30/05/07

ab disse...
«Lorsque je viens au Portugal ce que m’étonne c’est la quasi absence de vie sociale et culturelle en dehors des rapports purement professionnels. Le tissu associatif, discontinu et très faible, est extrêmement spécialisé, heureusement que les gens se rencontrent encore au café du coin qui est le seul lieu de convivialité qui subsiste. Je me pose souvent la question ; ou se rencontrant les gens en dehors du milieu familial ? Dans cercles restreints d’ordre privé ? Ou ?
(...)
Les seuls temples ou les Portugais semblent goûter à quelque chose qui pourrait ressembler à une certaine communion sociale, sont les grands centres commerciaux ouverts, 7/7 où ils consomment à tout va.
(...)
On y sent une grande solitude. Les gens sont devenus allergiques entre eux, et se supportent mal, et surtout pas la contradiction.
(...)
Le texte qui a fait l’objet de notre discussion plus haut est révélateur de la violence et de la méchanceté entre les gens, une méchanceté d’autan plus irresponsable qu'elle est teintée infantilisme. »
[o bold é meu]



Desculpa lá, mas...quais cafés da esquina? Já não os há, meu caro! Mas também se perdeu esse hábito, de ir beber o cafézinho no pós jantarinho e trocar uns dedos de conversa com gente de carne e osso, muito à conta da net, refira-se, e por mim falo. E já nem falo nas tertúlias...tal como nem vale a pena perguntar pelo convívio famíliar. A família alargada há muito que se foi e a nuclear vai pelo mesmo caminho. Talvez daqui a uns anos mais (décadas?) se comecem a juntar 'os meus_os teus_e os nossos' e, assim, se retome o alargamento da família e se obrigue os arquitectos, ou os 'projectistas das cidades', a construir o espaço social virado para o grupo e não para o indivíduo.


Quanto à vida social e cultural...eu, aqui, separava as águas. Vida social, num certo nível económico, até há nas grandes cidades, pelo menos, mas...a que se chama vida social? Noitadas a abanar o capacete e a beber, entre gente mais ou menos desconhecida, no meio de música em altos berros - quanto mais altos, os berros, menos as pessoas precisam dizer alguma coisa e, assim, evidenciar a pobreza da conversação - ou umas saídas pseudo-culturais (e foi por causa deste pseudo que separei as águas!) para um teatro, ou um espectáculo musical - exposições, concertos de música clássica, ópera ou bailado, já é mais raro, muito mais raro - que mais parecem o passeio das vaidades, pela ostentação...da presença, das fatiotas, dos conhecimentos n(d)o jet-set e pouco, ou nada, retiram da soiré. Disto sobra muito pouco e até umas apresentações literárias, uns encontros temáticos, umas 'palestras', uns 'seminários', acabam num afagar de egos que até enjoa quem não pertence ao meio, tal a incapacidade para disfarçar desejos exteriores à cultura própriamente dita.


E quanto aos templos dos tempos modernos - os centros comerciais - li, pr'ai algures, qualquer coisa que dizia serem, mais que espaços de consumo desenfreado - até porque já estamos tanto de tanga que pouco mais resta para 'creditar' - são, cada vez mais, espaços onde as gentes se encontram umas com as outras sem a obrigatoriedade de se suportarem, ou seja: fingem que fintam a solidão no simples cruzar de caminhos sem nunca se tocarem.


Como não desenvolver essa alergia, uns aos outros, e esse 'ódio' ao outro alargado a quase toda a humanidade ressalvando, apenas, uns quantos próximos, demasiado próximos para possibilitar a expressão do 'ódio' face-to-face, mais uma 'área' que a net facilitou aos egocêntricos...?!?

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(Magritte)/"Quando abarcarmos esses mundos e o conhecimento e o prazer que encerram, estaremos finalmente fartos e satisfeitos?",WW

2 comentários:

ab disse...

Finalement le tableau que tu dépeins est encore plus catastrophique que je ne l’aurais imaginé. Que je te rassure, les architectes n’y sont pour rien, en tout cas, pas ceux disposant d’un minimum honnêteté et de savoir-faire urbain et architectural.
Prends une rue ou place de n’importe quelle ville, (tiens, Almada; "praça do Repuxo" que je pense avoir connu dans les années 60), qu’est ce qu’y a changé ? Pas les immeubles, ni les espaces, qui souvent restèrent les mêmes, mais leur destination.
Là où avant tu avais un café ou une épicerie, tu as maintenant, soit une banque, ou un magasin de lingerie, voire un cabinet d’assurances. Ce qui a changé n’est pas tant le bâti que l’utilisation que les hommes en ont fait. Ce qui a fondamentalement changé, c’est que le tissu social fait de petits métiers et de menus échanges sociaux, a volé en éclats.
Dans ce contexte, le traceur sensible des géométries urbaines a depuis longtemps cessé d’être l’architecte, qui a cédé la place, à la main invisible du financier dessinant la ville, non pour le plaisir des habitants mais pour accroître des dividendes de plus en plus substantiels.
Tu sais, à mon avis, plus que les villes, c’est le style du mode de vie, qu’est à réinventer, mais pour cela il faut tordre le cou des financiers… Long et patient travail pédagogique que nous devons payer de nos propres personnes.

amok_she disse...

uooopssss, já nem me lembrava o qt a questão da arquitectura te 'afecta'!;-))))

Eu sei q o problema ñ é, essencialmente, dos arquitectos, mas...tb é um pouquinho, não? Pelo menos por ñ 'forçarem' um pouco na pedagogia frente às massas/ma$$$$$a$...a gente sabe quem é q manda, mas...;-)