22/05/07

Resumindo...

Amok-A memória perdida«(...)Quem melhor que os professores - porque melhor preparados - para fazer a mudança? O que é que fizeram em trinta anos de democracia??? Merda, só merda! Com os maus exemplos que deram aos nossos filhos, nas escolas.(...)»

Ao que parece o que escrevi (no post linkado em cima) foi considerado extremamente ofensivo...para quem me 'inspirou' e, genericamente, para os professores!?! Fui grosseira, mal educada, no mínimo deselegante, mas...alguém pode manter a elegância, a calma, quando está em causa o futuro dos nossos filhos??? Contrariamente ao habitual, no discurso dos professores, não costumo (e não gosto de) generalizar, neste ou noutro assunto qualquer, mas se sistematicamente, desde há 20 anos, aturo a prepotência de professores incompetentes a atirar para cima dos pais/encarregados de educação todas as culpas do estado caótico em que se encontra a disciplina nas escolas porque diabo não posso, eu também, generalizar como eles o fazem? Ou isto: «(...)Há coisas que se aprendem com os pais ou com quem tutela as crianças. Que oficialmente os pais não queiram passar mais tempo com os seus filhos não me surpreende. Há anos que é notória esta falta de interesse dos pais pelos seus filhos. Educar dá muito trabalho, exige disciplina, perseverança, altruísmo e generosidade nos sentimentos, pressupõe diálogo, compreensão e respeito. Que os pais não queiram passar mais tempo com os seus filhos não me surpreende, entristece-me e faz-me questionar porque querem filhos afinal.» é o quê???? Não é generalizar? Está ali escrito, de alguma forma sub-reptícia, o termo 'alguns pais'???? Porque podem os professores ofender todos os pais, achincalhar as suas debilidades sócio-culturais e económicas em questões que mexem mais com as emoções, os afectos, os sentimentos do que propriamente com a razão?!? Parecem esquecer, os que já foram os detentores do saber geral - hoje até isso se perdeu na sua quase totalidade - que ninguém tira cursos para ser pai e mãe e que, muitas vezes, são os afectos que toldam a razão no que diz respeito à educação. Quantos de nós, receptores duma educação esmeradíssima, nos sentimos defraudados pelos afectos perdidos na nossa infância? Quantos de nós sente que, tendo ganho em conhecimento, perdeu em recursos emocionais que, ausentes, nos dificultam as relações interpessoais? Conciliar disciplina com afectos e com a bandalheira que se vive nas escolas é dose de leão para qualquer pai ou mãe que se quer equilibrado. Posso falar por mim que perdi muito da expressão afectiva com os meus filhos por ter assumido a gestão da disciplina, deixando ao pai a gestão da expressão dos afectos. Não me arrependo porque essa era mais a minha forma de estar e aquela a do pai, mas que tenho pena, tenho!, de ter perdido uma grande parte dos mimos, dos beijos, dos abraços...quando precisava 'impôr' o meu desagrado por esta ou aquela atitude menos correcta, por este ou aquele comportamento menos adequado. Determinar castigos, impôr normas e fazê-las cumprir, gerir situações menos agradáveis, não é lá muito compatível com a tal expressão dos afectos e quantas vezes chegava a casa desejosa de os mimar e tinha de enfrentar o papel disciplinador?!

É claro que os professores sabem disto muito bem, pois muitos deles também têm filhos, mas...a maior parte dos pais deste país não tem os recursos deles...não tem, por exemplo, a possibilidade de gastar horas a colocar textos na net para dizer bacoradas!

Quanto a 'quem ofende quem' estamos conversados! Já quanto à estupidez que referi (outra ofensa...mas, já lá diz o ditado: "quem não não quer ser lobo não lhe veste a pele"...ou: "só enfia a carapuça quem ela serve!") deixo só um pedacinho do comentário que aqui foi deixado:


Margarida Parker disse...
«(...)
Quanto aos pais que aí fala que não têm condições para educar os filhos, para esses há bom remédio, há métodos contraceptivos, usem-nos.»

Palavras para quê, depois de ler estas...vindas de alguém oriunda duma 'família de professores'(sic)!?

5 comentários:

Anónimo disse...

As coisas não são tão lineares como se dizem. A parte do meu comentário que aí colocou tinha um contexto.

Todos nós sabemos que há muitos pais que nunca deveriam sê-lo. Vamos deixar de tapar o sol com a peneira. Há pais que simplesmente não têm tempo, nem "jeito" para criar/educar os filhos. Pergunto eu agora, mas porque é que hão-de tê-los? Mas porque é que têm crianças se de seguida as abandonam à sua sorte? Por eu conhecer de perto tanto caso de criança maltratada e abandonada é que falo desta maneira. Revolta-me tudo isso percebe? Há pais que são autênticos criminosos no que fazem aos seus filhos. É triste essa realidade que muita gente ouve falar, mas que poucos conhecem.

Para terminar há pais bons e há pais maus. Há professores bons e há professores maus. Mas há generalizar e generalizar.

