05/12/05




Fernando Pessoa



Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio.
Sossegadamente fitemos o seu curso e aprendamos
Que a vida passa, e não estamos de mãos enlaçadas.
(Enlaçemos as mãos).

Depois pensemos, crianças adultas, que a vida
Passa e não fica, nada deixa e nunca regressa,
Vai para um mar muito longe, para o pé do Fado,
Mais longe que os deuses.

Desenlacemos as mãos, porque não vale a pena cansarmo-nos.
Quer gozemos, quer não gozemos, passamos como o rio.
Mais vale saber passar silenciosamente.
E sem desassossegos grandes.


***...***...***
(Magritte)/"Quando abarcarmos esses mundos e o conhecimento e o prazer que encerram, estaremos finalmente fartos e satisfeitos?",WW

3 comentários:

Alberto Oliveira disse...

Finalmente!!!!
O raio da blogsfera anda com a filoxera!...

... desde ontem ao fim do dia.

Não me desassossego por dá cá aquela palha... mas sinal que não sou burro? Ou que prefiro arroz de pombo? Eu sei, eu sei. O teu número é o três, der por onde der...

... e a pianola toca, toca e hoje até a oiço com algum prazer. Vá-se lá saber porquê. Estados d´alma, arrisco.

Vamos lá dar um espiadela aos postes anteriores. Não vá a luz faltar de um momento para o outro...

Beijos.

Anónimo disse...

“Mais vale saber passar silenciosamente.
E sem desassossegos grandes"?

oopppsss ..

vai às “lumenaras”... Li sentada …“Doll in dol fatatitiná...”

amok_she disse...

[Imperdoável não ter referido o heterónimo...Ricardo Reis!}