugestivo palacete romântico cujo projecto se deve ao arquitecto James Knowles Jr., 1858. construido no terceiro quartel do século XIX, por iniciativa de Francis Cook, visconde de Monserrate, constitui um dos mais interessantes espécimes sintrenses do Romantismo.

Obra de espírito romântico-orientalista, com a sua grande torre circular, cúpulas bulbosas e valores exóticos na decoração o palácio aproxima-se designadamente do famoso pavilhão Brighton (1815-1823) de Nash e da arquitectura romântica inglesa. Como afirma José Augusto França, Monserrate tem, porém, «um sentido cenográfico algo diferente, apoiado numa maior riquesa de pormenores arqueológicos», constituindo pelas suas raízes inspiradoras - que, por via inglesa, entroncam na arquitectura mogol - um caso ímpar do Romantismo em Portugal.
Situados a 4 Km do centro histórico, na Estrada de Monserrate. 2710-405 Sintra
, in Portugal Virtual



***...***...***
Quando abarcarmos esses mundos e o conhecimento e o prazer que encerram, estaremos finalmente fartos e satisfeitos?,WW

3 comentários:

amok_she disse...

Repescando comentários perdidos:

«Depois de ler a tua prosa seguinte e do que em mensagem acrescescentaste, quase diria que o romantismo não só faz sentido como, especialmente, se cultiva....

Todavia, uma pergunta: faz sentido amarrar um qualquer romantismo a um lugar específico?

Não será isso, o identificar o lugar, exaactamente à falta de romantismo que um qualquer parceiro possa parecer transmitir?
Euzinho |Data: 10/09/2004 19:35:10»

amok_she disse...

«...faz sentido amarrar um qualquer romantismo a um lugar específico?»

...um qq, não!, mas...

...primeiro o romantismo ñ necessita de parceiro...ser romântico está no "objecto" em si e ñ no q o rodeia...logo, um lugar pode ser romântico...só por si!...Sintra é-o (ou foi!?!) e o espaço de q estamos a falar (ñ só o castelo, ñ só os espaços envolventes, mas todo o conjunto), imagino q o seja tb.

...tal como uma pessoa pode ser romântica sem q tenha de "o" viver necessáriamente...acho q F.E. foi uma romântica e duvido q tenha tido muitas hipóteses de "o" viver...daí o tipo de poesia...;-)

...qt à última pergunta: eu dispenso lugares românticos...até pq tenho mt pouco de romântica...mas gosto de espaços belos... com parceiro romântico ou não...:->
amok | e-mail | site | 217.129.32.41
Data: 10/09/2004 20:50:31

amok_she disse...

»Monserrate traz-me sempre à memória (e a memória) de um primo de minha avó...

Quando os herdeiros de Francis Cook propuseram ao Estado português a compra de Monserrate e dos seus jardins o dinheiro pareceu muito.

Um Saragga, primo de minha avó, com olho para o negócio rapidamente desatou os cordões à bolsa e comprou aquilo.

Após alguns dias (meses?), começou por desmanchar as cúpulas e vendê-las a peso... A seguir, foi vendendo mais algumas coisas de valor...

Depois disso, resolveu fazer lotes de terreno e começou por anunciar a venda dos terrenos...

Aí, o António (o Oliveira Salazar), pressionado por muita gente, resolveu comprar aquilo em nome do estado.

Resultado: os Estado português, em vez de ter desembolsado uma quantia razoável para o erário público, acabou por pagar uma enormidade por uma coisa já delapidada...

A "reabertura" em 10 de Setembro tb me trás à memória outras coisas: as minhas deambulações por aqueles jardins com um sorriso vingativo
Euzinho | Data: 08/09/2004 19:10:27»