Fique bem

amok_she disse...

Generalizar é uma coisa, usar casos isolados e extremistas para classificar 'os pais' deste país é que é tapar o sol com a peneira..mas dá jeito, né!?

Todos conhecemos as tristes situações de crianças abandonadas, maltratadas, assassinadas, mas...por acaso já alguém achou a solução para impedir q gente desta natureza tenha filhos? Ou agora vamos advogar a esterilização de todos os néscios, ímpios e demais imbecís que por aí andam???

A sociedade é q tem de se organizar para desenvolver estruturas que defendam estas crianças destes pais...assim como devia defender as crianças de pais com fracos recursos económicos e culturais, apoiando-os, aos filhos e aos pais!...por acaso se uma criança vai continuamente para a escola sem comer não se lhe dá de comer na escola???...então pq não alimentar-lhes o espírito tb? Por acaso o facto de ñ serem nossos filhos e sabendo-lhes das graves carências, ficamos desresponsabilizados, como seres humanos, de os ajudar?...em vez de os afundar em 'ostracizações' de professores frustrados?

«Para terminar há pais bons e há pais maus. Há professores bons e há professores maus.»

Se todos partíssemos desta base e conjugássemos esforços comuns... obteríamos, certamente, mais e melhores resultados!

cristina disse...

«Fui grosseira, mal educada, no mínimo deselegante»

Pois foste! E reconhecer já é alguma coisa! É pena é que te tenhas "esquecido" disso lá mais para o fim...


«Quanto a 'quem ofende quem' estamos conversados!»

Mas a conversa era exactamente essa! Portanto, se já estivéssemos conversados não havia mais nada a dizer... E, pelos vistos, houve...


««Para terminar há pais bons e há pais maus. Há professores bons e há professores maus.»
Se todos partíssemos desta base e conjugássemos esforços comuns... obteríamos, certamente, mais e melhores resultados!»

Olha que bem! Finalmente uma frase sensata, não ofensiva, e que leva, sem dúvida, o apoio de todos!

amok_she disse...

Bem, já q ñ tenho tempo (de momento) para te responder ao outro, vai este...agora!;-)

1º não tenho a mínima pretensão de gerar o apoio de todos;
2º o reconhecer a grosseria, má educação e a deselegância - mesmo se retoricamente falando!:=» - ñ me inibe de o continuar a ser com pessoas q, ñ sendo grosseiras, deselegantes e mal educadas, dizem barbaridades bem mais graves...porque falsas, deturpadas, por vezes desonestas e q apenas espelham a sua vontade de ler o mundo à imagem do seu mundinho...com essas pessoas despenso-me (há mt!) de lhes mostrar o meu melhor: a minha capacidade de tb ser sensata, justa, lúcida e auto-crítica.

Por isso, minha cara, encontramo-nos - nós duas! - a exercer, aqui, o papel ingrato de defensoras do diabo: tu dos profs incompetentes e eu dos pais incapazes...

Mas deixa q te diga, ainda...se é certo q uma grossa maioria exerce profissões a contra gosto - a necessidade de sobreviver a isso obriga - tb é certo q existem profissões q ñ seria lícito exercê-las por 'frete': ser médico ou professor são profissões q mexem com a vida e o futuro dos seres humanos, logo correr-se o risco de deixar essa vida e/ou esse futuro nas mãos de incompetentes irresponsáveis não será bem o mesmo q contratarmos um mecânico q, em vez de nos arranjar a carripana, nos espeta com ela no ferro-velho!

Só quem não tem filhos, ou não tem consciência da marca q maus (ou bons!) professores deixam na vida duma criança, futuro adulto, é que ñ vibra, mesmo se grosseiramente!, com a rebaldaria q reina no ensino em Portugal

amok_she disse...

Depois...a forma como se diz as coisas...pois!, isso são balelas de normas sociais...são coisas q podemos ter em conta num certo contexto q é o convívio com 'o outro' e, se para manter um certo nível de civilidade em sociedade, até condescendemos em não dizer tudo o q pensamos da forma q nos apetece, há uma coisa q para mim é sagrada: na net e mais ainda no meu blog!, eu digo o q quero, como quero e quando quero!, sem me impor essas bitolas de boas maneiras q, tantas vezes, mascaram a hipocrisia e o cinismo...depois, está reconhecida - por mim! - a liberdade, de quem me lê, para agir em conformidade com o grau da sua própria inteligência...é a única coisa com q conto qd escrevo.

E, q fique bem claro, ñ procedo assim a coberto de qq suposto anonimato...ñ está cá o meu nome, mas...não me nego a dizer - exactamente! - as mesmas coisas na cara de quem quer q seja...desde q o contexto seja este: exposição livre de pontos de vista, opiniões, experiências, etc. e tiver q 'discursar' numa assembleia de pais, ah então aí lá teria de ser mais cautelosa, sob pena de estar a deitar mais achas numa fogueira q ñ precisa ser mais ateada...

Logo continuo...:-)))