O grande problema da mentalidade corporativista ainda existente...

...com mais intensidade em certos grupos profissionais, é a de nem sequer serem capazes de ler com objectividade e lucidez, já para não falar em racionalidade!, aquilo que comporta alguma (e por vezes mesmo muita!) crítica às suas prestações, face a qualquer avaliação que se lhes faça.

At 25/11/05 16:31, HarryHaller said...

Infelizmente,atrevo-me a dizer que a generalidade dos professores,como nas demais profissões, trabalham para ter ao fim do mês o dinheirito para a bucha(leia-se para custear o encargo orçamental familiar), logo, quem não trabalha por paixão, não pode semear boas sementes.

O Eduardo Prado Coelho já tinha feito (num Público do início da semana) uma primeira referência, tendo por base o programa da TV onde estiveram representantes dos Professores e a Ministra, a propósito da greve daqueles e também das aulas de substituição. Ao que parece usou um termo que muito feriu alguns profs: 'debilóide'!:->,face à justificação apresentada por alguns para a inviabilidade de um prof de Matemática, por exemplo, dar uma aula de substituição dum prof de História que faltou, vá-se lá saber porquê. E hoje voltou (e muito bem!) à carga! Para ver se eles, coitadinhos, aprendem a ler...:->

Esta treta das faltas dos profs tb é uma coisa engraçada. Os pais são uns estúpidos que não merecem, sequer, saber porque raio o puto tem um furo no horário durante 3 semanas porque o prof falta. São tão estúpidos, os encarregados de educação, que a única coisa que sabem/podem/e devem(!) fazer é fartarem-se de trabalhar horas e horas e horas para ver se conseguem trazer alguns "euritos" para casa, depois de pagarem os impostos todos a que não podem furtar-se, quais profissionais liberais que andam de BMW mas "ganham" o ordenado mínimo!, afim de garantir os vencimentos(zinhos!?:->) dos profs.

É claro que mais que serem debilóides, querem é deitar-nos areia nos olhos fazendo crer que alguém, no seu perfeito juizo, terá idealizado a substituição (do faltoso) dentro dos mesmo moldes. É claro que os profs sabem muito bem que nós sabemos que eles sabem que esse tempo pode muito bem ser utilizado de muitas formas que não seja 'dar matéria'! Engraçado que li, há dias, um prof que dizia ser um rebaixamento da dignidade dos professores metê-los a tomar conta das criancinhas...com uma cultura destas como é que se educam jovens!? No entanto, no ensino privado estes "furos" não existem, porque será!? Nem os profs faltam tanto, porque será!? Um pouco à semelhança dos médicos com consultas nos hospitais públicos e os mesmos médicos nos seus consultórios!!!:->

Não nego todos os imensos problemas e imensas dificuldades para quem quer ser professor hoje em dia. Para quem quer ser professor...com paixão! Não nego o alto risco físico/ psicológico/ emocional que muitos enfrentam, no seu dia a dia, onde são ameaçados, agredidos, colocados fora dos seus ambientes afectivos. Não nego os belíssimos professores que se entregam (com paixão) ao que fazem, como eu me entrego com paixão ao que faço! Em geral estes professores conseguem - com todos os riscos e as dificuldades e as agressões - resultados que nos fazem pensar que ali está, não só um bom professor, como um ser humano excepcional...como o existem, também, noutras profissões.

Mas isso não chega para avaliar, com nota positiva, a classe do ensino em Portugal. A culpa não é (só) deles, claro que não! Mas também é! A culpa não é (só) dos pais/ encarregados de educação, mas também é! A culpa é toda nossa! De todos os que deixam que estes medíocres (sem paixão!) nos governem; nos ensinem os filhos no que de pior temos; nos digam que somos nós que temos a culpa das suas próprias incompetências! A culpa é toda nossa...não dos putos!...que se fazem como nós, à nossa imagem e semelhança...isso toda a gente sabe e poucos se atrevem a negar: o(s) exemplos - os bons! - devem vir de cima!

E, entre muitos diagnósticos dos males desta nossa sociedade actual, no caso do ensino, o da demisssão e o da cobardia!, é dos que mais atacam...pais/ee e profs com as consequentes repercussões nos jovens. Nunca tive pais que andassem, a toda a hora, na escola para ver o que eu fazia de bem ou de mal; nunca tive pais que me ajudassem a estudar em casa; nunca tive pais que me levassem de carro à escola, mas...nem por isso deixei de ter belíssimos professores que não abdicavam de me ensinar as matérias, mas também valores e princípios que complementavam (reforçavam!) os que trazia de casa.

Seria bom que os professores - como classe supostamente mais preparada culturalmente! - percebessem que descartar responsabilidades e assumirem o eterno papel de vítimas de tudo e de todos... é que os desprestigia e avilta!

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(Magritte)/"Quando abarcarmos esses mundos e o conhecimento e o prazer que encerram, estaremos finalmente fartos e satisfeitos?",WW