23/04/04

Ora, as "raquelzinhas" deste mundo fizeram lembrar-me...

...um texto, lido há muito tempo e que vou cop&pastar sem autorização do autor do site...:-> Da Estupidez

Practicamente teórico...

Parafraseando

Mário Henrique Leiria :
O autor declara peremptòriamente que qualquer semelhança entre o que se segue e pessoas, coisas ou acontecimentos realmente existentes, é absoluta coincidência.
No entanto, nada o impede de verificar que as coincidências têm causas matemáticas bastante curiosas.




"O facto é que as pessoas razoáveis têm dificuldade em conceber e em compreender um comportamento não razoável. Mas deixemos de lado a teoria e observemos, ao invés, aquilo que nos acontece na práctica do dia-a-dia.
Todos nós nos lembramos de casos em que infelizmente nos relacionámos com um indivíduo que obteve um ganho causando-nos um prejuízo: deparámos com um bandido.

Até nos podemos lembrar de casos em que um indivíduo practicou uma acção cujo resultado foi um prejuízo para ele e um ganho para nós: deparámos com um crédulo (note-se o promenor "um indivíduo practicou uma acção" ; o facto de ter sido ele a iniciar a acção é decisivo para estabelecer que é um crédulo; se tivesse sido eu a empreender a acção que determinou o meu ganho e o seu prejuízo, a conclusão teria sido diferente: neste caso eu teria sido um bandido).

Podemos recordar também casos em que um indivíduo practicou uma acção com a qual ambas as partes obtiveram vantagem: tratava-se de uma pessoa inteligente.

No entanto, pensando bem, temos que admitir que estes não constituem a totalidade dos acontecimentos que caracterizam o nosso dia-a-dia.

A nossa vida é também pontuada por acontecimentos em que nós incorremos em perdas de dinheiro, tempo, energia, apetite, tranquilidade e bom humor, por causa das improváveis acções de alguma absurda criatura que, nos momentos mais impensáveis e inconvenientes, nos provoca prejuízos, frustrações e dificuldades, sem ter absolutamente nada a ganhar com o que fez. Ninguém sabe, percebe ou pode explicar porque é que essa criatura faz o que faz.

De facto não há explicação, ou melhor, há uma única explicação: a pessoa em questão é estúpida.



Leis Fundamentais da Estupidez Humana


A Primeira Lei Fundamental

Cada um de nós substima sempre e inevitavelmente

o número de indivíduos estúpidos em circulação.



A Segunda Lei Fundamental

A probabilidade de uma certa pessoa ser estúpida é independente

de qualquer outra característica dessa mesma pessoa.



A Terceira Lei Fundamental

Uma pessoa estúpida é uma pessoa que causa um dano a outra pessoa

ou grupo de pessoas, sem que disso resulte alguma vantagem para si,

ou podendo até a vir a sofrer um prejuízo.



A Quarta Lei Fundamental

As pessoas não estúpidas substimam sempre o potencial nocivo das pessoas estúpidas. Em particular, os não estúpidos esquecem-se constantemente que em qualquer momento, lugar e situação, tratar e/ou associar-se com indivíduos estúpidos revela-se, infalivelmente, um erro que se paga muito caro.



A Quinta Lei Fundamental

A pessoa estúpida é o tipo de pessoas mais perigosa que existe.

(Corolário: O estúpido é mais perigoso que o bandido.)


O ponto essencial a ter presente é o seguinte: o resultado da acção de um bandido perfeito representa pura e simplesmente uma transferência de riqueza e/ou de bem-estar. Depois da acção de um bandido perfeito, este terá um "mais" na sua conta, "mais" este que equivalerá exactamente ao "menos" que ele causou a uma outra pessoa. Para a sociedade, no seu conjunto, a situação não melhorou nem piorou. Se todos os membros de uma sociedade fossem bandidos perfeitos, a sociedade estagnaria, mas não haveria grandes desastres. Tudo se limitaria a maciças transferências de riqueza e de bem-estar a favor dos que practicam a acção. Se todos os membros da sociedade tivessem que practicar a acção por turnos regulares, não só toda a sociedade, mas também cada indivíduo, encontrar-se-ia num estado de perfeita estabilidade.

Mas, quando os estúpidos metem mãos à obra, a música é outra. As pessoas estúpidas causam perdas a outras pessoas sem obter vantagens para si mesmas. Apenas conseguem empobrecer toda a sociedade."



Carlo M. Cipolla

in "Allegro Ma Non Troppo - As Leis Fundamentais da Estupidez Humana"

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