27/05/07

Almada da minha memória...

Já nem sei como fui dar a este blog. [a foto foi picada de lá]

Depois duma vista de olhos fiquei estarrecida com esta notícia, caraças!, como é que me perdi dos lugares da minha infância e, principalmente, da juventude?! A Praça do Repuxo e, essencialmente, o café Repuxo (com os inesquecíveis Garibaldis, desgraça das minhas eternas dietas), foram ponto de encontro de muitas escapadelas escolares. Continuando, ainda por alguns anos, a ser ponto de paragem diária fruto da localização do meu primeiro emprego. Foi, também, onde conheci a paixão da minha vida, último grande acontecimento a marcar a minha vida naquelas paragens.
Depois segue-se a vida e as mudanças (de emprego e morada) e o afastamento para o concelho do Seixal, não tão distante assim, mas inconciliável com o desvio para outras paragens - na outra margem, aquela oposta ao deserto!:=» - fez com que, ao ler esta notícia/este blog, tenha percebido que há anos não vou a Almada e menos ainda para a zona do Repuxo!
Preciso ir, urgentemente, a Almada!



***...***...***
(Magritte)/"Quando abarcarmos esses mundos e o conhecimento e o prazer que encerram, estaremos finalmente fartos e satisfeitos?",WW

4 comentários:

ab disse...

-"Preciso ir, urgentemente, a Almada!" Francamente minha cara Amok do Seixal a Almada não me digas que tens de apanhar o avião . :)) Gosto desse tipo
de blog que fala da "realidade" vista sob o prisma da proximidade.
Terrível poluição da zona ribeirinha do Tejo!! Tristeza, trata-se de um património paisagístico incomparável.
Imagina um trajecto exclusivamente pedonal circundando toda a zona ribeirinha da margem sul do Tejo. Em 2150 talvez...

amok_she disse...

Pois, meu caro, ñ precisa avião e, apesar do Metro ser uma miragem ainda!;-), tb ñ seria nada do outro mundo, mt menos coisa parecida com ir até Paris, por ex!;-), mas...podes crer q demoro mais tempo a ir até Almada q até Lisboa!;-), é q eu uso os transportes públicos e destes, no percurso Seixal/Almada, quero distância, pois mais parece q estou algures no Portugal profundo, tal a imensidão de ´transbordos' q tenho de fazer...

Em todo o caso a questão mesmo é a ausência de necessidade...ir a Almada, hj em dia para mim, só a passeio pq tudo o resto faço no Seixal ou em Lisboa! E convenhamos q, para passear, Almada para quem nasceu (e lá viveu metade da vida)já pouco tem para oferecer... para lá de prédios e prédios e prédios...aliás, acho q me afastei mais de Almada qd comecei a sentir uma enorme tristeza sempre q lá ia e pouco reconhecia dos lugares da minha infância e juventude...o centro de Almada, hj, assemelha-se mt à Baixa Lisboeta...triste, vazia, abandonada...dizia-se, no meu tempo, q Almada era um dormitório de Lisboa, mas...nc Almada foi tão dormitório como hj! Antes eram os almadenses q iam trabalhar para Lisboa, hj esses almadenses foram empurrados para a periferia - Seixal, por ex - para dar lugar à classe média lisboeta 'falida' q ñ tem dinheiro para comprar casa em Lisboa, ou mesmo na periferia como Telheiras, ou Parque das Nações, por ex...e, assim, se desloca todos os dias para Lisboa para trabalhar...a juntar a tudo isto a 'filosofia' de centro comercial deslocou a vida comercial do centro da cidade para uma zona envolvente da cidade o q faz com q as pessoas deixem de 'viver' Almada...

Qt à vida cultural, bahhhh...Almada tem teatros - tem, mesmo, uma companhia residente e um festival anual de Teatro já com mais de 20 anos! - tem salas para espectáculos, tem um Polo Universitário, mas...porque raio não se vê vida cultural a fervilhar na cidade??? Sei lá!

Qt ao "trajecto exclusivamente pedonal circundando toda a zona ribeirinha da margem sul do Tejo"...o Seixal já o tem, faltando-lhe apenas concretizar mais uns quantos projectos de aproveitamento dos recursos do rio...enfim, 'alguém', achou melhor investir na porcaria do Metro_de_faz_de_conta...grrrr

ab disse...

Lorsque je viens au Portugal ce que m’étonne c’est la quasi absence de vie sociale et culturelle en dehors des rapports purement professionnels. Le tissu associatif, discontinu et très faible, est extrêmement spécialisé, heureusement que les gens se rencontrent encore au café du coin qui est le seul lieu de convivialité qui subsiste. Je me pose souvent la question ; ou se rencontrant les gens en dehors du milieu familial ?
Dans cercles restreints d’ordre privé ? Ou ?
L’extension urbaine anarchique a accru tous les mots dont souffrait déjà l’agglomération.
On ressent pourtant la volonté des municipalités de créer quelque chose qui ressemble à un tissu social : équipements sportifs, (ceux qui fonctionnent le mieux), bibliothèques, centres culturels, théâtres. Mais je
doit avouer que les gens ne les investissent pratiquement pas, ou y restent relativement méfiants entre eux.
Les seuls temples ou les Portugais semblent goûter à quelque chose qui pourrait ressembler à une
certaine communion sociale, sont les grands centres commerciaux ouverts, 7/7 où ils consomment à tout va.
Les gens s’y croisent mais finalement échangent très peu et mal. J’ai remarqué que les effets de cette distension sociale se ressent au niveau du langage parlé devenu plus pauvre et frustre.
Je me dis parfois que les effets de bien-être apportés par la société de consommation ont accéléré certaines postures régressives encore plus intensément au Portugal que dans d’autres pays d’Europe. On y sent une grande solitude. Les gens sont devenus allergiques entre eux, et se supportent mal, et surtout pas la contradiction. Peut-être faudra-t-il attendre que les gens se recentrent sur des choses plus consistantes.
Le texte qui a fait l’objet de notre discussion plus haut est révélateur de la violence et de la méchanceté entre les gens, une méchanceté d’autan plus irresponsable qu'elle est teintée infantilisme.

Cara Amok desculpa o comodismo de te escrever em francês, mas tens assim resposta mais rápida.

amok_she disse...

Problema nenhum q te leia em francês...desde q, depois, te responda em português!;-)

Mas...esta vou ter de deixar para amanhã, quem sabe talvez num post, pq estão aqui algumas questões prementes na discussão sobre a individualização (a rair o absurdo) dos nossos tempos...

Bjs...