As irracionalidades dos sociólogos...
Em tempos, já nem me lembro porque carga d'água!?, fiz uma assinatura da Sábado. Grosso disparate!Passei a receber todas as semanas uma revista que nada tem a ver com a minha forma de pensar e estar na vida. Mas como a recebo...leio. Levo os oito dias que demora entre uma e outra para ler cada exemplar e, por vezes, chega outra e ainda nem acabei a anterior, mas acabo sempre a ler aquele arrazoado que o sociólogo de serviço - Alberto Gonçalves, de sua (des)graça :=> - escreve lá prás bandas da última página. O disparate é tanto que às tantas acho que o gajo está a querer fazer concorrência aos Gato(s) Fedorento(s). Pois desta vez lá me tirei de cuidados e anotei umas quantas, veja-se a qualidade das pérolas:
«Um passeio pelos blogues expõe a determinação com que em Portugual se (...discute).
(...)O sonho de cada português é pertencer a uma claque.(...)
Por cá falar de causas 'fracturantes' é a maior das redundâncias. Quase todas as causas são susceptíveis de nos fracturar e de nos encher de convicções e fúrias. Onde há dois portugueses, há mil debates em potência. Às vezes, um português basta.(...)
Para o gozo atingir a plenitude, a discussão deve estar afastada do nosso quotidiano tanto quanto possível. Mais: a matéria em discussão deve envolver uma irracionalidade que torne inviável a vitória de uma das partes.(1)
Estes factores explicam o fervor em volta do futebol(...). E explicam, por exemplo, o recente sucesso do referendo ao aborto. Dado que o "flagêlo" do aborto clandestino afecta uma dúzia de pessoas por ano, no máximo, e que as fronteiras da vida humana ainda remetem para a ordem da fezada e não da ciência, reuniram-se as condições ideais para esfrangalhar o País ao meio(...).(2)
Eu sei porque sou português, e já fui português assim, opinativo.(...) Aos poucos, aprendi a controlar aquele impulso irresistível para tomar partido acerca dos mais estravagantes assuntos e a guardar a opinião para quem me paga a opinião(...)(3)»
(O bold é meu!)
Ora, quem/escreve/opina assim não é gago, não senhor! Nem é nada(!) parvo. Quando for grande também quero que me paguem para eu opinar!:=> Mas, vejamos:
-(1)...aquela de numa discussão inteligente, onde supostamente não se discute irracionalmente, ser suposto ter de haver um vencedor!? E eu convencida que, numa discussão inteligente, se trocavam pontos de vista e ideias, levando a um entendimento que mesmo não sendo acordo se fique, pelo menos, no entendimento do outro lado, em vez de se procurar o derrube do 'outro'. Enfim, irracionalidades minhas!
-(2)...depois vem aquela estatística sobre o aborto clandestino. Onde diabo este sociólogo exercerá a sua função? Aposto que numa qualquer bela empresa que lhe pague bem, porque a exercer sociologia...duvido!
-(3)...e no fim ele lá se desbronca: ele não é parvo nenhum!, aprendeu a fazer o mesmo que todos os outros - afinal ele também é português, né!?:=> - opina!, mas opina a troco de soldo! Juro que quando for grande vou tirar este curso!:=>
[ah, e a pluralidade do título, referente aos sociólogos, deve-se ao facto de últimamente ser comum ler patacoadas deste tipo vindas de 'exemplares' que se identificam como sociólogos...não como jornalista, não como colunistas, mas como sociólogos!]
«Um passeio pelos blogues expõe a determinação com que em Portugual se (...discute).
(...)O sonho de cada português é pertencer a uma claque.(...)
Por cá falar de causas 'fracturantes' é a maior das redundâncias. Quase todas as causas são susceptíveis de nos fracturar e de nos encher de convicções e fúrias. Onde há dois portugueses, há mil debates em potência. Às vezes, um português basta.(...)
Para o gozo atingir a plenitude, a discussão deve estar afastada do nosso quotidiano tanto quanto possível. Mais: a matéria em discussão deve envolver uma irracionalidade que torne inviável a vitória de uma das partes.(1)
Estes factores explicam o fervor em volta do futebol(...). E explicam, por exemplo, o recente sucesso do referendo ao aborto. Dado que o "flagêlo" do aborto clandestino afecta uma dúzia de pessoas por ano, no máximo, e que as fronteiras da vida humana ainda remetem para a ordem da fezada e não da ciência, reuniram-se as condições ideais para esfrangalhar o País ao meio(...).(2)
Eu sei porque sou português, e já fui português assim, opinativo.(...) Aos poucos, aprendi a controlar aquele impulso irresistível para tomar partido acerca dos mais estravagantes assuntos e a guardar a opinião para quem me paga a opinião(...)(3)»
(O bold é meu!)
Ora, quem/escreve/opina assim não é gago, não senhor! Nem é nada(!) parvo. Quando for grande também quero que me paguem para eu opinar!:=> Mas, vejamos:
-(1)...aquela de numa discussão inteligente, onde supostamente não se discute irracionalmente, ser suposto ter de haver um vencedor!? E eu convencida que, numa discussão inteligente, se trocavam pontos de vista e ideias, levando a um entendimento que mesmo não sendo acordo se fique, pelo menos, no entendimento do outro lado, em vez de se procurar o derrube do 'outro'. Enfim, irracionalidades minhas!
-(2)...depois vem aquela estatística sobre o aborto clandestino. Onde diabo este sociólogo exercerá a sua função? Aposto que numa qualquer bela empresa que lhe pague bem, porque a exercer sociologia...duvido!
-(3)...e no fim ele lá se desbronca: ele não é parvo nenhum!, aprendeu a fazer o mesmo que todos os outros - afinal ele também é português, né!?:=> - opina!, mas opina a troco de soldo! Juro que quando for grande vou tirar este curso!:=>
[ah, e a pluralidade do título, referente aos sociólogos, deve-se ao facto de últimamente ser comum ler patacoadas deste tipo vindas de 'exemplares' que se identificam como sociólogos...não como jornalista, não como colunistas, mas como sociólogos!]
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(Magritte)/"Quando abarcarmos esses mundos e o conhecimento e o prazer que encerram, estaremos finalmente fartos e satisfeitos?",WW
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