22/05/07

E ainda...



Esta afirmação levanta-me algumas questões a que ainda nenhum professor me deu resposta. Mas repare-se, antes, no pormenor: 'no meu caso'!:=» Elucidativo e gerador duma das minhas perguntas*:

- Como é que 'alguém mal educado' acata uma chamada de atenção mostrando-se, mesmo, cooperante? Onde é que está aqui a má educação? Quanto tempo demora a educar um ser humano? (Tendo em conta a forma como, por exemplo, a maior parte dos condutores deste país se comportam, acho que a vida inteira!)

- *Como é que alguns alunos, considerados profundamente indisciplinados com alguns professores, se mostram cooperantes, delicados e respeitadores das normas da sala de aula, evidenciando até melhor aproveitamento, com outros? O mérito e o desmérito é de quem? Os alunos são os mesmos, só mudam os professores!

- Como é que algumas escolas conseguem melhores resultados, quer a nível de disciplina, quer do aproveitamento curricular, funcionando em meios de menores recursos económicos e com as mesmas, ou mais ainda, carências impostas pelos governos pouco vocacionados para promover cultura?

- Como é que alguns professores exercem a sua actividade sem darem em doidos (como parece que andam quase todos), gostando do que fazem e mostrando-se sempre empenhados em novos projectos independentemente dos apoios, ou falta deles, sentido-se gratificados quando conseguem ver miúdos que, à partida estavam considerados como perdidos, atingir níveis que, aparentemente, lhes estavam vedados?

Os professores não são todos incompetentes, desinteressados e inqualificados para a actividade que exercem? Pois não! Também era melhor! Como em todas as profissões há bons e maus profissionais, mas...não conheço mais nenhuma profissão onde os profissionais atribuem a culpa de todas as suas falhas aos 'beneficiários' da sua actividade! Como se o médico que deixa morrer o doente o culpasse por ter morrido!



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(Magritte)/"Quando abarcarmos esses mundos e o conhecimento e o prazer que encerram, estaremos finalmente fartos e satisfeitos?",WW

1 comentário:

cristina disse...

Ora deixa-me tentar...


- Esse é precisamente o ponto do post que referes, que procura mostrar que - por vezes!!! [eu sei que o "por vezes" não está lá escrito, mas como não é disso que agora quero falar, vamos lá pô-lo e tenho a certeza que ninguém vai levar a mal! :)] é só uma questão de ensinar regras de convivência social. E isso os alunos deveriam já trazer de casa. Se a simples chamada de atenção do professor resultou, isso pode ser um sinal de que essa preocupação nem sequer existiu em casa.

- É claro que a capacidade de liderança do professor é um ponto importante, mas tens consciência que a questão também se pode pôr ao contrário, pois tens? Como é que na mesma sala alguns alunos acatam a voz do professor e outros são profundamente indisciplinados? O professor é o mesmo!

- As escolas funcionam melhor ou pior consoante TODA a comunidade onde estão inseridas! O empenho dos professores é, sem dúvida, crucial, mas não é suficiente.

- Antes de mais permite-me que ponha em causa que haja sequer UM professor que não se sinta gratificado quando consegue ver «miúdos que, à partida estavam considerados como perdidos, atingir níveis que, aparentemente, lhes estavam vedados». Quanto ao empenho na profissão... é como tudo! Há pessoas mais criativas, mais resistentes, mais tolerantes, mais combativas que outras.

- Quanto à tua última analogia. Primeiro, ao dizeres «o médico que deixa morrer o doente» estás a "ignorar" o esforço que ele fez para o salvar. O médico não «deixa» morrer o paciente!... Segundo, as culpas da morte... É assim tão raro ouvir-se culpar os portugueses pela sua má alimentação, pela falta de exercício, pela irresponsabilidade rodoviária,...?! Há todo um background que é posto em causa!

Dir-me-ás que te incomoda, que te enfurece, que te tira do sério que atirem as culpas TODAS para os pais... Mas aí qualquer pessoa concordará contigo - desde que dito como deve ser! ;)