21/12/05

'A sedutora miragem do distante...'

A felicidade reside sempre, portanto, no futuro, ou ainda no passado, e o presente parece ser uma nuvenzinha escura que o vento empurra sobre a planície ensolarada; na frente e atrás dela, tudo é claro; sozinha, não cessa ela própria de projectar uma sombra.

Arthur Schopenhauer, in 'O Mundo como Vontade e Representação', in Citador



(Magritte)/"Quando abarcarmos esses mundos e o conhecimento e o prazer que encerram, estaremos finalmente fartos e satisfeitos?",WW

5 comentários:

Perola Granito disse...

Feliz Natal!!

Lia C disse...

Não é verdade isso, Amok! Há momentos verdadeiramente felizes, ali, na horinha certa do presente que se está a viver... há momentos tão felizes que apagam o passado e o futuro, como se fossem balões de eternidade. (de qualquer forma não faço a mínima ideia do contexto de que a frase foi retirada...)

Beijos

amok_she disse...

Lia, Lia...momentos felizes é uma coisa...Felicidade é outra!;-)

Lia C disse...

Olha!... e para que raios queres tu a Felicidade senão para viver momentos felizes? É nos momentos, às vezes longos no tempo, outras vezes só por instantes, que podes viver a Felicidade... não antes ou depois, acho eu - que penso que é uma boa felicidade haver momentos felizes ;))

Beijos muitos

Lia C disse...

deixo-te aqui uma "felicidade" que escrevi há muito tempo... não que seja grande coisa, mas porque acho que às vezes não procuramos de facto a felicidade - e outras vezes procuramos tanto no lugar errado que a deixamos escapar...

Sentei-me na varanda
à espera
que a felicidade me caísse do céu
aos trambolhões
Passou uma lua
passaram duas
mas todos os deuses conhecidos
e desconhecidos
a quem me dirigia
pareciam ter-se esquecido
de mim

Uma noite
já perto do amanhecer
quando as estrelas se recolhem
e os fantasmas se passeiam
de guarda-chuva na mão
o meu desejo realizou-se
a felicidade
caiu-me ao colo
vinda do céu
aos trambolhões

Sofreu várias esquimoses
algumas escoriações
e fracturou três costelas

Hoje
sentada à cabeceira
da cama da felicidade
no meu novo papel
de enfermeira cuidadosa
peço de novo a todos os deuses
conhecidos e desconhecidos
que não se esqueçam de mim
e espero
com certo receio e alguma impaciência
que chegue finalmente a hora mágica
de me libertar
de tanta felicidade.


(desculpa a "longura" da coisa...)