Ora aqui está algo que eu(!) preciso ler...eu e mais uns quantos!:->
«Vivemos Paralisados pela Inveja
(...)
Mas nós não queremos é agir. Porque a sociedade portuguesa, ao contrário de outras, é fechada, não tem canais de ar, respirações possíveis. É uma sociedade suavemente paranóica. As pessoas estão demasiado conscientes de si próprias, o que é um horror. Conscientes da imagem que possam produzir, da sua presença como imagem nos outros. Isso é paralisante.
(...)
Essa ideia reflexiva, de nos amarmos a nós próprios... Em vez de estarmos virados para fora, para os outros, para o mundo. Só nos podemos afirmar agindo, exprimindo-nos - não voltando-nos para a autocomplacência. Tudo o que é válido vem "de fora". Nós ainda temos essa ideia de que é preciso começar por uma transformação interior... Mas, em Portugal, não existe um "fora".
(...)
Mas é preciso recuperar aquilo que nos é sugado por esse espaço de imagem e que é a vida dos corpos. Os acontecimentos da existência, no que têm de invenção. Na televisão tudo está formatado, não há imprevisto, encontro. O acontecimento é o resultado de um encontro. Mas nós temos medo do acontecimento. Medo da mudança, medo do futuro, medo do julgamento dos outros, medo de não sermos capazes. Medo de não estar à altura do acontecimento.
(...)
Isto é generalizado em Portugal. A inveja é mais do que um sentimento. É um sistema. E não é apenas individual: criam-se grupos de inveja. Várias pessoas manifestam-se simultaneamente contra a sua iniciativa. Cria-se um ambiente de inveja. Um grupo determinado age segundo os regulamentos da inveja.
(...)
Pode ser concertada ou inconsciente, mas funciona. Não se permite que numa empresa, num escritório, ninguém ultrapasse a linha da média baixa. Vivemos reconhecendo-nos como irmãos na desgraça.
(...)
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Mas nós não queremos é agir. Porque a sociedade portuguesa, ao contrário de outras, é fechada, não tem canais de ar, respirações possíveis. É uma sociedade suavemente paranóica. As pessoas estão demasiado conscientes de si próprias, o que é um horror. Conscientes da imagem que possam produzir, da sua presença como imagem nos outros. Isso é paralisante.
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Essa ideia reflexiva, de nos amarmos a nós próprios... Em vez de estarmos virados para fora, para os outros, para o mundo. Só nos podemos afirmar agindo, exprimindo-nos - não voltando-nos para a autocomplacência. Tudo o que é válido vem "de fora". Nós ainda temos essa ideia de que é preciso começar por uma transformação interior... Mas, em Portugal, não existe um "fora".
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Mas é preciso recuperar aquilo que nos é sugado por esse espaço de imagem e que é a vida dos corpos. Os acontecimentos da existência, no que têm de invenção. Na televisão tudo está formatado, não há imprevisto, encontro. O acontecimento é o resultado de um encontro. Mas nós temos medo do acontecimento. Medo da mudança, medo do futuro, medo do julgamento dos outros, medo de não sermos capazes. Medo de não estar à altura do acontecimento.
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Isto é generalizado em Portugal. A inveja é mais do que um sentimento. É um sistema. E não é apenas individual: criam-se grupos de inveja. Várias pessoas manifestam-se simultaneamente contra a sua iniciativa. Cria-se um ambiente de inveja. Um grupo determinado age segundo os regulamentos da inveja.
(...)
Pode ser concertada ou inconsciente, mas funciona. Não se permite que numa empresa, num escritório, ninguém ultrapasse a linha da média baixa. Vivemos reconhecendo-nos como irmãos na desgraça.
(...)
José Gil, 65 anos, autor e professor catedrático de Filosofia na Universidade Nova de Lisboa, define-se como especialista no "pensamento filosófico do corpo". (...)A última edição da revista francesa "Nouvel Observateur" considera-o um dos "25 grandes pensadores de todo o mundo", in Público
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(Magritte)/"Quando abarcarmos esses mundos e o conhecimento e o prazer que encerram, estaremos finalmente fartos e satisfeitos?",WW
8 comentários:
Sinceramente, nada de especial. "Concordo" com o autor em relação à inveja - é, de facto um dos grandes males, não do nosso povo, mas da generalidade da espécie.
Quanto ao factor da paranóia: não fará meio ano que afirmei que se a mesma pudesse ser rentabilizada Portugal era uma das 10 potências a nível mundial.
... e por aí fora.
...pois, eu tb. preferia ver-te falar da Paula Rego...ou do D. Quixote...;-)
Sabes que isto de dar "palestras", tem um preço ;)
...pra quem ainda há pouco dizia:
«16.1.05
Frase do Dia
quero muito
cuspir no modelo/sistema
que obriga a valorizar o dinheiro em detrimento do próximo
posted by Luís F. Simões»
...vai lá, vai!!!;-)))
Vais, vais... quem é que te disse que me referia a dinheiro?
Ts ts
Gil "estragou-se", é o que é....
Quando fala do que NÓS não sabemos, acabamos por lê-lo como a um Mestre...
Mas... caú na tentatação de falar do que NÓS vivemos, de NÓS, do que NÓS respiramos...
Azar, ó Gil.... azar NOSSO e TEU... "estragaste-te"!
«Gil "estragou-se", é o que é....»
...pronto!, já percebi...risca!!!!GRRRR
«quem é que te disse que me referia a dinheiro?»
...uoooopssss...pois....hummmmm...ai...ai...q raio de preço será o dele!????hummmmm
;-)
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